Softwares industriais

Marcia Campos

Por Márcia Campos*

A maioria dos sistemas industriais roda por muitos anos sem alterações significativas.

A dúvida dos gestores de sistemas industriais sobre o melhor momento para implantar modernizações é frequente. O impacto gerado por intervenções em processos de produção e os benefícios que trazem não são facilmente medidos.

Por isso, os principais motivadores para atualizações ainda são: 1-Custo elevado para manutenção dos computadores obsoletos; 2-Problemas para substituir computadores antigos por novos – ambientes desatualizados não suportam os novos processadores, quantidade de memória, disco, etc.; 3-Dificuldade de conexão com novos dispositivos, como câmeras, placas de comunicação, novas interfaces, etc.; 4-Falta de compatibilidade com sistemas operacionais que sejam suportados e mantidos pelos fabricantes; 5-Vulnerabilidades conhecidas de sistemas operacionais, que facilitam ataques cibernéticos e 6-Compatibilidade com novos softwares, drivers de comunicação, plataformas de desenvolvimento, ferramentas de virtualização e periféricos.

Mesmo assim, aplicações rodando em computadores e sistemas operacionais obsoletos e sem mecanismos de redundância são comuns. Quando ocorre uma falha, o tempo de parada costuma ser de dias, ao invés de minutos.

Periodicidade remendada para atualizações – O período recomendável para atualização de ambientes de software varia de 2 a 5 anos, dependendo da aplicação. Atualizações mais frequentes são indicadas para aplicações que compartilham computadores, principalmente aplicativos pessoais, como editores de texto, planilhas e navegadores web.

Prazos de atualização maiores, de até 5 anos, são viáveis em aplicações com computadores de uso dedicado, como interfaces de operação. Nesses casos, as alterações são pouco frequentes e há baixa dependência de ambientes externos.

Vantagens de atualizações em períodos adequados – A atualização de sistemas com a frequência adequada traz vantagens ao longo do tempo, como: Maior segurança e disponibilidade; Maior facilidade para absorver e usufruir de novas tecnologias e recursos; Maior facilidade de atualização, uma vez que as mudanças tecnológicas não se acumulam e, portanto, apresentam impacto menor; Menor custo a cada atualização, resultando em economia ao longo dos anos; Controle e planejamento; Menor impacto e tempo de parada em caso de falhas.

Por onde começar – Um levantamento geral dos computadores, sistemas operacionais e versões dos principais sistemas utilizados pela empresa provavelmente apontará os pontos críticos que devem ser priorizados. É importante que sejam observadas as relações de dependência e integração entre sistemas para evitar problemas durante processos de atualização.

A partir daí, é preciso identificar o que exige substituição completa e o que pode ser aproveitado. Em geral, o custo de atualização de um software industrial é muito menor do que o custo do seu licenciamento inicial.

A atualização dos softwares industriais é, acima de tudo, um mecanismo para evitar paradas e perdas de produção. Deve fazer parte de uma estratégia que mantenha a empresa apta a aproveitar novas tecnologias para melhorar sua competitividade no negócio.

*Márcia Campos é graduada em Ciência da Computação pela UNICAMP – Universidade Estadual de Campinas – com MBA em Gestão Empresarial pela FGV – Fundação Getúlio Vargas. Possui mais de 30 anos de experiência nas áreas técnica e comercial em automação industrial e é autora de diversos artigos especializados. É sócia e diretora-executiva da Aquarius Software.

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