Evolução constante

Mercado de instrumentos de teste e medição registra evolução permanente, por conta das necessidades dos usuários, que também mudam com certa frequência.

Busca contínua pela melhoria dos processos, segurança dos trabalhadores, necessidade de manutenção e o advento da Indústria 4.0 são alguns dos fenômenos que vêm contribuindo para o crescimento do mercado brasileiro de instrumentos de teste e medição. A ligeira retomada da economia verificada neste momento traz consigo boas perspectivas quanto ao desenvolvimento dessa área no futuro próximo.

Não há consenso sobre o tamanho do mercado brasileiro de instrumentos de teste e medição. Com base em dados coletados pelas importações e participação nacional, Rodrigo Cunha (foto), diretor de Vendas da Fluke do Brasil estima que o mercado supere a marca de US$ 100 milhões ainda este ano e continue em crescimento.

Cristiano Mollica, engenheiro eletrônico responsável da Instrutherm observa que é difícil citar um valor específico, pois existem vários segmentos para equipamentos de medição, por exemplo, agricultura, elétrica, construção civil, segurança do trabalho e muitos outros. “Isto significa que o mercado de instrumentos de medição é enorme. Estimamos que anualmente são comercializados mais de 500 mil instrumentos”, diz. Já Paulo Simões (foto), diretor da Minipa do Brasil, calcula que o mercado deve movimentar por volta de R$ 200 milhões por ano.

Sobre as motivações que normalmente impulsionam as vendas desse tipo de produto, Rodrigo Cunha destaca que a segurança dos colaboradores, a eficiência energética e a manutenção são fatores que tornam cada vez mais necessárias soluções para teste e medição.

Em geral, tem-se observado uma tendência no mercado: uma mentalidade crescente na indústria buscando a melhoria contínua dos processos. Outro fator importante diz respeito ao aumento do grau de complexidade das aplicações. “A consultoria direta no cliente, dando suporte às novas tecnologias, levando conhecimento técnico e formação acadêmica, contribuem para impulsionar as vendas”, complementa Cunha.

Cristiano Mollica conta que as vendas aquecem quando o setor produtivo está bem e em crescimento. “Todas as áreas, de diversos tipos de indústria necessitam desses equipamentos, ou para medição de algum parâmetro do processo ou para a segurança de seus trabalhadores. Então, quando o País está aquecido no setor produtivo, a demanda para os equipamentos de medição aumenta”, conta o especialista da Instrutherm.

Paulo Simões destaca que o mercado brasileiro está em evolução porque cada vez mais se faz necessário o uso de instrumentos de medição e teste nas mais diversas indústrias, seja a título de expansão ou manutenção. Quanto à aplicação, Simões menciona como principais mercados consumidores as áreas de medição elétrica, medição ambiental e equipamentos de teste para indústria eletroeletrônica.

Vale lembrar que a evolução do mercado de instrumentos de teste e medição também ocorre em função da ampliação dos investimentos em manutenção preditiva, Indústria 4.0 e inovação. “Os clientes buscam aumentar a produtividade com ferramentas mais confiáveis, seguras e que possuam uma capacidade de integração maior com outras plataformas, para manter a gestão da manutenção controlada e efetiva. Softwares de comunicação sem fio, processos documentados, análise de tendências, previsibilidade e rastreabilidade aumentarão a confiança no processo do cliente”, aponta Rodrigo Cunha.  

De acordo com Mollica, este é um mercado que precisa evoluir sempre, pois em diversos segmentos existem atualizações de normas, e as necessidades dos clientes também mudam a cada ano. “Então, precisamos sempre trazer novidades que supram a necessidade do mercado”, destaca.

Rodrigo Cunha diz que estamos vivenciando a expansão do mercado com foco em inovação, construída com modelos de experimentação, suporte local e tecnologia baseada em modelos de aprendizado contínuo, que visam agregar valor aos processos dos clientes. “Com a pandemia, muitos setores sofreram com o cenário de incertezas e consequente desaceleração da economia. Ainda assim, muitas oportunidades são criadas e iniciativas são aceleradas em momentos como este, tanto pela demanda gerada com esse cenário, caso das indústrias de bens essenciais (Alimentos e Bebidas, Mineração e Oil&Gas), como também por segmentos que buscam aperfeiçoar seus processos produtivos”.

Sobre o desempenho das vendas em 2020, a situação varia conforme a especialização da empresa. Afinal, existem no mercado players especializados em equipamentos de medição para agricultura, outros em elétrica e outros em segurança do trabalho, por exemplo. As empresas em que o segmento ficou parado devido a pandemia tiveram queda nas vendas. Em compensação, nos setores de agronegócios e químico houve crescimento, pois a demanda nessas áreas aumentou. As perspectivas de crescimento são muito positivas, após o fim da pandemia e a retomada da economia.

