Quem sabe administrar, administra até a crise
Por Marcelo Mendes*
Nos últimos anos, enfrentar seguidas crises em nosso país tem sido um desafio e tanto, não somente para as empresas do setor de eletricidade, mas para todas as outras, especialmente na área de serviços. Tal realidade nos faz compreender que a escapatória e o crescimento estão atrelados à administração consciente e concentração dos investimentos em empreendedores nacionais, com o objetivo de fortalecer ainda mais a economia local.
Em 2020, por exemplo, o mundo parou suas produções com o início e avanço da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), concentrados em cuidar da saúde de seus cidadãos. Por isso, ficou ainda mais caro e complicado importar matéria-prima e componentes de outros países, principalmente da China, onde tudo iniciou.
Agora, o cenário de elevação de custos em diversos setores se repete com a importação de produtos vindos da Rússia e Ucrânia, países que iniciaram uma guerra, e já vêm trazendo reflexos significativos.
Nesse sentido, nós, na KRJ, sempre preferimos investir em fornecedores brasileiros e empresas sediadas em território nacional, até mesmo por compreender a importância de investir no país e fazer “girar a roda” desse investimento local que é tão importante, além do mais, somos uma empresa totalmente nacional.
Nas diversas análises realizadas para comparativos de preços de itens importados e nacionais, não avaliamos somente o preço de aquisição de maneira isolada, mas os demais componentes deste custo, como oscilação cambial, às dificuldades de transporte e logística, os prazos de entrega totais, transporte e fabricação, o suporte pós-vendas, as quantidades envolvidas versus o custo de desembolso. O imediatismo neste caso é caro!
Uma boa administração envolve inúmeras ações estrategicamente planejadas. O futuro e bem-estar da sua empresa estão em risco, então é necessário cautela e organização. Dessa forma, após extensos estudos, optamos pela concentração na negociação com fornecedores nacionais, e aplicar nossas políticas locais, tentando economizar ao máximo, mas com aquisição de matérias-primas de qualidade. Como já temos uma relação bastante sólida com nossos parceiros, essa tratativa é facilitada, por isso a importância em manter o relacionamento com quem fornece os materiais e criar o hábito de tratá-los realmente como parceiros e conservar essa interação comercial saudável.
Adiante, a ideia é também reduzir ao máximo o desperdício na produção. Sempre questionamos como podemos fazer melhor e com menor custo. O mercado não paga por nossa ineficiência e todo custo é exaustivamente questionado. Com essa escolha, podemos alocar recursos que não estavam sendo utilizados com inteligência, melhorar a forma de fabricação e auxiliar nossos colaboradores no aperfeiçoamento das técnicas, além de controlar a administração do caixa, já que conseguimos reduzir custos, diminuir a rotatividade de compra e ampliar a utilização dos materiais.
Então, com a política de investimento local, não somos obrigados a precisar de outros países e nem nos preocupar com reabastecimento de matéria-prima e ainda incentivamos as outras empresas brasileiras a continuarem suas atividades. Tudo isso nos leva a crescimentos acima dos projetados, mesmo vivenciando períodos desafiadores.
Nosso compromisso vai muito além do comercial, pois somos responsáveis por inúmeras pessoas que ajudam a economia brasileira girar e, dessa forma, fomos um agente importante, pelo menos no âmbito paulistano, na geração de empregos, numa época em que o habitual é a demissão. A mão de obra qualificada e segurança dos colaboradores auxiliaram em nosso crescimento, assim sendo, o investimento continua e a crença de que novos e melhores tempos virão.
*Marcelo Mendes é economista e gerente geral da KRJ, especializada em conexões elétricas