Grupo Prysmian reforça o fornecimento de sistemas elétricos de alta tensão
O Grupo Prysmian estabelece um novo patamar na indústria nacional de cabos isolados de alta tensão ao se tornar a única empresa no país capaz não só de fabricar, mas também de qualificar e instalar sistemas de cabos para a classe de tensão 138 kV.
Um sistema de cabos (comumente chamado de cable system) é um circuito elétrico composto por cabos de alta tensão isolados e acessórios, como terminais e emendas.
A novidade é um desdobramento da retomada da fabricação dos cabos isolados de 138 kV na planta industrial de Poços de Caldas-MG, o que por si só já representava um grande feito industrial por se tratar da classe de tensão mais alta já produzida aqui no Brasil.
Uma vez confirmada a fabricação, a homologação era o próximo passo, afinal, a Prysmian acreditou ser possível também certificar estes cabos localmente, dispensando o envio dos produtos para ensaios na Europa, por exemplo.
“O processo de qualificação envolve a instalação de acessórios como emendas e terminações, que são realizadas por um time técnico especialista da própria Prysmian, juntamente com a necessidade de toda uma infraestrutura de laboratório bastante específica, para tornar possível a realização de todos os ensaios previstos na IEC 60840, norma internacional que descreve os ensaios requeridos para cabos e sistemas de cabos de alta tensão até 150 kV”, explica Thiago Bragagnolle, gerente do laboratório de Pesquisa & Desenvolvimento do Grupo Prysmian.
“Integramos as equipes dos nossos laboratórios no Brasil, distribuídos pelas plantas de Poços de Caldas-MG, Sorocaba-SP e Vila Velha-ES, junto à equipe de instalações de alta tensão, formando um time altamente qualificado que, inclusive, passou por treinamentos externos realizados em outras plantas da Prysmian na Europa”, completa.
O processo de homologação do chamado cable system tem várias etapas: dentre elas, é realizada a instalação de um circuito com cabos e acessórios de forma semelhante a uma instalação real em campo, porém, dentro de um laboratório. Os acessórios são os mesmos utilizados nas aplicações práticas de campo fornecidos pela Prysmian, como terminais externos não isolados, terminais específicos para subestação isolada a gás (GIS) e emendas.
“Em seguida, realizamos diversos ensaios que colocam o cabo e os acessórios nas mais críticas situações. Por exemplo, realizamos ensaios de tensão aplicada com valores 2,5 vezes acima do valor de tensão de uma aplicação real e aplicamos no circuito impulsos de tensão de 650 kV, que simulam descargas atmosféricas que eventualmente podem atingir o cabo e acessórios em sua aplicação real”, afirma o engenheiro da Prysmian.
Também são realizados ensaios de tensão com ciclos de aquecimento, onde todo o circuito é elevado para temperatura de operação real, além de ensaios de descargas parciais e de tangente delta em temperatura ambiente e de operação.
Tudo isso faz com que a Prysmian seja capaz de realizar localmente o projeto, onde é definido o design do cabo e os acessórios que serão necessários para o sistema, fornecer estes produtos (cabos e acessórios), realizar a sua instalação com equipe própria e estrutura local e também executar os ensaios de comissionamento após a instalação com equipamentos próprios e disponíveis no Brasil.
Tamanho feito traz grandes diferenciais competitivos para a Prysmian no mercado de alta tensão. A fabricação e homologação local reduzem de forma significativa os elevados custos de transporte marítimo internacional e o tempo de entrega. Além disso, a carga tributária fica menor para produtos fabricados localmente.
“O cliente vai precisar gastar menos para acompanhar os processos produtivos e ensaios finais de fábrica, justamente por agora tudo ser feito em território nacional. Após instalado, em caso de alguma emergência do projeto, a fabricação local se torna ainda mais interessante para o caso de uma reposição inesperada”, comenta Daniel Azevedo, gerente Comercial de Projetos de Alta tensão da Prysmian Brasil.
A Prysmian também possui soluções para monitoramento destes cable systems, como o sistema de monitoramento de temperatura (DTS) e ainda equipamento de medição de descargas parciais (DP), resultando em maior confiabilidade, menor risco de falhas e potencialização da vida útil do sistema. Todas estas soluções são desenvolvidas, fabricadas e instaladas pela própria empresa.
Especificamente sobre o cabo isolado 138 kV, ele pode ser fabricado em condutores de cobre ou alumínio. A capa pode ser feita de High-density polyethylene (HDPE), polímero termoplástico conhecido em português como polietileno de alta densidade, ou composto livre de halógenos e com baixa emissão de fumaça.
Por ser isolado, este cabo é indicado para redes de alta tensão subterrâneas em curtas e médias distâncias, uma alternativa que ocupa menos espaço e é mais segura, além de entregar um resultado esteticamente melhor do que as tradicionais linhas de transmissão aéreas.