BP anuncia expansão em energia renovável
A BP concordou em formar uma joint venture 50:50 com a Bunge – líder em agronegócio, alimentos e ingredientes – que criará uma companhia líder em bioenergia em um dos maiores mercados e de mais rápido crescimento para biocombustíveis do mundo.
A BP combinará seus negócios brasileiros em biocombustíveis e bioeletricidade com os da Bunge para criar uma empresa de etanol a partir da cana-de-açúcar em escala mundial e altamente eficiente no Brasil, a BP Bunge Bioenergia. A participação da BP no novo empreendimento aumentará os negócios de biocombustíveis existentes da empresa em mais de 50%.
O etanol produzido a partir da cana-de-açúcar é um dos biocombustíveis mais eficientes em termos de emissões de carbono disponíveis globalmente, emitindo cerca de 70% menos gases de efeito estufa em seu ciclo de vida em relação aos combustíveis de transporte convencionais a base de hidrocarbonetos. O Brasil é o segundo maior e mais integrado mercado mundial de etanol como combustível de transporte, com previsão de rápido crescimento da demanda. A maioria dos veículos no país – cerca de 70% – já é capaz de rodar com etanol, e a demanda do país pelo biocombustível deve crescer cerca de 70% até 2030.
Bob Dudley, Chief Executive do Grupo BP, afirmou: “Este é mais um grande exemplo do compromisso da BP em desempenhar um papel de liderança em uma transição rápida para um futuro de baixo carbono. Os biocombustíveis serão parte fundamental nessa transição energética e o Brasil já está assumindo a liderança ao demonstrar como eles podem ser usados em larga escala para reduzir as emissões no setor de transportes. Esta combinação criará novas possibilidades para melhorar a eficiência e o crescimento futuro neste mercado chave.”
Gregory A. Heckman, Chief Executive Officer da Bunge, disse: “Esta joint venture com a BP, uma das maiores líderes mundiais em energia, representa um marco importante na otimização de portfólio para a Bunge. Estamos orgulhosos do que nosso time tem feito para desenvolver nosso negócio de açúcar e bioenergia como um líder na indústria. Estou confiante de que este time, e o forte compromisso de uma líder global como a BP, irão criar ainda mais valor para os acionistas.”
Dev Sanyal, Chief Executive da BP Alternative Energy, disse: “Este importante passo permitirá à BP aumentar significativamente a escala, a eficiência e a flexibilidade de nosso negócio em um dos mercados de biocombustíveis que mais crescem no mundo. Com um compromisso conjunto com a segurança e a sustentabilidade, unir nossos ativos e experiência possibilitará melhorar o desempenho, desenvolver opções de crescimento e gerar valor real. A BP Bunge Bioenergia estará bem posicionada para apoiar a crescente demanda do Brasil por biocombustíveis e bioeletricidade de baixo carbono.”
A BP Bunge Bioenergia terá 11 unidades de biocombustíveis no Brasil. Com 32 milhões de toneladas de capacidade de moagem combinada por ano, a joint venture terá a flexibilidade de produzir um mix de etanol e açúcar. Também gerará eletricidade renovável a partir de bagaço de cana-de-açúcar, por meio de suas unidades de cogeração, para sustentar todas as suas unidades e vender a eletricidade excedente à rede elétrica brasileira. Os ativos da BP e da Bunge são amplamente complementares, com unidades em cinco estados brasileiros, incluindo três na região-chave de São Paulo.
Em 2018, os dois negócios produziram um total de 2,2 bilhões de litros de etanol equivalente e, depois de fornecer eletricidade para suas unidades, ainda exportaram 1.200 gigawatt-hora de bioeletricidade de baixo carbono para a rede nacional. Juntas, as duas companhias empregam, atualmente, mais de 10 mil pessoas no Brasil.
O negócio combinado se tornará o segundo maior player da indústria de etanol de cana-de-açúcar no Brasil, em capacidade de moagem.
De acordo com o contrato, a BP e a Bunge contribuirão seus negócios existentes no Brasil em biocombustíveis, bioeletricidade e açúcar para formar uma nova joint venture autônoma, com participação acionária dividida igualmente entre ambas. Na conclusão, a BP pagará à Bunge US$ 75 milhões, sujeito a condições habituais de fechamento, e a joint venture assumirá US$ 700 milhões de dívidas provindas dos ativos da Bunge.
Ainda sujeito ao cumprimento de condições contratuais e à obtenção das autorizações necessárias pelas agências reguladoras, espera-se que o acordo seja concluído no quarto trimestre de 2019. Até lá, cada empresa continuará atuando de forma isolada e independente.
Após a conclusão, o objetivo é que a BP Bunge Bioenergia gere sinergias operacionais e financeiras significativas, por meio de eficiências de escala e aplicação das melhores práticas, tecnologias otimizadas e capacidades operacionais em todos os ativos do novo negócio.
A nova companhia deverá ter sede em São Paulo. Mario Lindenhayn, da BP, será Executive Chairman, Geovane Consul, da Bunge, Chief Executive Officer, e Marcus Schlosser, da BP, Chief Finance Officer. BP e Bunge terão igual representação no conselho de administração. Em 2018, a produção brasileira de etanol foi de cerca de 26 bilhões de litros, quase inteiramente a partir da cana-de-açúcar cultivada no país. O governo brasileiro está implementando uma nova política de redução de emissões no setor de transportes, o RenovaBio, que irá estabelecer o primeiro mercado regulado de créditos de carbono do país. Com o Renovabio, espera-se um crescimento acelerado do mercado, apoiando o desenvolvimento da indústria de etanol de cana-de-açúcar.