Manufatura orientada por dados
As indústrias que implementaram as tecnologias da Indústria 4.0 têm sido avaliadas como as que possuem elevado nível de serviço logístico, processos mais eficientes com seus parceiros, cooperação aprimorada entre determinadas funções logísticas e maior desempenho financeiro e de mercado e competitividade.
Para se manterem competitivas, organizações industriais de todo o mundo estão fazendo a transição para a Indústria 4.0 e instituindo programas para implementá-la em muitos países. A indústria 4.0 tem potencial para aumentar a produtividade nas fábricas e impulsionar as economias nacionais.
O que é a Indústria 4.0? – A Indústria 4.0 é tudo o que envolve manufatura orientada por dados: a integração de máquinas físicas com conectividade à Internet para criar a Internet das Coisas (IoT) e redes de comunicação avançadas. Ela permite aos fabricantes vincular máquinas e sistemas de vários locais, converter dados físicos em dados digitais, compartilhá-los, analisá-los e usá-los em proveito próprio, resultando em plantas industriais totalmente conectadas, nas quais todos os aspectos da cadeia de suprimentos são visíveis aos tomadores de decisão. As companhias que implementaram a Indústria 4.0 têm uma enorme vantagem sobre aqueles que ainda não o fizeram.
Por que não se pode mais ignorar a Indústria 4.0? – Com as tecnologias atuais, as indústrias de médio porte podem ingressar com rapidez e facilidade na revolução da quarta geração da indústria com soluções personalizadas de nível corporativo e sem substituir os sistemas legados existentes. De fato, um relatório recente da PwC prevê que até 2020 mais de 80% das indústrias na Europa digitalizarão sua cadeia de valor.
Para citar DD Mishra, diretor sênior da Gartner: “Os limites entre negócios, engenharia e tecnologia estão sendo desmantelados. Há uma grande oportunidade para as organizações e, se você não estiver fazendo isso, existe o risco de ficar para trás”.
No Brasil, de acordo com dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI), nos últimos 2 anos o número de grandes indústrias brasileiras que utilizam tecnologias digitais cresceu 10%. Entre 2016 e 2018, o percentual das que utilizam alguma das tecnologias da Indústria 4.0 passou de 63% para 73%. Para 2019, a previsão é de que 48% das empresas invistam nessas tecnologias.
Como a Indústria 4.0 funciona – A Indústria 4.0 começa com a conexão de máquinas e sistemas de missão crítica, como CRM, ERP, SCM, PLM e MES, facilitando a coleta automática de dados em tempo real. As análises preditivas e avançadas exploram e analisam esses dados para reconhecer padrões e prever possíveis resultados, e até para se antecipar a possíveis eventos (como falhas na máquina) e a probabilidade de sua ocorrência. A partir dessas análises, que podem ser lidas claramente de um tablet ou outra plataforma móvel, os fabricantes podem reduzir o tempo de inatividade, otimizar os processos existentes e ganhar flexibilidade para implementar novos processos, como a fabricação de um lote único de um produto personalizado.
Existem algumas maneiras pelas quais seus concorrentes estão usando a Indústria 4.0 para se manter à frente na competição.
Melhorando a disponibilidade e o rendimento das máquinas: análises avançadas e preditivas permitem manutenção preditiva. As máquinas se monitoram, alertando os operadores sobre os problemas antes que eles ocorram. As peças podem ser encomendadas e substituídas antes que se desgastem e causem sérios danos, e os problemas com os processos de produção podem ser detectados e rastreados até suas raízes antes que os produtos reais sejam produzidos.
As máquinas têm mais tempo de atividade e menos tempo de inatividade e os processos podem ser ajustados antes do início da produção. Com a tecnologia da Indústria 4.0 em vigor, seus concorrentes estão obtendo maior rendimento de produtos de alta qualidade e melhor ROI e OEE.
Eliminando silos e aumentando a visibilidade no setor de produção. Se a Indústria 4.0 ainda não foi iniciada em sua fábrica, é provável que os dados de seus sistemas de missão crítica estejam armazenados em repositórios offline de difícil acesso. Esses dados são ocultados aos olhos dos tomadores de decisão que mais precisam deles, reduzindo sua capacidade de monitorar processos, prevenir problemas ou notificar outros sobre eventos perturbadores à medida que ocorrem. Enquanto isso, os concorrentes, com dados em tempo real e análises avançadas, têm acesso instantâneo a dados precisos a qualquer momento, de várias fontes. Eles sabem o que está acontecendo e o que acontecerá em sua fábrica, e podem resolver problemas ou modificar processos facilmente, a qualquer momento, de qualquer lugar.
Controlando todos os aspectos da fábrica: se os concorrentes conseguem acessar e analisar dados de todas as máquinas e processos em suas operações, eles terão controle total de operação industrial e da cadeia de suprimentos – desde o pedido do inventário até o envio do produto.
A tecnologia Indústria 4.0 fornece aos concorrentes “informações acionáveis”, estabelecendo uma base sólida para a tomada de decisões a curto e longo prazo. Com a Indústria 4.0, os concorrentes podem implementar inventário just-in-time, sincronizar cronogramas de produção e entrega e até permitir que os clientes programem pedidos em seus sistemas.
Com as tecnologias dedicadas às Indústria 4.0, a concorrência pode fazer tudo que citamos e muito mais. Então, está passando da hora de pensar em como colocar a sua indústria um passo à frente a partir da evolução proporcionada pela quarta geração da indústria e sair da desvantagem competitiva.
Escrito por Rodney Repullo, CEO da Magic Software Brasil
A cultura da eficiência energética.
Por que somos sempre muito atrasados em aplicar o óbvio? Trabalho com eficiência energética há anos. Em 1994 foi precursor de programa de eficiência energética do Centro de Tecnologia da UFRJ, quando mandei colar nas salas de aula uma figura com uma lâmpada incandescente para chamar atenção com a seguinte frase: A luz que você apagada a UFRJ não paga. Tornou-se famosa. Em seguida fui coordenado de 3 ciclos de projetos de eficiência energética em parceria com a Concessionária de Energia. A UFRJ é um dos maiores consumidores de energia da Concessionária, possui diversos campi universitários espalhados pela Cidade Universitária e pela cidade do Rio de Janeiro. As indústrias eletro-intensivas são clientes preferenciais em projeto de eficiência energética. Está provado que é muito mais econômico investir em eficiência energética, cujo retorno é garantido e que ajuda a modernizar o parque da empresa. No Brasil a miopia continua. Há exemplo de prédios mal projetados cujo custo de operação a cada dois anos gasta em energia, por exemplo, para climatizá-lo, o equivalente para construir um prédio novo de mesmo porte. Outro assunto de grande importância é contrato de fornecimento de energia elétrica junto à Concessionária. Se mal feito pode representar um prejuízo de milhões de reais. A energia solar pode ser uma alternativa muito interessante para diminuir os custos de fornecimento de energia. Enfim, há um vasto campo de aplicação dos conceitos do usos eficiência de energia elétrica, inclusive nas nossas residências. Essa cultura é polarizadora e deve ser disseminada nas escolas de ensino básico. O mundo está exigindo posturas que preservem o meio ambiente. Os créditos de carbono estão aí para serem obtidos com uma excelente fonte de renda. Cada tonelada evitada aufere, em média, 5 dólares americanos.
Obrigado pelo comentário, Hilton!