Dicas da IFC/COBRECOM para aquisição de fios e cabos
Os fios e cabos elétricos estão entre os materiais mais relevantes para a instalação elétrica de um imóvel e possuem a função de levar a energia desde o padrão de entrada onde está localizado o medidor até os pontos de utilização, como as tomadas e as lâmpadas.
“Pelo fato de os condutores elétricos não ficarem visíveis (estão dentro das paredes), muitas pessoas acabam não dando a devida importância na hora de comprar esses produtos. Por isso, economizar é palavra proibida na hora de adquirir os fios e cabos elétricos, pois ao obter produtos de qualidade duvidosa serão comprometidos o funcionamento e a segurança da instalação elétrica, e aparecerão problemas como o aumento no consumo de energia elétrica, além de curtos-circuitos e até mesmo incêndios”, ressalta o professor e engenheiro eletricista Hilton Moreno, que também é consultor técnico da IFC/COBRECOM, uma das principais fabricantes de condutores elétricos de baixa tensão do país.
De acordo com o profissional, uma dica importante é sempre desconfiar de fios e cabos elétricos com preços muito baixos. Além disso, é fundamental adquirir materiais de marcas reconhecidas no mercado para ter uma instalação de qualidade, segura e confiável.
Dica 1: Compra garantida!
O primeiro passo para o consumidor adquirir condutores elétricos seguros e de qualidade é buscar referências sobre a marca que está sendo comprada, sobre a empresa que o fabrica, quantos anos está no mercado, entre outros. “Além da busca por empresas conhecidas e de procedência, antes de comprar fios e cabos elétricos é preciso verificar na etiqueta de identificação do produto se contém o Selo do Inmetro. Deve ser inclusive checado no site desse órgão certificador se o número de registro do fabricante está válido, pois também existe a falsificação desse selo”, afirma o consultor técnico da IFC/COBRECOM.
Outra dica é conferir se o fabricante é associado da Qualifio (Associação Brasileira pela Qualidade dos Fios e Cabos Elétricos), que é mais uma garantia de confiança na hora de comprar fios e cabos elétricos seguros e de qualidade, já que a entidade testa e avalia com muito rigor os produtos tanto de fabricantes associados, como também os das empresas não associadas.
Hilton Moreno lembra que ter o apoio de profissionais do segmento elétrico experientes na hora de adquirir os fios e cabos, além de outros materiais elétricos, é sempre uma alternativa interessante para comprar produtos de qualidade e segurança comprovadas.
O profissional ainda recomenda comprar os cabos em lojas idôneas que prezam por vender materiais de boa qualidade. Porém, é importante fazer uma pesquisa de preços e, se houver uma marca de cabo extremamente mais barata do que as outras, pode ser que esse condutor elétrico esteja fora de norma.
Dica 2: Cabos elétricos de qualidade podem durar de 20 a 30 anos
O consultor técnico da IFC/COBRECOM revela que não é estabelecida na normalização técnica nenhuma prescrição relativa à determinação e, consequentemente, à informação sobre a durabilidade, ou seja, a vida útil dos cabos elétricos. “No entanto, a partir de ensaios de envelhecimento acelerado de materiais em laboratório e da análise de cabos retirados de obras muito antigas, é possível estimar que, uma vez atendidas todas as recomendações técnicas para projeto, instalação, operação e manutenção dos cabos, sua vida útil é da ordem de 20 a 30 anos, pelo menos”, afirma Hilton Moreno.
Dica 3: SEGURANÇA é fundamental quando o assunto é fios e cabos elétricos
A compra de condutores elétricos requer muita atenção e cuidado, pois de nada adianta ter o melhor projeto de instalação elétrica se os materiais adquiridos não tiverem os requisitos mínimos estabelecidos e normas e qualidade. “A economia inicial com a compra de condutores elétricos irregulares, por exemplo, sempre resultará em prejuízos e gastos maiores com a revisão da instalação elétrica, uma vez que, para resolver o problema, será necessário comprar novos produtos certificados e gastar com a mão de obra para essas correções”, adverte Moreno.
Por isso, o profissional recomenda investir apenas em produtos de qualidade e segurança reconhecidas, como os fios e cabos de importantes marcas como os da IFC/COBRECOM, que são fabricados com o mais rigoroso controle de qualidade e estão de acordo com as normas técnicas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). Além disso, também possuem certificação do Inmetro. A empresa é associada da Qualifio (Associação Brasileira pela Qualidade dos Fios e Cabos Elétricos).
Dica 4: Fios e cabos elétricos devem ser dimensionados corretamente
Sempre compre os condutores elétricos com as seções nominais especificadas pelo engenheiro eletricista ou outro profissional responsável pela obra. Ao utilizar fios e cabos com as seções corretas, você terá uma instalação segura e sem os riscos de ter gastos a mais com a conta de energia elétrica por causa do aquecimento excessivo do material.
