A união que impulsiona o mercado de energia solar
Por Gabriel Guimarães*
O Brasil acaba de entrar para o grupo dos dez países que mais geraram empregos no mundo no setor de energia solar fotovoltaica em 2019. A informação é do relatório divulgado em outubro pela Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA). Em oitavo lugar, o Brasil desbancou líderes históricos no setor, como Alemanha e Reino Unido.
Além disso, a geração distribuída teve um aumento de 77,83% no primeiro semestre de 2020, se comparado com o mesmo período do ano passado. De acordo com levantamento realizado pelo Canal Solar, com base em dados da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), de janeiro a junho de 2020 foram registrados 956.807 kW de potência instalada no país.
Dá para ver que estamos vivendo um bom momento com grandes e positivas expectativas para o setor de energia solar fotovoltaica. Ouso dizer que parte disso é reflexo do empenho das empresas brasileiras atuantes no setor. De dentro de um importante grupo de empresas que têm o propósito de impulsionar o crescimento e o fortalecimento das relações institucionais através da cooperação, posso afirmar que a troca das boas práticas tem trazido resultados reais.
Estou falando da Associação Brasileira Grupo G5 Solar, um grupo fundado por nós, da SolarVolt e outras quatro empresas em 2017, todas trabalhando com eficiência energética e que se uniram para expandir a presença no mercado brasileiro por meio da cooperação. Hoje, somos já 8 empresas que, juntas, temos mais de 5 mil usinas instaladas em todo o território nacional, somando uma potência em torno de 200.000 kWp, nos segmentos residencial, comercial, industrial e agro.
Então, não é novidade que a cooperação entre empresas tenha saldo positivo tanto para elas mesmas quanto para o setor em que estão inseridas. Ao compartilhar ideias, aprendemos com o erro do outro e alertamos sobre nossos próprios erros. Consequentemente, contribuímos também para o crescimento rápido ao apresentar ideias que deram certo.
Nessa cadeia colaborativa, quando uma empresa cresce, a outra cresce junto e o setor como um todo é impulsionado positivamente.
A SolarVolt, empresa que dirijo, é exemplo disso. Ela aumentou seu faturamento em 500% em 2019 e, neste ano, mesmo diante de uma pandemia que baqueou diversos setores no mundo inteiro, continuamos crescendo e esperamos um faturamento de R$ 62 milhões em 2020.
Muito além de mostrar o velho clichê de que a união faz a força, provamos que a união traz resultado.
O uso de uma energia limpa e mais econômica é a tendência do agora que tende a ser permanente no futuro. Projetos voltados à produção de energia limpa já se mostraram os mais resilientes nos segmentos de infraestrutura, e as empresas estão de olho nisso.
Dessa forma, aperfeiçoar nossos conhecimentos e compartilhar cada descoberta nos traz chances de aproveitar cada movimento do setor. Além de nos munir das melhores soluções para que a oferta esteja de acordo com os interesses do mercado.
*Gabriel Guimarães é diretor da SolarVolt Energia Solar
A sabedoria popular, há séculos, diz que a união faz a força! Nada mais verdadeiro entre os inúmeros provérbios e dizeres consagrados. Então, no ramo da tecnologia essa verdade é insofismável e os exemplos são fartos. O prêmio Nobel representa um dos indeléveis desses exemplos. A maioria esmagadora dos laureados tem por trás uma equipe que os auxiliaram nesses trabalhos notáveis. Anísio Teixeira, um dos baluartes da nossa educação, já dizia: quem sabe ensina e diz como faz. Esse pensamento encerra uma ideia de que perde muita valia tudo aquilo que descobrimos e não passamos adiante. As dissertações e teses de mestrado e de doutorado se tornam cada vez mais relevantes se nas suas conclusões propugnam e indicam outros janelas de oportunidades para prosseguir no extraordinário campo da pesquisa, desenvolvimento e inovação. Desculpem-me do plágio: “E assim caminha a humanidade!” – Engenheiro e Professor- Mestre em Ciência de Engenharia Elétrica, Sistema de Potência.