Empresas são desafiadas a aproveitar “novo petróleo”
Por Alexandre Glikas*
O fenômeno Indústria 4.0, também conhecido como “4ª Revolução Industrial”, promete trazer cada vez mais para dentro das empresas robôs, sensores e tecnologias baseadas em inteligência artificial, que trabalham de modo integrado e dinamizam a produção de bens e serviços. Esse modelo proporciona não somente maior ganho de produtividade, como também aumento de competitividade, que impacta diretamente no crescimento econômico dos países.
Com o avanço dessa ‘nova’ Indústria, a consultoria McKinsey projeta uma futura demanda por mão de obra especializada para desempenhar novas funções na linha de produção, o que deve promover a renovação do mercado de trabalho.
Nesse contexto entra o que considero o maior desafio lançado pelas novas tecnologias: a capacidade de gerenciamento, coleta e análise de um grande volume de dados gerados pelos sistemas autônomos para, a partir disso, extrair informações e propor novas soluções que influenciem a tomada de decisões estratégicas para os negócios.
Apelidado por especialistas de “novo petróleo”, o Big Data dá início a uma verdadeira corrida, na qual quem dispor de pessoal habilitado e tiver os instrumentos para decifrar mais precisamente as informações por trás de uma miríada de dados, ficará com o ouro.
É por isso que a qualificação da mão de obra se torna imprescindível para lidar com todo o fluxo de informações que pode – e muito provavelmente irá – definir as escolhas que uma companhia fará.
Pode-se dizer que o Big Data é a essência desse fenômeno. Chegamos até aqui para colher o ouro das informações geradas por meio da interação com as máquinas. Agora temos que nos esforçar para interpretar o que os dados têm a nos dizer. Todo investimento em inteligência de dados é de extrema importância, porque a revolução 4.0 é justamente essa: nunca estivemos tão perto de saber tanto sobre o que produzimos e sobre o que vendemos.
Não por acaso, de olho no seu impacto econômico em médio e longo prazo, o Governo Federal anunciou, no início deste ano, a abertura de linhas de crédito de mais de R$ 10 bilhões do BNDES, Finep e Banco da Amazônia (BASA), voltadas exclusivamente para estimular investimentos empresariais no setor.
Com dados corretamente decifrados, além de aumentarem as chances de sucesso na produção e nas vendas, teremos a chance de corrigir quaisquer problemas no percurso, na medida em que seremos orientados para decisões mais assertivas em relação a praticamente tudo.
*Alexandre Glikas, diretor-geral da Locaweb Corp, a unidade corporativa da Locaweb