Hilton Moreno faz um alerta: não basta ter os melhores fios e cabos elétricos se eles não forem dimensionados corretamente. “Para fazer o projeto elétrico do imóvel e dimensionar todos os componentes adequadamente, deve ser contratado um profissional habilitado e qualificado, como um engenheiro eletricista, tecnólogo ou um técnico eletrotécnico”, diz Moreno.
Lembrando também que os condutores elétricos devem ser compatíveis com os disjuntores instalados no quadro de luz para que a rede seja adequadamente protegida contra sobrecargas e curtos-circuitos.
Dica 5: Atenção na hora de comprar o tipo de cabo ideal para sua obra
O consultor técnico da IFC/COBRECOM esclarece que existem diversos produtos que não podem ser usados, em hipótese alguma, em instalações fixas de imóveis residenciais, comerciais ou industriais. Por isso, é preciso estar atento com relação ao tipo de fio ou cabo especificado pelo engenheiro eletricista. “Os Cabos PP com isolação para 500 volts, por exemplo, NUNCA devem ser usados em instalações fixas, pois são indicados apenas para a ligação de aparelhos eletrodomésticos, máquinas e ferramentas elétricas portáteis. Além disso, não possuem propriedades antichama”, orienta Moreno.
O profissional ainda lembra que instalações fixas são aquelas que vão do quadro de luz até os pontos de tomadas, iluminação, aquecimento, motores, entre outros; utilizando eletrodutos, canaletas ou outros tipos de linhas elétricas.
Dica 6: Por que os fios e cabos elétricos “piratas” nunca devem ser utilizados?
Esses materiais NUNCA devem ser adquiridos, pois além de irregulares (não estão de acordo com as normas técnicas da ABNT e/ou não possuem ou falsificam a certificação obrigatória do Inmetro), esse tipo de material compromete a instalação elétrica, já que eles não atendem os itens mínimos recomendados pelas normas técnicas e, geralmente, empregam materiais de baixa qualidade e com dimensões insuficientes. “Esses condutores elétricos são ‘desbitolados’, pois possuem menor quantidade de cobre que o exigido pelas normas técnicas. Além disso, o cobre utilizado muitas vezes não tem a pureza exigida para fins elétricos. Esses produtos geralmente usam cobre de sucata com alto grau de impurezas”, revela Hilton Moreno.
Além disso, por ser subdimensionado, o produto conduz menos energia e pode resultar no aquecimento indevido dos condutores (sobrecarga) e também o consequente aumento na conta de luz, nos desarmes frequentes dos disjuntores e também em curtos-circuitos e incêndios.
O consultor técnico da IFC/COBRECOM ainda reforça que esses condutores não contam com a mesma qualidade de isolação que os produtos certificados. “Em geral, o material isolante plástico usado nesses materiais também não é totalmente adequado para fins elétricos, causando fugas de corrente elétrica excessivas, com riscos de choques elétricos e curtos-circuitos, diminuição da vida útil do cabo, e não possui propriedade antichama exigida dos produtos certificados, ou seja, propaga fogo em caso de incêndios”, explica Moreno.
Fique atento também, pois existem muitos desses produtos piratas que possuem o selo do Inmetro falsificado, assim como o endereço e o telefone do fabricante. “É possível obter no site do Inmetro a relação de todas as marcas que estão regularizadas com a certificação dos produtos”, orienta Hilton Moreno.
Outros defeitos dos cabos elétricos piratas – Além da péssima qualidade das matérias-primas usadas em sua fabricação, os condutores irregulares apresentam problemas como a sua vida útil comprometida, a menor resistência às intempéries e o peso menor devido à falta de cobre em sua fabricação. “Outro problema diz respeito ao rolo dos fios e cabos piratas que geralmente possuem menos de 100 metros, ou seja, o dono da obra terá que comprar mais material para completar a instalação elétrica”, diz Moreno.
Dica 7: Como denunciar um produto fora das normas?
Segundo Hilton Moreno, o caminho mais efetivo que existe para encaminhar denúncias sobre suspeita de fraude nos fios e cabos elétricos é a Qualifio (Associação Brasileira pela Qualidade dos Fios e Cabos Elétricos).
A entidade, criada há mais de 27 anos pelo próprio segmento de fios e cabos elétricos, tem como objetivo principal fiscalizar e combater a comercialização de produtos irregulares, identificando os fabricantes desonestos e encaminhando o assunto para as autoridades competentes.
A Qualifio inclusive testa e avalia os fios e cabos de seus associados com o mesmo rigor que os das empresas não associadas.
E, caso seja encontrada alguma irregularidade, o fabricante associado é denunciado ao Inmetro e ao Órgão Certificador, podendo ser até mesmo desligado da entidade.
O site da associação é www.qualifio.org.br e tem um canal direto para que seja feita a denúncia anônima. Também é importante destacar que, dependendo da natureza do problema causado pelo uso dos fios e cabos elétricos irregulares, o lojista que comercializou o produto também pode ser denunciado no processo.