Um pedal sustentável
A ENGIE lançou um programa inédito no Brasil para incentivar o uso de bicicletas elétricas por seus colaboradores. Depois de negociar com três indústrias do ramo a compra de um lote desses veículos com descontos atraentes, a Companhia transferiu o benefício às pessoas inscritas, depositando o valor de cada e-bike nas suas contas bancárias. O empréstimo pode ser descontado na folha de pagamento em 12, 24 ou 36 parcelas mensais sem juros. Até junho, em torno de 300 pessoas já haviam realizado a compra. A iniciativa está alinhada aos três Ds que sintetizam a estratégia global do grupo: Descarbonização, Descentralização e Digitalização.
“Em junho de 2018 começamos as tratativas com os fornecedores Two Dogs, Pedalla e Machine Motors para conseguir descontos e benefícios pela compra em quantidade e repassá-los aos empregados”, relata o técnico de segurança empresarial Clei Ferreira, que coordena o programa. “A receptividade superou nossas expectativas”. A primeira etapa teve início em janeiro deste ano em Florianópolis, na sede da ENGIE Brasil Energia, onde os interessados fizeram um test-drive nas garagens do prédio. Agora o programa está sendo levado ao centro corporativo da ENGIE Brasil, no Rio de Janeiro, assim como às usinas e às demais empresas do Grupo em todo o país. Existem quatro modelos disponíveis para os empregados da Companhia, com descontos que variam de 8% a 32%.
“Experimentei uma bike elétrica pela primeira vez no ano passado quando participava de um seminário em Cascais, Portugal”, conta o auditor interno Jonas Benedet. “Eu me apaixonei em cinco segundos”. Primeiro colaborador a efetuar a compra, ele optou por um modelo Gioia, com motor de 250 W, bateria de lítio de 36 V e 6 Ah, três níveis de força e sete marchas. Ele pedala 5 km diários no percurso de ida e volta entre sua casa e a empresa, além de fazer deslocamentos eventuais na hora do almoço. A sensação de liberdade e o ganho de tempo são apontados por ele como as principais vantagens do meio de transporte: “Já cheguei a demorar 40 minutos por causa do trânsito, mas agora tenho a certeza de que vou chegar ao trabalho em apenas oito minutos”.
A assistente administrativa Leonoura Lins fez o test-drive dos quatro modelos e escolheu a versão feminina da Gioia, com aro mais baixo e varão curvado, que permite pedalar de saia. Todos os dias ela percorre 26 km de sua casa ao trabalho e de volta à casa, com 80% do trajeto por uma ciclovia à beira-mar. “O maior benefício foi me livrar do estresse do trânsito”, afirma. “Antes, dependendo do dia, eu levava até 1h20 em um engarrafamento insuportável para chegar em casa, e hoje levo apenas 42 minutos”. Ela estima que a bicicleta elétrica vai se pagar em oito meses, graças à economia mensal de combustível. Seu modelo tem autonomia de 25 km a 40 km, dependendo do nível de potência utilizado. A bateria é portátil e recebe carga completa em quatro horas, ligada a uma tomada comum. Ambos se sentem satisfeitos em colaborar com a melhoria do trânsito e com a preservação ambiental, além de praticar uma atividade física e economizar dinheiro. “Já influenciei umas três pessoas a comprar”, diz Jonas. Leonoura defende uma atuação maior do poder público e das empresas para aumentar a conscientização sobre a importância da mobilidade ativa: “Muita gente ainda não entende que o ciclista tem o direito de usar a rua”, afirma.