Prysmian apresenta cabo mais resistente ao ataque de cupins
Líder mundial na indústria de sistemas de cabos de energia e telecomunicações, a Prysmian apresenta o Voltalene Grid com camada protetora antitérmita, cabo para redes subterrâneas de média tensão mais resistente ao ataque de térmitas, insetos popularmente chamados de cupins.
Assim como canos de água, tubos de gás/óleo e dutos elétricos e diversas outras aplicações com materiais plásticos em sua composição, os cabos estão suscetíveis ao ataque de pragas como cupins e formigas quando enterrados.
As formigas secretam um tipo de ácido chamado de fórmico, uma substância corrosiva quando em contato com materiais poliméricos. Algumas espécies de cupins, por sua vez, possuem mandíbulas fortes o suficiente para corroer os cabos e abrir passagens.
Os danos causados por estes insetos vêm aumentando nos últimos anos, principalmente porque quando ocorrem em grids subterrâneos de parques solares e eólicos, eles resultam em desligamentos inesperados do sistema.
Nos Estados Unidos, um dos países que mais sofrem com cupins ao lado da Austrália no mundo, estudos da Associação Nacional de Manejo de Pragas (NPMA, na sigla em inglês) estima que térmitas causam prejuízos anuais de US$ 5 bilhões.
Das mais de 2000 espécies de cupins catalogadas em todo o mundo, cerca de 10% delas já atacaram cabos, o que reforça mais um motivo de preocupação em relação a este inseto, além do já bem conhecido ataque às infraestruturas e móveis de madeira.
Observações em campo, testes em laboratórios e a troca de experiências de mais de duas décadas de aplicações no Brasil e em outros países, sobretudo aqueles mais afetados pelo problema, como Australia e Estados Unidos, foram determinantes para se chegar a uma solução eficaz.
“Existem diversas suposições sobre o que estaria motivando estes ataques. A maciez do solo ao redor das instalações após a movimentação da terra para a construção da vala de cabos, uma perturbação causada pelo campo eletromagnético ou o simples fato do cabo estar no meio do caminho dos cupins. Não há uma resposta definitiva”, analisa Igor Amaral Delibório, engenheiro de aplicação da Prysmian.
“Chegamos a observar que os cupins tinham uma certa preferência por caminhar no espaço que fica bem ao centro dos trifólios [disposição dos cabos enterrados diretamente no solo apoiados uns aos outros tal como um triângulo]. Uma possível saída poderia ser dispor estes cabos justapostos na horizontal, mas faltavam evidências. Procuramos entender, então, o que poderia ser feito em termos de melhoria na construção dos próprios cabos, até porque a alternativa de tratar quimicamente o solo não é 100% viável e efetiva”, completa.
Os engenheiros da Prysmian entenderam que era preciso estruturar o cabo de média tensão de uma forma diferente, mas que, ainda assim, pudesse contribuir com a confiabilidade do sistema, garantindo uma operação contínua e que também fosse equivalente à expectativa de vida do próprio cabo, além de facilitar o transporte e a instalação, sem prejudicar o ambiente e o ecossistema de aplicação.
A construção típica de um cabo de média tensão, de dentro para fora, é composta por condutores de cobre ou alumínio cobertos por uma camada semicondutora interna, depois pela de isolamento, seguido pela semicondutora externa, uma blindagem metálica e, por fim, a cobertura.
Durante o processo, estudou-se a possibilidade de se utilizar aditivos na cobertura para repelir os insetos, bem como armações metálicas, que confeririam uma proteção mecânica às mandíbulas das térmitas.
“Descartamos a ideia dos aditivos porque, até o momento, não é possível garantir a sua efetividade contra todos os tipos de cupins, bem como garantir que dure o mesmo tempo de vida útil dos cabos (em média, 25 anos ou mais). Já em relação à armação metálica, embora seja eficaz contra o ataque, tornaria o cabo muito pesado e, por ser de metal, mais caro”, justifica Delibório.
“Precisávamos de um composto mais leve e mais resistente mecanicamente ao impacto, à abrasão e à absorção de umidade, além de proporcionar um baixo coeficiente de atrito, o que é interessante do ponto de vista do ataque de térmitas, já que elas não conseguiriam agarrar com facilidade essa superfície mais lisa”, explica o especialista.
Dentre as alternativas aplicadas no país e no exterior, a que se mostrou mais eficiente foi a de acrescer uma camada de nylon antes da cobertura dos cabos. Os resultados positivos dessa mudança estrutural motivaram os especialistas da Prysmian a replicar essa alternativa na construção dos cabos aqui no Brasil.
A versão brasileira foi projetada com uma barreira mecânica que utiliza um composto de poliamida logo abaixo da cobertura externa, o que confere ao cabo uma proteção contra o ataque de cupim (térmitas) e pequenos roedores.
A camada em nylon também se mostrou muito eficiente no bloqueio transversal contra a penetração de água/umidade, um perigo constante em sistemas enterrados, além de não interferir termicamente na capacidade condução de corrente do cabo.
“A armação de nylon torna o cabo Voltalene Grid da Prysmian a solução ideal para grids subterrâneos de média tensão, sobretudo em parques solares e eólicos, pois são empreendimentos que normalmente estão instalados em locais isolados, desabitados, cercados por vegetação nativa e, portanto, mais expostos”, completa Delibório.
Por que usar o cabo antitérmita da Prysmian?
A tecnologia desenvolvida pela Prysmian para combater o ataque de pragas como o cupim se mostra mais adequada por motivos como:
Fabricação segura
Permite uma técnica de fabricação mais segura aos operadores (que não ficam expostos a substâncias tóxicas presentes nos aditivos), precisa e com alta produtividade.
Custo-benefício
Oferece um equilíbrio ideal entre custo e desempenho para cabos de média tensão. Diferente da opção mais econômica (usar aditivos), que não garante a performance e vida útil do cabo, bem como a solução de mais onerosa (usar fitas ou elementos metálicos), o que aumenta significativamente o peso do cabo, dificultando manuseio, transporte etc.
Segurança para as pessoas e o planeta
O material utilizado é inofensivo ao meio ambiente, ou seja, não causa contaminação do solo, não se degrada soltando partículas e não coloca em risco os operadores durante o lançamento/montagem do cabo.
Performance garantida
Proteção efetiva contra cupins, comprovada por mais de 25 anos de uso no Brasil.
Vida útil
A expectativa de vida útil do composto está atrelada à mesma expectativa de vida útil dos outros compostos utilizados no cabo, sendo uma solução equivalente.
Flexibilidade inalterada
Apesar do acréscimo de camadas ao cabo, a capacidade de dobrá-lo não se altera significativamente, cumprindo os requisitos essenciais de flexibilidade de raio mínimo de curvatura, conforme a norma NBR9511.
Isso acontece porque o que realmente influencia a flexibilidade é a composição interna do cabo, como o material do condutor e o isolamento. Portanto, a espessura extra que essas camadas adicionam é muito pequena se comparada com a espessura total das outras partes do cabo.
Maior resistência a impactos
A barreira de poliamida (nylon) possui tenacidade altíssima, ou seja, oferece boa resistência a impactos e é difícil de partir.
Maior resistência química
O material também é amplamente usado na indústria petroquímica, justamente porque resiste bem a agentes químicos.
Baixa absorção de água
O composto em nylon é ideal para instalações subterrâneas, pois absorve pouca água, mantendo a estabilidade mesmo em locais úmidos.
Baixo atrito
Uma das grandes características que garante a boa eficiência do composto de nylon quanto ao ataque de cupins é o baixo nível de atrito/deslizamento e, portanto, uma boa resistência ao desgaste.