Os desafios da construção civil na criação de cidades inteligentes
O estudo World Population Prospects 2019, produzido pela ONU (Organização das Nações Unidas), indica que a população mundial deve chegar a 8,5 bilhões até 2030. Mas as cidades estão prontas para receber essa leva de 800 milhões de novos habitantes nos próximos 10 anos? Acredite, algumas estão – ou, pelo menos, estão no caminho certo.
São as chamadas cidades inteligentes: espaços projetados para entender e atender as necessidades da população atual, como segurança, saneamento básico e mobilidade urbana. Entre as principais, estão Londres, no Reino Unido, Nova York, nos Estados Unidos e Amsterdã, na Holanda, segundo o levantamento anual IESE Cities in Motion Index 2019.
As soluções de sucesso geralmente partem de uma ideia simples, mas que resolve um problema com criatividade. Londres, por exemplo, conseguiu reduzir a quantidade de garrafas plásticas apostando na instalação de bebedouros públicos em diversos pontos da cidade.
Já em Nova York, as lixeiras foram equipadas com sensores que avisam quando há material suficiente para coleta, reduzindo a emissão de poluentes dos caminhões e agendando o recolhimento de lixo com mais eficácia. Ocupando o terceiro lugar do ranking mundial, Amsterdã é sem dúvidas a referência mais famosa. Ciclovias com semáforos próprios, forte investimento em transportes coletivos e pontos de ônibus com painéis digitais que permitem ver o horário do próximo veículo são alguns motivos para tamanho reconhecimento.
No Brasil, será inaugurada a primeira cidade inteligente social do mundo. O Smart City Laguna, localizado em São Gonçalo do Amarante (CE), terá rede elétrica subterrânea, sistema de videomonitoramento para garantir segurança aos moradores, ilha de recarga para carros elétricos e um aplicativo para ficar por dentro de todas as informações sobre a smart city.
Todas essas inovações não seriam possíveis sem uma parceria com o setor de construção civil. Hoje, é possível construir casas em tempo recorde e diminuir o desperdício de materiais, tanto por reaproveitamento quanto calculando a quantidade exata para cada obra. Visando essa economia, pode-se utilizar de tecnologia de realidade virtual, por exemplo, para visualizar com exatidão todas as plantas da obra em uma única modelagem 3D. Mas ainda precisamos avançar.
Um grande problema enfrentado pela área é o comércio. Os orçamentos são demorados e poucas empresas disponibilizam cotação pela internet – isso em um momento em que se pede comida e até transporte por aplicativo, demonstrando o atraso do setor. Pensando nisso, conectar compradores e vendedores de materiais de construção é essencial para o progresso do setor e, principalmente, para o desenvolvimento de cidades inteligentes com mais eficiência. É o que faz a Prospecta Obras, uma plataforma que mapeia todas as obras em desenvolvimento no país, reunindo oferta e demanda de empresas de materiais e construtoras em um só lugar.
Outro avanço que tivemos foi a utilização de Big Data. Compilando informações, é possível saber em qual horário o trânsito é mais intenso, onde há mais registros de assaltos ou áreas em que a energia cai quando chove e, assim, organizar políticas públicas para melhorar a qualidade de vida das pessoas. Pessoas entendem pessoas. Máquinas entendem números, estatísticas. Quando o assunto é tecnologia, é preciso não perder o lado humano. Com tudo conectado, as informações e as soluções são mais rápidas.
Escrito por Wanderson Leite, formado em administração de empresas pelo Mackenzie e fundador das empresas ProAtiva, app de treinamentos corporativos digitais, ASAS VR, startup que leva realidade virtual para as empresas e escolas; e Prospecta Obras, plataforma de relacionamento do segmento de construção civil.
Ótimo matéria, destaque para a primeira cidade inteligente social do mundo no Ceará. O Brasil está cada vez avançando no tema de cidades inteligentes e isso será importante para nossas grande metrópoles.
Obrigado por comentar, Marcus! Esperamos que continue avançando!