ABNT contribui para modernização de barragens

A instalação de barragens para a construção de usinas hidrelétricas teve um crescimento expressivo no Brasil, desde que Itaipu começou a ser pensada ainda na década de 1960. Atualmente 90% da energia já é produzida por hidrelétricas no país. No entanto, grande parte das barragens necessitam de uma padronização mais moderna para seu projeto, execução e manutenção.

Para auxiliar no complemento da base regulatória, a ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas acaba de instalar a Comissão de Estudo Especial de Barragens, que reunirá representantes de entidades privadas e organismos governamentais.

“Alguns fatores justificam a criação desse grupo de trabalho, entre eles a necessidade de modernização dos critérios de projetos existentes, para suprir as necessidades atuais de projetistas, fiscalizadores, empreendedores, consultores e todos os demais setores envolvidos com essas obras de engenharia”, afirma o presidente da ABNT, Mario William Esper.

De acordo com o presidente, a nova legislação indica a obrigatoriedade de formação adequada e qualificação técnica mínima para o envolvimento com barragens, gerando a necessidade de processos de acreditação e certificação, nas quais as novas normas serão a base do processo. “As normas a serem elaboradas pela ABNT/CEE-255 serão suporte para esses processos, para atender a nova Política Nacional de Segurança de Barragens (PNSB), em vigor por meio da Lei 14.066, sancionada em 30 de setembro de 2020”, explica Mario William.

A nova Comissão de Estudo atuará na normalização no campo de barragens, compreendendo projeto, execução, monitoramento, manutenção, reparo e inspeção de barragens e de estruturas complementares, no que concerne à terminologia, requisitos, diretrizes, especificações técnicas, métodos de ensaio e generalidades.

As entidades que manifestaram apoio à criação da comissão são: Agência Nacional de Águas (ANA), Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), Comitê Brasileiro de Barragens (CBDB), Cemig, Copel, Departamento de Água e Energia Elétrica (DAEE)/Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente, Desek, Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH), Intertechne e Neoenergia.

A comissão será coordenada pelo professor José Marques Filho. Doutor em Engenharia Civil, Professor da Universidade Federal do Paraná, foi Diretor de Desenvolvimento de Negócios da Companhia Paranaense de Energia – COPEL. Especializado no desenvolvimento de projetos de geração de energia, trabalha com consultoria em estruturas de grande porte e segurança de barragens, bem como desenvolve técnicas de inspeção, monitoramento e intervenção em barragens e seus órgãos complementares.