Novo PDI da Aneel
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) divulgou em julho as novas regras do Programa de Pesquisa e Desenvolvimento, que agora se chama Programa de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PDI). A principal mudança do programa, que oferece oportunidade para que diferentes agentes desenvolvam inovações voltadas para o setor de energia elétrica, é o foco em negócios e desenvolvimento de soluções rápidas e eficientes para o mercado.
Na avaliação de especialistas do Lactec, centro de pesquisa, tecnologia e desenvolvimento pioneiro em P&D Aneel com mais de 300 projetos já concluídos com concessionárias de energia de todo o país, as mudanças trazem flexibilização, agilidade e possibilidade de cooperação com benefícios para o público final. O incentivo à implementação de tecnologias limpas, maior eficiência energética e conectividade no segmento também são demandas que o mercado pede e que foram atendidas pela Agência. “Saímos de um patamar bastante voltado para pesquisa e desenvolvimento, para um ambiente mais propício para soluções transversais, escaláveis e que possam ir de forma rápida para o mercado, trazendo benefícios para a indústria, empresas de diferentes portes e também para o consumidor final”, afirma o diretor Comercial do Lactec, Carlos Eduardo Ribas.
Parceria, colaboração e sustentabilidade
As novas normas do programa estimulam a atração de diferentes organizações para o setor elétrico nacional. As universidades, os Institutos de Ciência e Tecnologia, empresas geradoras e distribuidoras e também startups podem somar forças e conhecimentos para ampliar o ecossistema.
Ribas ressalta a importância do compartilhamento e da cooperação entre os agentes. “Quem estiver preparado para dividir conhecimento e compartilhar oportunidades com certeza estará mais rapidamente adaptado para esse novo mercado. A expectativa é oferecer respostas mais rápidas e efetivas, o que só é possível com colaboração”, explica.
Ele acredita que o ganho de eficiência e avanços tecnológicos também podem abrir portas para outros mercados. “Exportar soluções é algo muito possível, pois o Brasil tem grande capacidade técnica e expertise em energias limpas”, comenta o diretor.
Benefícios multiplicadores
Investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação são de grande importância no Brasil, pois estimulam diferentes camadas produtivas e sociais. “Investir em inovação e produção de tecnologia vai muito além da geração de empregos qualificados ou mesmo geração de bolsas de iniciação científica ou de mestrado e doutorado. É um estímulo em toda uma cadeia de fornecedores”, avalia o gerente de Inovação e Novos Negócios do Lactec, Jefferson Chapieski.
Para Chapieski, o investimento resulta em melhoria da qualidade do fornecimento de energia, redução de falhas e interrupções na rede, mais segurança para operadores, pessoal de manutenção e usuários. O Programa de Pesquisa e Desenvolvimento e Inovação da Anel vai destacar a importância desses aspectos na avaliação dos projetos, o que é um grande diferencial.
Experiência e expertise
O programa da Aneel tem mais de 20 anos de história e muitos projetos desenvolvidos por diferentes agentes do setor elétrico. As mudanças lançadas agora, na opinião de Alexandre Caliari, gerente Comercial do Lactec, refletem as transformações do próprio setor de energia. “Já realizamos centenas de projetos no âmbito do P&D da Aneel e vivenciamos as mudanças e necessidades do mercado. Cada vez mais nos deparamos com a massificação da transição energética, a transformação digital, e a crescente relevância de questões de ESG”, analisa. Para ele, os agentes envolvidos no setor elétrico são, ao mesmo tempo, propulsores de inovação e também resultado do avanço tecnológico pela qual a indústria energética vem passando. “A evolução acontece cada vez mais rapidamente e é preciso um tempo de resposta curto e eficiente. Nosso corpo técnico multidisciplinar traz essa vantagem, pois conseguimos atender as demandas, do início ao fim, com uma entrega de qualidade para o mercado”, conclui.