Coleta de lixo eletrônico
Implantada a partir de maio de 2018, uma iniciativa do Escritório de Turismo de Mônaco, do Movimento Greenk e da Prefeitura de São Paulo arrecadou 6.134 quilos de lixo eletrônico (e-lixo) na cidade, superando em 53% a meta de coleta original do projeto. Isto equivale a uma redução de 2.096 quilos em emissões de CO2 e uma economia de 21.070 KW/h. Os números significam, por exemplo, a retirada de 461 carros da cidade por um dia (cálculo de um veículo econômico movido a gasolina que percorre 20 km em um dia) ou o desligamento de 351 TVs por um mês (cálculo de uma TV de 200W ligada por 30 dias, 10hs por dia).
A iniciativa é inédita no país. Durante o ano, foram instalados 15 coletores de e-lixo em parques e prédios públicos da cidade de São Paulo e já foram realizadas 60 coletas, mostrando o engajamento das pessoas e a importância de promover este tipo de projeto. Os parques Ibirapuera e Aclimação são os recordistas em coletas e material arrecadado, com mais de uma tonelada de lixo eletrônico coletada em cada um.
Com a iniciativa, os paulistanos podem se desfazer de equipamentos eletrônicos de diversos tipos, como computadores (notebooks e CPUs), impressoras, celulares, tablets, monitores, acessórios, cabos e equipamentos eletroeletrônicos de pequeno porte. O material descartado é recolhido e transportado por empresas homologadas e certificadas pela Green Eletron (Gestora para Logística Reversa de Equipamentos Eletroeletrônicos fundada pela ABINEE). O processo de triagem dos equipamentos e logística reversa é feito pela empresa Sinctronics. Os equipamentos em condições de uso são encaminhados aos Centros de Recondicionamento de Computadores (CRCs), projeto do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, para serem remanufaturados e doados para escolas públicas. O restante dos produtos e peças é encaminhado para uma empresa ambiental certificada e reciclado de forma ambientalmente correta, seguindo os princípios da economia circular, de forma que os materiais sejam reinseridos na cadeia produtiva como matérias-primas para novos produtos.
O Escritório de Turismo de Mônaco é um dos apoiadores do projeto, dado que o principado europeu tem uma grande preocupação com causas socioambientais. O governo do país apoia iniciativas sustentáveis dentro e fora de suas fronteiras, em áreas como energia limpa, mobilidade urbana, turismo responsável, alimentos orgânicos, proteção dos oceanos e do meio ambiente, entre outros.
Mônaco percebeu a importância de apoiar uma ação voltada ao lixo eletrônico, facilitando e incentivando seu descarte e promovendo a conscientização da população, já que, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), o Brasil é o sétimo maior produtor de lixo eletrônico do mundo e o segundo nas Américas, produzindo cerca de 1,5 milhão de toneladas de e-lixo anualmente. No entanto, o descarte correto é feito apenas para 3% deste material. Computadores, celulares e outros gadgets descartados como lixo são depósitos de alumínio, mercúrio, cádmio, chumbo, entre outros materiais. Esses componentes químicos, em vez de serem reciclados, acabam em lixões e aterros se tornando substâncias altamente poluentes, que contaminam o ar, a água e o solo, colocando em risco a saúde das pessoas.