Tipos de produtos e novidades

Entre as principais categorias de produtos existentes para medição destacam-se segurança do trabalho, elétrica e eletroeletrônica, mecânica, laboratório, agricultura e agropecuária.

Os equipamentos, por sua vez, são classificados em Multímetros, Alicates Amperímetros, Analisadores da Bateria, Calibradores de Processo, Equipamentos de Ensaio a Isolamentos, Medidores de Vibração, Ferramentas de Qualidade de Energia, Instrumentos de Calibração, Janelas de Inspeção Infravermelha, Medidores de Distância a Laser, Multímetros Digitais, Osciloscópios Portáteis, Produtos EX, Termômetros Infravermelhos e Visuais de IR, Termovisores, Testadores de Aterramento e Testadores para instalações elétricas.

Somado a isso existem soluções de softwares e serviços que integram toda a massa de dados gerada e criam base para interpretação de resultados e tomada de melhores decisões.

Rodrigo Cunha, da Fluke, indica que a empresa destaca-se por possuir um dos portfólios mais completos para teste e medição: “Isso cria possibilidades para diversificação no que diz respeito à atuação no mercado. Hoje estamos presente em praticamente todos os setores, com participação sólida em Oil&Gas, Mineração, Siderurgia, Energia – com um crescimento relevante em renováveis -, e expandindo a cobertura para segmentos como prestação de serviços, consultoria e construção civil, entre outros”.

De acordo com Cristiano (foto) Mollica, da Instrutherm, os principais mercados consumidores são as indústrias em geral, setores de manutenção, projetos e garantia da qualidade, laboratórios químicos, mecânicos, acústicos e eletrônicos, faculdades, universidades e tecnologia. “As indústrias impulsionam a maior demanda, que implicitamente sugere o uso de instrumentos diversificados desde a segurança no trabalho até a manutenção mecânica e eletrônica”, especifica.

Entre as principais novidades nessa área, em termos de desenvolvimento, Rodrigo Cunha cita as tecnologias que trazem cada vez mais segurança aos usuários, entre elas a solução de Fieldesense®, capaz de medir tensão e corrente sem contato, o que representa uma grande quebra de paradigma. Além disso, prossegue ele, destacamse a conectividade entre instrumentos; dados de medição sendo tratados em plataformas em nuvem (web); ampliação do escopo de utilização dos instrumentos (com destaque para termografia) e instrumentos integrados às ferramentas para tomada imediata de decisão.

Cristiano Mollica, por sua vez, observa que hoje os instrumentos de medição têm tecnologia embarcada melhor, alinhando precisão, diversidade de funções e baixo custo em um produto. Muitos equipamentos permitem armazenar dados na memória e posteriormente emitir relatórios completos com facilidade – há pouco tempo essa era uma característica incorporada somente em equipamentos de alto custo. “A tendência é de equipamentos dotados de firmware e software com capacidades de processamento e facilidades cada vez maiores, similar ao crescimento tecnológico que ocorreu com os celulares e computadores na última década”, compara o executivo da Instrutherm.

Perfil Instrutherm

Quanto ao desenvolvimento do mercado, a Instrutherm mantém perspectivas positivas para o futuro. Conforme destaca Cristiano Mollica, engenheiro eletrônico responsável da empresa, desde o final de 2018 as vendas aumentaram conforme o País vinha em recuperação da crise e começava uma retomada: “Agora, devido à pandemia, tivemos momentos de variação, porém, o mercado já estabilizou e retomamos ao momento de crescimento. A tendência é de que nos próximos anos aumente ainda mais”.

A Instrutherm é especializada em fornecer tecnologia acessível aos mais diversos segmentos.

Os últimos lançamentos foram no segmento de segurança do trabalho: Dosímetro de Ruído DOS-1000, Medidor de Vibração do Corpo Humano MV-1000 e Termômetro de Corpo Humano Infravermelho TIC-100.

O DOS-1000 inova na categoria de medidores de ruído. Vem com operação através de Wheel, evitando desgaste prematuro do teclado e operações inadequadas; display colorido retroiluminado com ajuste de brilho para medição no escuro e coletas de 8 horas até 30 dias com medidor de espaço da memória.

O MV-1000 se destaca pela análise em banda de oitava e terça de oitava; medição simultânea de mãos e braços e corpo inteiro, medição da diferença de vibração com e sem luvas; calibração por sensibilidade ou calibrador externo; e detecção automática de acelerômetro para os seis canais, sem necessidade de configuração.

O TIC-100 é um termômetro clínico infravermelho sem contato para corpo humano e superfícies com memória, ajuste de alarme, indicação luminosa de temperatura e fácil manuseio.

