Transportes movidos a energia elétrica
53% dos CEOs das grandes empresas se preocupam com as perdas da biodiversidade. Dados são da consultoria McKinsey. A preocupação com o meio ambiente, aliada à escassez dos recursos minerais, tem elevado a importância de discutir formas de implantar a mobilidade elétrica no Brasil.
A pesquisa Environment Research, realizada pela Tetra Pak, analisou mais de 15 países e constatou que globalmente mais de 80% da população acredita que as discussões relacionadas ao meio ambiente aumentarão nos próximos cinco anos. Já no Brasil, 93% dos consumidores consideram marcas com embalagens ambientalmente responsáveis no momento de decisão de compra e 73% acreditam que a mudança de hábito se dá pensando nas futuras gerações.
Transportes movidos à eletricidade, como motocicletas e bicicletas, já são comumente utilizados como um meio de transporte alternativo e mais econômico. A partir daí, a criação de uma infraestrutura específica para isso, suportando carros e outros veículos, parece ser uma consequência natural.
Mobilidade elétrica
“A mobilidade elétrica é um movimento progressivo. A cada ano, o número de automóveis comercializados sobe no mundo inteiro. Países como a China e o Reino Unido já têm projetos visando banir o comércio de veículos movidos a gasolina e a diesel. No Brasil, já existe um projeto de lei que objetiva a proibição da venda de automóveis movidos a combustíveis fósseis até 2030”, comenta Luiz Alberto Wagner, CEO da HCC Energia Solar.
Para Luiz, embora o processo seja mais lento em terras brasileiras, já é possível vislumbrar um futuro movido à eletricidade. “Não distante de hoje, poderemos ver um país menos movido à antiga combustão dos derivados de petróleo”, diz.
Conforme pesquisa realizada pela ABVE – Associação Brasileira do Veículo Elétrico, o país registrou um crescimento de 220% de vendas no primeiro semestre do ano retrasado (2020). Dessa forma, atualmente há mais de 30 mil veículos em circulação no país, podendo chegar a até 1 milhão até 2030, segundo a pesquisa.
Marcas no Brasil
Em ações recentes, uma startup de São Paulo disponibilizou um serviço inovador de compartilhamento de veículos elétricos, seguindo a mesma linha das bicicletas que estamos acostumados a ver, com a liberação do automóvel sendo feita através de aplicativo.
Já a Renault, em conjunto com a Fundação Parque Tecnológico de Itaipu, forneceu mais de 10 unidades do Twizy para servidores públicos do Distrito Federal. Além disso, a promessa é que os ônibus elétricos possam reduzir o custo das passagens e integrar a frota nacional em pouco tempo.
“Apesar dos avanços no sentido de popularizar o uso dos veículos elétricos, ainda há um longo caminho a percorrer para que toda a tecnologia necessária seja implementada, a começar pelas tomadas. Para que seja possível fazer a recarga em casa, é necessário que as instalações elétricas sejam adaptadas de acordo com cada região. Já nos postos especializados, é importante se atentar ao tipo de plugue. Atualmente existem 4 tipos diferentes”, comenta Luiz. Para o empresário, é necessário, além de multiplicar a quantidade de postos disponíveis, buscar formas baratas e sustentáveis de produzir energia.
“Caso não seja assim, o sistema hídrico tradicional poderá entrar em colapso. Além disso, as empresas precisam buscar formas de gerar motores com mais autonomia e velocidade menor no carregamento”, afirma.
Nesse artigo a um assunto de suma importância que é o aumento da demanda residencial para uma expansão garantida dos automotivos. A norma 5410, que dá as diretrizes técnicas seguras para projeto elétrico em baixa tensão, necessita, urgente, de adaptações. Há dois outros atores importantes que são as distribuidoras e as concessionárias de energia elétrica que também têm que se coadunar as tais mudanças. Esse movimento tecnológico, não há dúvida, que tem um caráter irreversível.