Transformação industrial traz vantagem competitiva para o Brasil
O Brasil evoluiu de forma tardia na industrialização, tendo o início deste processo apenas no século XX, cerca de 200 anos depois da Europa, por exemplo. E ainda hoje, o País segue muito atrás de outras nações, como EUA, China e Coréia.
Não à toa que muitos dos produtos consumidos por aqui vêm destes países, que possuem produção em alta escala e com preços extremamente competitivos.
E este é o principal aspecto para que o Brasil cresça e consiga atingir um patamar de produção e competitividade, nos quais não dependa de outros países para a obtenção de produtos, bem como oferecer qualidade com preços mais justos, já que teríamos uma demanda maior.
Benefícios da automatização dos processos industriais
Para o engenheiro mecatrônico, especialista em Indústria 4.0, Automação Industrial e em projetos de inovação, Anderson Rezende, duas palavras são fundamentais neste processo: estratégia e vantagem competitiva.
“Muitas empresas procuram investir em inovação para obter vantagem competitiva diante dos seus concorrentes, porém, esse modo de operação não desenvolve uma longevidade de ganhos, pois a colocação de uma ferramenta de dados, um robô, ou até mesmo a implementação de uma estrutura de dados, resolve um problema pontual apenas. As grandes empresas do mundo investem na estratégia, testando inicialmente uma cultura analítica, desenvolvendo projetos de pesquisa e desenvolvimento, expandindo esse assunto em todos os pontos da empresa”, comenta o especialista.
E ele agrega ainda mais mostrando que tudo parte deste plano. “Quando a estratégia nasce na empresa partindo dos tomadores de decisão e gestores isso torna uma cultura com mais longevidade e mais robusta, garantindo que os resultados dessa transformação sejam constantes e chegue a todas as áreas da empresa”, ressalta Anderson.
Segundo ele, a produtividade é um dos pontos principais quando o assunto é inovação no setor Industrial.
“As fábricas brasileiras têm sua referência produtiva menor que em outros países, como exemplo, uma capacidade 25% menor de trabalho do que um norte-americano. E quando falamos disso, citamos a pessoa e o ambiente onde estão inseridas. Não se pode calcular apenas o indivíduo, mas sim todas as variáveis que complementam isso entre eles estão: tecnologia existente nas fábricas, infraestrutura logística, rotatividade de profissionais, qualificação, falta de foco e objetividade e a carga de impostos e benefícios para adoção de incentivos tecnológicos e fiscais”, orienta Anderson.
Transformação industrial gerando empregos
Ao contrário do que mitos acreditam, automatizar os processos da Indústria vai gerar muitos empregos diretos e indiretos. E temos como exemplo a Coréia, que possui a maior quantidade de robôs por trabalhador e um dos menores índices de desemprego mundiais.
E Anderson esclarece que a conformação da Indústria nacional trará novos postos de trabalho, com menores índices de problemas.
“A transformação digital é uma troca do modelo de empregos. O Brasil viveu por anos com as fábricas atuando com seus processos manuais, com muitos funcionários, mas com muitos acidentes nas linhas de produção, um custo operacional excessivo e um controle de qualidade ineficiente. Os empregos gerados na transformação devem ser alinhados aos cursos de qualificação atuais e assim, como a tecnologia se recicla, a qualificação profissional não pode ser abandonada. As fábricas que desejam se transformar, devem pensar em obter essa transformação na qualificação dos profissionais atuais”, ressalta o engenheiro.
A Economia brasileira também ganha
Além de tudo isso, quando mais o Brasil se desenvolve tecnológica e profissionalmente, maior será a sua produção e, assim, mais oportunidades de exportar os produtos o País terá.
Segundo Anderson, com o câmbio internacional inflacionado pelo dólar, o real torna-se uma vantagem financeira para outros países adquirirem produtos e serviços brasileiros. “Empresas qualificadas e preparadas para a implantação de sistemas e tecnologias de ponta, oferecem um aumento de qualificação dos profissionais e, automaticamente, uma vantagem competitiva, onde todas as empresas do setor estarão com uma referência de produtos, processos e qualidade muito próximo a de países que hoje são referência. Com isso, o Brasil conseguirá produzir mais, assegurando processos de qualidade e se colocando em outros países, como uma alternativa de custo mais acessível para exportação”, finaliza o especialista.
O nó górdio da questão, desculpe-me da ousadia, se resume na qualidade da educação brasileira. Temos uma cultura do bacharelado. Aqui, ainda perdura a ideia de ser técnicos de nível médio é uma demanda para o filho das classes mais pobre. Com a nova lei de diretrizes básicas para a educação, onde se tenta incentivar que os jovens possam optar, em concomitância, uma formação de ensino médio tradicional com o técnico é um avanço que há muito o país clama. Ainda perdura em alguns setores tidos como bom geradores de emprego a formação de mão de obra apenas no campo. Um exemplo emblemático que se destaca é a construção civil. Discordo que para exportarmos é necessário que haja a desvalorização da nossa moeda. Se é que entendi bem? Para quem exporta é o melhor dos mundos. Precisamos sim priorizar com incentivos financeiros as nossas Universidades Públicas e Gratuitas que nesse país são as que verdadeiramente fazem pesquisas, que oscila em torno de 95% dos trabalho de pesquisas. Há boas exceções das de cunho católico. Frisamos que uma moeda fraca e um país com baixo domínio das tecnologias de ponta são motivos também para provocar uma inflação alta. Vide o momento que vivemos. É evidente que há outras causas importantes que colaboram, como o famigerado custo Brasil, devido a uma má infraestrutura etc. Em tempo! Há que registramos o colapso que vive a alta administração do ministério da Educação que teve 5 titulares. Uma vergonha. Para esse governo as Universidades Públicas são um antro de esquerdistas e drogados. É mole! Fiquemos pasmos! A UFRJ vive de pires na mão e está prestes a não poder pagar os seu custeio, ou seja, água, energia, limpeza, segurança etc. Precisamos deixar de ser um país injusto e estranho! Engenheiro, professor, mestre em ciência de engenharia elétrica, sistema de potência-COPPE/UFRJ.
Perfeita sua explanação!
Permita-me só acrescentar que temos uma cultura de transporte logístico e também de pessoas, esmagadoramente baseada na modalidade rodoviária. Nos países desenvolvidos, aproveita-se muito o transporte ferroviário e fluvial de produtos e passageiros.