Os maiores vilões da conta de luz e como economizar energia
A tarifa de energia elétrica acumulou aumento de 5,95% no Brasil no primeiro semestre de 2023, mostra levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Além disso, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou em julho deste ano novas tarifas de transmissão de energia e a receita anual das transmissoras, que devem ter um impacto médio de 2,35% na conta de luz dos consumidores.
No contexto empresarial, o custo da energia elétrica impacta em uma série de questões, que vão da precificação do serviço ou produto oferecido à margem de lucro, impactando, consequentemente, o sucesso do negócio.
“A conta de energia elétrica do nosso país está entre as mais caras do planeta. É urgente repensar a forma de obtenção de energia, tanto pelo âmbito econômico quanto pelo olhar da sustentabilidade, considerando que as despesas com energia elétrica podem representar mais de 40% do custo de produção de uma companhia”, explica o fundador da energytech Juntos Energia, José Otávio Bustamante.
A empresa oferece aos consumidores a possibilidade de utilizar energia limpa sem instalação de equipamentos ou qualquer investimento, por meio da tecnologia de energia limpa compartilhada. Também chamado de “energia por assinatura”, o modelo traz diversas vantagens em relação ao consumo tradicional de energia, além de impactar positivamente no valor da conta de luz. “Na tecnologia de energia limpa compartilhada, o consumo energético da casa ou negócio do cliente é conectado a fazendas solares parceiras. Assim, é possível utilizar energia limpa sem a necessidade de instalar placas solares, por exemplo”, explica Bustamante.
Além da busca por fontes alternativas de geração de energia, o consumidor empresarial também quer economizar com a energia elétrica como alternativa mais imediata. “Para pequenos e médios negócios, a conta de energia elétrica pode causar um impacto bastante significativo nos gastos mensais – e a adoção do uso de energia limpa pode gerar economia equivalente a mais de uma conta de luz por ano. Então, além de ser prático, não ter taxa de adesão, mensalidade e ainda contribuir com o meio ambiente, o uso da energia compartilhada traz redução nos custos da conta todos os meses”, aponta o especialista.
Já no uso diário de equipamentos no ambiente de uma empresa, alguns deles, assim como alguns hábitos, são considerados “vilões” da conta de luz por causa de seu consumo mais alto. Confira quais são os principais e como é possível economizar energia com cada um deles.
1) Ignorar o uso de energia renovável
Apostar na energia renovável é um passo muito importante para a empresa, não só falando em economia, mas também no que tange à sustentabilidade. O uso de energia limpa ajuda a gerar menos desperdício, poluição e outras formas de agressão ao meio ambiente. Em um mercado que cada vez mais está atento às práticas de ESG (environmental, social and governance” – ambiental, social e governança, em português), isso impacta também positivamente para a identidade da companhia.
2) Ar-condicionado
Sempre mantenha as janelas e portas fechadas nos ambientes em que o equipamento esteja sendo utilizado. Isso contribui para reduzir o esforço energético do aparelho. O uso de cortinas ou persianas, reduzindo a incidência dos raios solares no ambiente climatizado, evita a sobrecarga térmica para o ar-condicionado, reduzindo o consumo energético.
A realização constante de revisões nos equipamentos de refrigeração é muito importante. Além disso, lembre sempre a equipe de desligar o aparelho quando não estiver utilizando os ambientes, como em salas de reunião, por exemplo.
3) Equipamentos sem revisão regular
A manutenção preventiva dos equipamentos ajuda a detectar falhas que prejudicam o adequado desempenho. Quando não estão funcionando corretamente, além dos possíveis gastos com manutenção corretiva, ainda pode haver impacto no aumento da conta de energia elétrica. Portanto, a dica é agendar uma manutenção preventiva geral semestral, verificando as condições de todos os equipamentos.
4) Não estabelecer metas de redução de gastos
Ao realizar análises dos custos de energia elétrica, tanto de forma geral quanto por setor, fica mais fácil mapear onde estão ocorrendo os desperdícios e o que é possível fazer em relação a isso. Com essa análise em mãos, é possível definir metas personalizadas de consumo para cada departamento, sejam elas mensais, bimestrais ou até mesmo semestrais, e assim reduzir os custos gradativamente. Bom para a empresa, bom para o planeta.
5) Não conscientizar os colaboradores
O consumo consciente deve ser estimulado dentro de uma empresa, pois não há como realizar as metas de redução sem a conscientização e engajamento de toda a equipe. Agendar reuniões periódicas para falar sobre o assunto, criar um comitê voltado ao tema, utilizar o marketing interno para a distribuição de mensagens e avisos, tudo isso pode ajudar.
Consumidores empresariais podem economizar no mercado livre de energia
A partir de janeiro de 2024, os consumidores que utilizam energia em alta tensão terão a liberdade de adquirir energia de qualquer fornecedor, excluindo a empresa distribuidora, mediante negociação de preços. Isso significa, na prática, que clientes com contas acima de R$ 5.000,00, incluindo pequenos varejos, comércios e outros tipos de negócio, já poderão ter economia de até 35% na conta de luz.
O Mercado Livre de Energia foi criado, no Brasil, em meados dos anos 1990 e é um instrumento estratégico importante em busca de fomentar e aquecer a concorrência e a competitividade das empresas do setor elétrico. Funciona como um conjunto de procedimentos e regras que propiciam aos consumidores uma maior liberdade de escolha sobre quem vai fornecer energia elétrica para sua empresa, quanto vai cobrar, qual a matriz geradora e que quantidade de energia é a ideal para seu perfil de consumo.
“O consumidor quer a mesma liberdade que as grandes empresas já desfrutam, escolhendo de quem comprar energia e de que matriz energética ela sai. A consciência ambiental e o hábito que o ambiente de liberdade e a abertura econômica proporcionam fizeram o consumidor brasileiro ansiar por essas novidades”, conclui o CEO da companhia pernambucana Elétron Energy, André Cavalcanti.