A Rota da Sustentabilidade: Inovações em Data Centers para um Futuro Eficiente
Por Francisco Degelo*
Na atual era digital, a demanda por dados que proporcionem suporte a aplicações e serviços monetizados está aumentando a necessidade por novos equipamentos de TI e pela infraestrutura de data centers para respaldá-los. Esta computação adicional está também aumentando a demanda pelas utilidades necessárias para manter os data centers funcionando.
Por exemplo, a Scientific América sugere o cenário mais pessimista, “se decidirmos fazer tudo em IA, então cada data center terá um consumo de energia 10 vezes maior”.
Na verdade, muitas redes elétricas tradicionais já estão tendo dificuldade para atender a capacidade dos usuários, então, um grande crescimento na demanda as sobrecarregaria, impactando a disponibilidade, a confiabilidade e os custos.
O consumo de eletricidade é a principal informação sobre utilidades usada pela indústria de data centers. De acordo com a Data Center Dynamics, alguns dos maiores data centers do mundo podem conter dezenas de milhares de dispositivos de TI e demandam mais de 100 megawatts (MW) de energia.
Os desafios apresentados pelo aumento do uso da eletricidade englobam encontrar formas inovadoras de usar menos energia elétrica, aumentar as tecnologias que contribuam com a economia de energia e aproveitar melhor a energia disponível – todas táticas importantes para apoiar uma estratégia de sustentabilidade para os data centers.
Tendências para Reduzir a Dependência Elétrica
A dependência por energias não renováveis está se tornando uma prioridade para os data centers.
Pela perspectiva de especialistas, foram identificadas algumas soluções para reduzir a pegada de carbono:
1. Uso de energias renováveis. Adotar fontes renováveis, como energia solar ou eólica, pode reduzir consideravelmente a pegada de carbono. A América Latina, com sua vasta área geográfica e seus abundantes recursos naturais, tem o potencial para se tornar um dos pilares do setor de energias renováveis.
De acordo com um estudo da Statista, a capacidade das energias renováveis na região ultrapassou 290 gigawatts em 2021, um valor que representa um crescimento de mais de 67% em comparação com dez anos atrás.
Experts prevêem que os Sistemas de Armazenamento de Energia em Baterias (BESS) serão mais comuns em 2024, eventualmente evoluindo para se encaixar nos modelos de “traga sua própria energia” (BYOP) e entregar a capacidade, a confiabilidade e a rentabilidade necessárias para apoiar a demanda impulsionada pela IA. Procure sistemas que possam aproveitar as fontes de energia alternativas, incluindo eólica, solar e hídrica, dependendo dos recursos disponíveis em sua área.
2. Implementação de sistemas de refrigeração eficientes: Novos designs de refrigeração visam manter a performance ótima e evitar problemas relacionados ao calor gerado pelos servidores. De acordo com peritos, a refrigeração líquida aproveita as propriedades superiores de transferência térmica da água e de outros fluidos para fazer a refrigeração eficiente e com ótimo custo-benefício dos racks de alta densidade. Descobriu-se que ela é 3000 vezes mais eficaz do que os métodos de refrigeração a ar sozinhos.
3. Virtualização dos servidores: Permitir que diversos servidores rodem em uma única máquina física reduz a energia necessária para mantê-los operacionais. A eletricidade média demandada através da virtualização poderia ser reduzida entre 15% e 30%, de acordo com a Gartner, como citado pela Sustained Data Center.
4. Designs Modulares: A infraestrutura modular para data centers está ganhando terreno. Especialistas do setor identificaram benefícios como prazos de implementação reduzidos, designs energeticamente eficientes, menor PUE (Eficácia no Uso da Energia) e melhor controle sobre o impacto ambiental, com os custos sendo administrados concomitantemente.
É de extrema importância observar que a sustentabilidade não está limitada somente ao consumo de energia. No processo para encontrar sua estratégia de sustentabilidade, é essencial considerar a pegada de carbono ao longo de todo o ciclo de vida do produto. Desde a produção do equipamento e a reintrodução de materiais, gestão de recursos responsável e descarte final – cada estágio provoca um impacto ambiental.