Iluminação pública: entenda por que as cidades estão aderindo à tecnologia LED
Uma boa iluminação influencia diretamente na segurança pública municipal, reforçando o trabalho realizado pelos policiamentos. Ao trocar as antigas lâmpadas de vapor de sódio e de vapor metálico pela tecnologia LED (sigla de Light Emitting Diode), as Prefeituras promovem a eficiência energética, além de reduzirem as despesas com iluminação pública, valorizarem os espaços comuns e garantirem mais segurança, inclusive no trânsito. E ficam mais atraentes para investimentos.
Isso acontece porque o LED entrega mais de 70% da percepção das cores, contra 20% das lâmpadas comuns, ou seja, amplia a visibilidade e a segurança à noite. E estudos comprovam essa impressão, como mostra a pesquisa “Percepções sobre segurança das mulheres nos deslocamentos pela cidade“, realizada pelos institutos Locomotiva e Patrícia Galvão, com apoio da ONU Mulheres e Uber, em 2021.
Durante o trabalho, 68% das entrevistadas disseram ter muito medo de sair sozinhas à noite no bairro onde moram, 69% revelaram que já foram alvo de olhares insistentes e cantadas inconvenientes ao se deslocarem pela cidade, 35% já sofreram importunação/assédio sexual e 67% das mulheres negras relataram ter passado por situações de racismo quando estavam a pé. Questionadas sobre o que achavam que poderia ser feito, 66% delas afirmaram que melhorar a iluminação pública é importante para aumentar a sensação de segurança no espaço público.
Porto Alegre já economiza R$ 1,3 milhão/mês com energia elétrica
Além do aumento da segurança nas vias públicas, outra vantagem da modernização da iluminação pública com tecnologia LED é a economia que isso proporciona ao município, pois essas luminárias consomem 60% menos energia elétricae com uma durabilidade que pode chegar a 90 mil horas, segundo dados do Ministério de Minas e Energia – o que também significa menos gastos com manutenção. Benefícios que estão atraindo, cada vez mais, adesões à modernização.
Porto Alegre (RS)já atingiu 100% da expectativa inicial prevista na Parceria Público-Privada (PPP)instituída no município, que era modernizar 103 mil pontos com lâmpadas de vapor de sódio para tecnologia LED – hoje há mais de 116 mil. “Ultrapassamos a quantidade prevista. São mais de 10 mil pontos a mais, o que gera um benefício importante para toda a cidade”, comemora o secretário municipal de Serviços Urbanos, Marcos Felipi Garcia.
Na capital gaúcha, apenas cerca de 800 pontos seguem com lâmpadas de sódio, pois não foi possível acessar os locais para instalar o LED por falta de poda de árvores ou dificuldade de acesso. Mesmo assim, a economia para os cofres públicos com consumo de energia em Porto Alegre já soma R$ 1,3 milhão por mês. Além disso, antes era necessário esperar de 5 a 10 dias para o atendimento de uma demanda após a abertura do chamado, com a PPP o tempo caiu para até 12 horas.
Outros municípios também já adotaram a PPP para modernização, expansão e manutenção de seus parques luminotécnicos com tecnologia LED. É o caso de Palhoça (SC), Ribeirão das Neves (MG) e Nova Serrana (MG), que já têm 100% dos seus pontos de luz com luminárias de tecnologia LED e, agora, trabalham com manutenção e expansão de suas redes.
Durabilidade da lâmpada LED chega a até 11 anos
Mesmo sem uma PPP é possível ter excelentes resultados, como em São José (SC), onde o índice de modernização já é de 80%, enquanto Florianópolis (SC)está em 50% e Santos (SP) tem 45% do seu parque modernizado, sendo que o serviço nessas cidades é realizado mediante contrato de concessão comum, também via edital público. Ou seja, todos esses municípios entregam embelezamento e mais segurança para moradores, turistas e comerciantes locais, com eficiência e economia de recursos públicos.
Conforme explica Júlio César Leal Júnior, gerente de Contratos de Iluminação Pública da Quantum Engenharia, o LED tem vida útil prevista de até 11 anos, quando não há problemas de surtos de tensão na rede de distribuição de energia. Além disso, essa tecnologia suporta melhor as condições bruscas de tempo e temperatura, sendo mais resistentes a descargas elétricas, vibrações e impactos.
“Investir na modernização da iluminação pública municipal resulta em vantagens significativas para cidadãos, turistas e empresários locais, ao oferecer maior conforto urbano, eficiência econômica e segurança pública, incentivando o uso dos espaços à noite, bem como as atividades ao ar livre”, destaca o engenheiro Júlio César, que é o gerente de IP da Quantum Engenharia, que participa da manutenção, modernização e ampliação dos parques de Iluminação Pública de várias cidades brasileiras, entre elas Florianópolis (SC), Santos (SP), São José (SC), Blumenau (SC), entre outras, bem como integra as PPPs de iluminação pública IP SUL (Porto Alegre-RS), QLUZ (Palhoça-SC), IP Minas (Ribeirão das Neves-MG) e QLUZ Nova Serrana (Nova Serrana-MG).
Tecnologia é combinada com sustentabilidade
Outra grande vantagem da tecnologia LED é que ela permite a implantação de um sistema de telegestão em todas as luminárias modernizadas, para monitoramento e controle remoto do parque. Tudo é monitorado a partir de um Centro de Controle Operacional (CCO), onde são gerenciadas as demandas por meio de um software específico. Esse recurso gera rapidez na identificação de falhas e também nos procedimentos de manutenção.
E tem ainda a questão da sustentabilidade, pois as luminárias de tecnologia LED têm 98% de seus componentes recicláveis, o que contribui para a preservação ambiental. E não possuem elementos tóxicos em sua composição, ao contrário das lâmpadas de descargas, que possuem mercúrio, material altamente poluente e prejudicial à saúde.
“Todos esses diferenciais deixam claro o quanto a iluminação pública com uso de tecnologia LED contribui para a modernização das cidades, bem como envolve diretamente as boas práticas de ESG, o que significa respeito aos aspectos ambientais, sociais e de governança corporativa”, salienta Júlio César.