Aumento na tarifa de energia, e agora?
Por Gustavo Batista*
Com os níveis dos reservatórios das usinas hidrelétricas abaixo da média, a ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) vem praticando nova bandeira tarifária, denominada de Escassez Hídrica – que acarretará num acréscimo de R$ 14,20 para cada 100 kWh consumidos e terá validade até, no mínimo, abril de 2022. O aumento deve-se ao fato da escassez de chuva em praticamente todo o território nacional, obrigando o governo a recorrer a outras fontes de geração de energia, como as termoelétricas, que possuem um custo de kWh mais elevado quando comparado às hidrelétricas.
O sistema de bandeira tarifário está em vigor no Brasil desde o ano de 2015. Segundo a ANEEL, o sistema de cores das bandeiras foi inspirado nas cores de um semáforo. A bandeira verde significa que os reservatórios estão com seus níveis dentro da normalidade, não gerando custo adicional. Já a bandeira amarela, representa condições um pouco desfavoráveis para a geração de energia, com acréscimo de R$ 1,87 para cada 100 kWh consumidos. E, por fim, a bandeira vermelha, condição até então mais crítica, dividida em dois estágios (patamar 1 e patamar 2) com acréscimo de R$ 3,97 e R$ 9,49, respectivamente, para cada 100 kWh consumido. Como estamos enfrentando a maior crise hídrica dos últimos 91 anos, criou-se essa bandeira tarifária que representa alerta máximo de níveis dos reservatórios das hidrelétricas.
Para tentar driblar a situação, o governo anunciou, também, a criação de um programa de redução voluntária de energia elétrica que dará bônus ao consumidor que conseguir economizar energia nos meses entre setembro e dezembro. Para participar do programa, o consumidor deverá economizar no mínimo 10% de energia em comparação ao mesmo período do ano de 2020, sendo esse pagamento limitado em 20%. O prêmio será de R$ 0,50 para cada 1 kWh reduzido. Por exemplo: uma residência X consumiu em média 100 kWh entre os meses de setembro e dezembro de 2020 e, no mesmo período do ano de 2021, conseguiu reduzir seu consumo médio para 85 kWh, com isso ganhará um prêmio de R$ 30,00 (R$ 7,50 para cada mês).
O consumidor residencial pode tomar algumas medidas simples para reduzir seu consumo de energia elétrica, como, por exemplo: substituir as lâmpadas convencionais por LED, o que resultará numa economia de até 90%; acumular o máximo de roupas para passá-las todas de uma só vez; ao utilizar o ar-condicionado ou aquecedor, fechar as portas e as janelas; não secar roupas atrás da geladeira, evitando que o motor da geladeira sobreaqueça; e, por fim, reduzir o tempo do banho, visto que o chuveiro elétrico é um dos equipamentos que mais consome energia dentro de uma residência. Com essas simples atitudes o consumidor conseguirá uma grande economia ao final do mês.
*Gustavo Batista é, engenheiro eletricista e promotor técnico na Reymaster Materiais Elétricos
A cultura da economia de energia não pode ser utilizada apenas no momento de escassez. Hoje, devido aos impactos no meio ambiente é imprescindível que uso dos recursos naturais para se gerar energia não podem desprezá-los e parcimônia deve ser a tônica predominante. Sempre há excesso na sua utilização. Façamos uma simples análise do nosso comportamento diário para ver que o desperdício é um fator comum. Como modificá-lo exige mudança de cultura. O instrumento mais poderoso é a educação das novas gerações. O Procel nas escolas de ensino básico tem fartos exemplos de sua eficiência. A natureza clama e não há como postergar ações efetivas da mudança de postura.