“Estamos em fase de desenvolvimento de novos equipamentos com alta tecnologia agregada e acessível no segmento de segurança do trabalho. Em breve teremos novidades no mercado”, adianta Mollica.

Segurança em primeiro lugar

Paulo Simões, diretor da Minipa do Brasil lembra que a falta de qualidade em equipamentos de teste e medição elétricos afeta diretamente a segurança do usuário e do equipamento em teste. “Estes riscos podem ocasionar desde simples falhas a acidentes graves”, alerta.

Rodrigo Cunha diz que é preciso conscientizar o mercado sobre a importância de adquirir produtos de origem idônea, com garantia e suporte local, como determina a lei. “A certificação realizada por laboratórios independentes é muito importante, quando falamos de segurança no uso do instrumento pelo operador”, observa.

Cunha diz também que a qualificação técnica e de operação desses equipamentos também se sobressai como uma oportunidade no País, e, desta forma, a Fluke oferece um portfólio em constante atualização de treinamentos e cursos de certificação, gratuitos e pagos, abordando o tema da segurança em medições e instalações elétricas: “Isso porque nossa maior preocupação é com a integridade dos profissionais que operam esses instrumentos, pois no final do dia queremos que esses profissionais retornem para suas casas com segurança. Com isso, criamos uma cultura de conscientização à segurança”, ilustra.

Para Cristiano Mollica é preciso haver evolução quanto à qualidade da informação buscada pelos profissionais para soluções pontuais. De acordo com ele, o profissional precisa buscar informações consistentes da área em que atua por meio de outros profissionais, treinamentos dos próprios fabricantes, documentos, normas e revistas especializadas. “A área de instrumentos de medição é muito ampla. Para dar uma ideia, hoje temos em linha aproximadamente 500 modelos de instrumentos divididos em diversas áreas, desde o setor de energia até o agronegócio. Entendemos que é um assunto muito amplo, mas o usuário deve estar atento às especificidades de sua área para avaliar o melhor equipamento que atenda sua necessidade”, comenta Mollica.

Indagado se o mercado está bem organizado sob o aspecto das normas técnicas, Cristiano Mollica diz que o cenário é promissor, pois é possível ver cada dia mais profissionais se especializando e trabalhando juntos em comitês técnicos na elaboração e tradução de normas, mas ainda é necessário muito trabalho. “A necessidade de trabalhos em áreas específicas cresce e o profissional muitas vezes precisa recorrer a normas internacionais”, pondera o executivo da Instrutherm.

Rodrigo Cunha destaca os principais atores desse mercado: ABNT, COBEI e CB-3. Ele observa que NBR 5410 é uma norma técnica estabelecida pela Associação Brasileira de Normas Técnicas e que em seu conjunto de informações apresenta as melhores práticas para realizar instalações de baixa tensão com segurança e de forma adequada.

Já a NR-10 é uma norma regulamentadora e, portanto, é voltada para a segurança dos trabalhadores na execução de serviços elétricos. O objetivo principal é impedir que ocorram acidentes e outros imprevistos nas instalações.  A NR-6 trata dos equipamentos de proteção individual específicos e adequados às atividades desenvolvidas. Para Cunha, de forma geral o mercado ainda necessita de grande organização nesse aspecto. “Dessa forma, temos colaborado com muitas associações que atuam divulgando a prática segura”, garante.

Perfil Fluke

O portfólio de produtos e serviços da Fluke é bastante extenso e inclui: Acessórios, Alicates Amperímetros, Analisadores da Bateria, Calibradores de Processo, Equipamentos de Ensaio a Isolamentos, Medidores de Vibração, Ferramentas de Qualidade de Energia, Instrumentos de Calibração, Janelas de Inspeção Infravermelha, Medidores de Distância a Laser, Multímetros Digitais, Osciloscópios Portáteis, Produtos EX, Termômetros Infravermelhos e Visuais de IR, Termovisores, Testadores de Aterramento e Testadores Elétricos, além de softwares e serviços.

Nos últimos meses a companhia ampliou seu portfólio de multímetros com os lançamentos do Fluke-87V MAX e do Fluke-110, além de uma nova série de rastreadores de cabos da linha da Amprobe®, empresa parte do grupo Fluke Corporation, com a família AT-8000 e UAT-600.

“Temos no nosso pipeline para o último trimestre de 2020 lançamentos importantes para o segmento de GTD (Geração, Transmissão e Distribuição de Energia), bem como para o segmento industrial e de construção civil, levando em conta a constante inovação que temos abordado e que faz parte do DNA da Fluke”, revela Rodrigo Cunha, diretor de Vendas da Fluke do Brasil.

A empresa comemora também bons resultados de vendas e boas perspectivas. “A operação na região cresce dois dígitos ao ano, com tendência de aumentar nossa participação no mercado com novas soluções e serviços aos nossos clientes”, destaca Cunha.

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