5 mitos e verdades sobre o mercado livre de energia

Desde janeiro de 2024, uma mudança significativa no setor energético brasileiro vem gerando debates e despertando curiosidades: a abertura do mercado livre de energia para consumidores de alta tensão com demanda superior a inferior a 500 kW. Com essa nova possibilidade, mais de 19 mil consumidores decidiram migrar para o mercado livre de energia no primeiro trimestre, segundo dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
Com o mercado livre de energia se consolidando como uma opção atrativa para empresas de pequeno e médio porte, é fundamental dissipar as dúvidas e esclarecer os mitos que ainda cercam esse novo modelo. Com transparência e informação, os consumidores podem tomar decisões mais conscientes e aproveitar ao máximo as oportunidades oferecidas por essa transformação no setor energético brasileiro.

Nesse novo cenário, os consumidores têm a oportunidade de escolher um comercializador varejista habilitado na CCEE, responsável pela gestão e negociação de energia. Mas, afinal, o que é mito e o que é fato sobre esse mercado em ascensão? Joana Waldburger, diretora-executiva da TYR Energia, esclarece alguns mitos e verdades sobre o assunto:

VERDADES

1- Redução de até 40% na conta de energia? Verdade!

Uma das maiores vantagens do mercado livre de energia é a possibilidade de negociar diretamente com as comercializadoras, o que pode resultar em significativas reduções nos custos. Empresas que migraram para esse mercado já relataram economias expressivas, algumas alcançando até 40% de redução em suas contas de energia.

2- É possível escolher fornecedores de energia renovável? Verdade!

No mercado livre, a liberdade de escolha se estende também à fonte da energia. Empresas preocupadas com a sustentabilidade têm a oportunidade de optar por comercializadoras que oferecem energia proveniente de fontes renováveis, como solar, eólica e biomassa.

3- No mercado livre eu consigo identificar oportunidades de eficiência energética? Verdade!

Para além da redução dos custos, o mercado livre revoluciona a forma como os clientes finais lidam com seu consumo de energia. Com inovação e digitalização, tecnologias como os medidores inteligentes possibilitam o acompanhamento do consumo em tempo real, controle do número de aparelhos eletrônicos conectados e realização de medições setorizadas, identificando aparelhos ineficientes. Isso tem impacto direto no consumo e promove eficiência energética.

4- É preciso aguardar até 180 dias para concluir o processo de migração para o mercado livre? Verdade!

O processo de migração ocorre num prazo de até seis meses. Mas alguns fatores, como a análise da viabilidade econômica e o encerramento contratual com a distribuidora, podem fazer com que esse prazo seja ultrapassado.

5- Uma vez migrado para o mercado livre, posso voltar para o mercado cativo? Verdade!

Sim, é possível voltar para o mercado cativo. A distribuidora pode pedir até cinco anos de carência para que o consumidor volte ao mercado cativo, mas essa possibilidade é muito remota, especialmente para clientes de menor porte.

MITOS

1- Consumidores residenciais já podem participar! Mito!
A adesão ao mercado livre de energia só está disponível para consumidores de alta tensão. Até dezembro de 2023, somente consumidores do Grupo A com demanda superior a 500 kW podiam migrar e, a partir de janeiro de 2024, o mercado livre está aberto para todos os consumidores de alta tensão, que não inclui consumidores residenciais. “Ainda é um assunto bastante debatido, mas existe a possibilidade de que consumidores residenciais tenham esta opção a partir de 2028. Em diversos países como Reino Unido, Austrália e Estados Unidos, os consumidores residenciais já podem ter acesso ao mercado livre de energia”, explica Waldburger.

2- A conta de energia para quem permanece no mercado cativo vai aumentar? Mito!

Uma preocupação recorrente é se a migração em massa para o mercado livre resultará em aumento das contas de energia para aqueles que permanecerem no mercado cativo. No entanto, não há evidências que justifiquem esse receio. “A abertura do mercado está sendo feita pelas autoridades do setor elétrico em um cronograma que dá essa proteção ao consumidor que desejar ficar no mercado cativo. Um mercado totalmente livre de energia, competitivo e bem regulado é o melhor caminho para oferecermos aos consumidores o melhor serviço pelo preço mais baixo possível”, esclarece a executiva.

3- No mercado livre de energia, preciso administrar o pagamento de muitas contas, como a da distribuidora, impostos, custos de gestão etc? Mito!

Quando fizer a migração para o mercado livre de energia, vão acontecer algumas mudanças nas suas rotinas de pagamento. Com a migração, os clientes continuam pagando parte de seus custos para a distribuidora local e os demais custos para a comercializadora de energia contratada, como encargos, impostos e custos com gestão. Essa quantidade de contas pode ser desmotivadora para o empreendedor, que já precisa se preocupar com diversas outras questões. Mas empresas como a TYR simplificaram o processo, graças à tecnologia do boleto único. Com boleto único, os consumidores pagam apenas uma conta, poupando horas preciosas de trabalho, finaliza Waldburger.

4- A migração para o mercado livre fará com que eu seja desconectado da distribuidora? Mito!

Ao migrar para o mercado livre de energia, você não será desconectado da distribuidora de energia elétrica. A distribuidora continuará sendo responsável pela entrega da energia até o ponto de conexão de sua empresa ou unidade consumidora. No mercado livre, a comercializadora será responsável por fornecer a energia elétrica que você consome, enquanto a distribuidora continuará responsável pela manutenção das redes de distribuição, pela leitura do medidor e pela resolução de problemas relacionados à entrega física da energia.

5- Migrar para o mercado livre é a mesma coisa que contratar GD (Geração Distribuida)? Mito!

Não, migrar para o mercado livre de energia não é a mesma coisa que contratar Geração Distribuída (GD), embora ambas sejam opções que oferecem certa independência em relação aos fornecedores tradicionais de energia elétrica.

No mercado livre, os consumidores têm a liberdade de escolher as comercializadoras de energia, negociar contratos diretamente com eles e decidir os termos de fornecimento de energia, como preço e fonte de energia. No entanto, isso não implica em produzir sua própria energia, mas sim em escolher quem a fornece.

Já a Geração Distribuída envolve a produção de energia elétrica por meio de fontes localizadas próximas aos pontos de consumo ou nos seus próprios telhados, no caso de placas fotovoltaicas. Contudo, GD pode incluir também painéis solares em outras localidades, geração eólica, pequenas centrais hidrelétricas, sistemas de cogeração, entre outros. Os consumidores que investem em GD podem gerar parte ou toda a energia que consomem, ou comprá-la de outras localidades, reduzindo assim sua dependência da rede elétrica tradicional.

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