Como definir o número de circuitos e quadros elétricos
Em qualquer tipo de imóvel é fundamental ter uma adequada divisão dos circuitos elétricos. Esse fator garante uma instalação segura e ainda facilita futuras manutenções.
Para que a instalação de sua residência seja segura e adequada, a IFC/Cobrecom, que é referência nacional na produção de fios e cabos elétricos com qualidade, inovação e segurança, explica como definir o número de circuitos e quadros elétricos de seu imóvel.
Circuitos elétricos – A norma ABNT NBR 5410 – Instalações Elétricas de Baixa Tensão não estabelece um número específico de circuitos que uma instalação elétrica deve ter, mas orienta que sejam criados tantos circuitos quanto forem necessários para que a instalação funcione corretamente e com segurança.
“Além disso, a NBR 5410 estabelece que devem ser previstos circuitos separados para pontos de iluminação e de tomadas. No caso particular de instalações em locais de habitação, é preciso planejar um circuito independente para os equipamentos com corrente elétrica igual ou superior a 10A, como chuveiros e torneiras elétricas”, ressalta Hilton Moreno, que é professor, engenheiro eletricista e consultor Técnico da IFC/Cobrecom.
O profissional explica que, no caso de instalações residenciais, há uma exceção à regra, na qual é permitido juntar os circuitos de iluminação e de tomadas em áreas não frias como salas e dormitórios. Essa prescrição é válida desde que a corrente total do circuito não seja superior a 16A e que exista mais de um circuito para alimentar essas tomadas e pontos de iluminação.
“Porém, para esse caso, na hora de realizar o projeto é preciso usar o bom senso, pois para instalações elétricas residenciais a NBR 5410 determina que os circuitos de iluminação tenham fios e cabos com seção nominal mínima de 1,5 mm², enquanto os de tomadas de uso geral devem ter seção mínima de 2,5 mm². Ou seja, nesse caso o circuito deverá ter cabos com seção nominal mínima de 2,5 mm² e, com isso, o projetista deve avaliar se financeiramente vale juntar os circuitos de iluminação e tomadas nesses ambientes”, diz Moreno.
Quadro elétrico – É o centro de distribuição de toda a instalação elétrica. Ele recebe os fios e cabos que vêm do medidor e é dele que partem os circuitos que alimentarão diretamente os aparelhos elétricos e eletrônicos, as lâmpadas e as tomadas.
Vale lembrar também que é nele que devem ser instalados os itens de proteção como os disjuntores, DRs, entre outros.
A NBR 5410 não determina quantos quadros devem existir nas instalações elétricas.
“Mas, para se chegar à quantidade ideal, o melhor é sempre ter bom senso, já que o número de quadros é geralmente determinado pela área atendida pela instalação e pela potência das cargas a serem alimentadas”, afirma Moreno.
O profissional explica que casas com áreas pequenas geralmente possuem apenas um quadro.
“Porém, residências maiores podem precisar de pelo menos dois quadros conforme cada caso. Em imóveis em que os circuitos possuem mais de 20 ou 30 metros, é conveniente analisar a possibilidade de adicionar mais quadros elétricos para evitar problemas como quedas de tensão, por exemplo”, completa Moreno.
Segundo ele, também é muito comum os imóveis residenciais com dois pavimentos e uma edícula terem um quadro elétrico no pavimento térreo, outro no piso superior e outro na edícula.
Apesar de não ser obrigatório, essa quantidade de quadros pode facilitar futuras manutenções, pois os circuitos elétricos estarão mais bem distribuídos.
Vale lembrar que o quadro elétrico deve ser instalado em local de fácil acesso, longe de água e gás e seu acesso deve estar sempre desobstruído.
Outro ponto importante é que todos os componentes de um quadro elétrico devem ser identificados, sendo que os disjuntores devem ser etiquetados com a identificação de qual circuito elétrico ele atende.
Com isso, em casos de manutenções, basta desligar o respectivo disjuntor.
Cuidado para não errar – Alguns cuidados adicionais podem garantir que essa etapa seja um sucesso e a sua instalação elétrica seja segura e de qualidade.
Para isso, siga as dicas da IFC/Cobrecom:
Lembre-se que em locais de habitação é proibido instalar dois ou mais aparelhos cada um com corrente elétrica igual ou superior a 10A em um mesmo circuito. Esse fator resultará em sobrecargas e outros problemas para a instalação elétrica do imóvel;
Lembre-se que a economia é inimiga da instalação elétrica, e a opção por um menor número de circuitos elétricos pode gerar sobrecargas se o dimensionamento não for realizado corretamente;
Em áreas molhadas como banheiros e lavanderias, os circuitos de tomadas e iluminação devem sempre estar separados, independentemente do tipo de edificação; Ao optar por dividir os pontos de tomada e iluminação em vários circuitos elétricos, você ganhará mais facilidade em caso de manutenção, pois será preciso desligar apenas o disjuntor do circuito que necessita de reparos.