Data especial para Itaipu Binacional
No dia 26 de abril a Itaipu Binacional celebrou uma das datas mais importantes de sua história: o aniversário da assinatura do Tratado que, há 46 anos, deu origem à criação da usina. Sem esse arranjo diplomático, resultado do esforço de brasileiros e paraguaios, a construção da maior hidrelétrica em geração limpa e renovável não seria possível.
Após a conclusão da obra e a conquista de sucessivos recordes, hoje, novos desafios surgem no horizonte. Os principais são os estudos para a revisão do Anexo C, que trata das bases financeiras do Tratado; a atualização tecnológica da usina; e a construção de uma segunda ponte entre Foz do Iguaçu, no Brasil, e Presidente Franco, no Paraguai. Além disso, Itaipu precisa garantir a manutenção da sua missão ampliada, que inclui o cuidado da água, do meio ambiente e da gente do seu entorno.
Esta data é a primeira de uma série de comemorações na usina. No dia 5 de maio Itaipu completa 35 anos de geração de eletricidade. E no dia 17 de maio são celebrados os 45 anos de criação da entidade binacional, resultado de um Tratado com características únicas no mundo, no aspecto jurídico e diplomático.
O diretor-geral brasileiro da usina, general Joaquim Silva e Luna, diz que, para se chegar a um Tratado que prevê igualdade de direitos e obrigações entre os dois países-sócios, foi necessário superar muitos obstáculos e usar de bom senso e de boa vontade, “qualidades que não faltam ao nosso povo brasileiro e aos irmãos paraguaios”. Segundo ele, “sem esse entrosamento, ao longo de décadas, a Itaipu Binacional não seria o sucesso que é desde o seu projeto”.
Por coincidência, o aniversário do Tratado é no mesmo dia em que, há dois meses, o general Joaquim Silva e Luna assumiu o comando da Diretoria-Geral Brasileira da usina. Desde sua posse, ele definiu como missão gerir Itaipu da melhor forma possível, buscando aperfeiçoar a aplicação dos recursos financeiros, com respeito às premissas básicas da boa administração pública, conforme o Artigo 37 da Constituição Federal: legalidade, moralidade, impessoalidade, publicidade, eficiência e transparência.
Silva e Luna assegura que, 46 anos depois de assinado o Tratado que originou a usina, ainda há muito trabalho pela frente. O principal é garantir que Itaipu mantenha a excepcional geração anual superior a 90 milhões de megawatts-hora e continue a ser a “usina dos recordes”. Para garantir sua sustentabilidade, Itaipu já começou a investir firme em renovação tecnológica.
Nos próximos 14 anos, a hidrelétrica passará por um processo de atualização que implicará em muito mais do que a simples troca de equipamentos por outros mais modernos. O plano é repensar funcionalidades e processos, além de permitir uma leitura mais detalhada das unidades geradoras, para que seja possível alcançar ainda melhores marcas de produção anual.
Outro grande desafio, nos próximos anos, é a revisão do Anexo C do Tratado de Itaipu, que trata das bases financeiras dos serviços de eletricidade. É uma negociação entre brasileiros e paraguaios que precisará chegar a bom termo em 2023, quando Itaipu estará com suas dívidas quitadas e se tornará, assim, uma usina pronta para oferecer ainda mais vantagens aos países sócios.
A construção da ponte entre Foz do Iguaçu e Presidente Franco, no Paraguai, também vai exigir muito esforço por parte da binacional. Para Silva e Luna, a ponte “é uma obra estruturante que certamente vai criar novas oportunidades de desenvolvimento para os dois países e até para boa parte da América Latina”.
O investimento será diluído ao longo do orçamento dos próximos três ou quatro anos, sem onerar a tarifa de Itaipu, para não prejudicar o consumidor brasileiro. Recursos serão realocados de projetos ou ações sem legado para a obra, considerada de grande impacto social.
O diretor-geral brasileiro de Itaipu considera que a segunda ponte aproximará ainda mais brasileiros e paraguaios, além de representar um investimento que vai mudar o futuro de toda a região. “Recentemente, li uma frase que me fez pensar: ‘Quem constrói pontes, antecipa soluções’. É só imaginar o que será esta região depois da ponte e a frase ganhará sentido”, comenta Silva e Luna.
“Queremos que esta segunda ponte, tanto no sentido material como simbólico, seja festejada desde sua inauguração. E perdure para sempre entre nossos povos irmãos, tornando-se mais um símbolo de amizade e união entre nossos povos”, completou.
Com 20 unidades geradoras e 14 mil MW de potência instalada, a Itaipu Binacional é líder mundial na geração de energia limpa e renovável, tendo produzido, desde 1984, mais de 2,6 bilhões de MWh. Em 2016, a usina brasileira e paraguaia retomou o recorde mundial anual de geração de energia, com a marca de 103.098.366 MWh. Em 2018, a hidrelétrica foi responsável pelo abastecimento de 15% de toda a energia consumida pelo Brasil e de 90% do Paraguai.