Modernização em alta

Reforma de instalações elétricas gera benefícios como aumento da segurança e compatibilização com as novas tecnologias.

O retrofit elétrico tem como objetivo modernizar o sistema elétrico de uma edificação, adequando o mesmo para suportar as cargas que nele estão conectadas, com margem para novas cargas que poderão ser adicionadas no futuro.

Instalações que foram feitas no passado não tinham a preocupação com sistemas de arcondicionado, fornos de micro-ondas, fogões elétricos, etc. Ao instalarmos esses novos equipamentos, estaremos comprometendo o sistema elétrico devido às sobrecargas. Se não fizermos o devido projeto e retrabalho no sistema, podem ocorrer até incêndios.

Há quem diga, por exemplo, que os componentes das instalações elétricas devem ser revisados e/ ou substituídos a cada 15 anos. O certo é que tanto o projeto quanto a execução do trabalho precisam atender às normas técnicas.

Desde a alimentação que vem da rua até a tomada de energia da edificação, todos os itens da instalação podem passar por retrofit. 

É o caso dos disjuntores termomagnéticos. Em instalações antigas é muito comum ver a proteção feita com fusíveis e disjuntores de padrão antigo que muitas vezes já não atendem mais a demanda das residências.

É sabido que muitas residências de construção antiga não possuem sistemas de aterramento. O retrofit deve contemplar esse sistema, que é fundamental para proteção dos seres vivos assim como da estrutura.

Também deve-se pensar na inclusão de IDR e DPS. Atualmente as instalações elétricas dos novos empreendimentos já têm se adequado aos requisitos normativos e contemplam a utilização dos IDRs (Interruptor Diferencial Residual) que têm a função de proteção diferencial, ou seja, proteção de vidas contra choque elétrico, e dos DPS (Dispositivos Protetores de Surto) que têm como função principal a proteção dos equipamentos contra surtos elétricos (raios) e sobretensões transitórias que podem chegar à instalação através de manobras da concessionária, por exemplo, sendo estes potenciais causadores de queima do que estiver conectado a essa instalação.

Com o avanço das tecnologias de fabricação ao longo dos anos é possível verificar um grande salto em termos de performance e qualidade dos quadros de distribuição. Atualmente, as matérias primas plásticas utilizadas suportam altas temperaturas, além de serem auto extinguível, ou seja, possuem a propriedade de não propagar chama e não gotejar em chama, o que poderia potencializar incêndios. Além disso, aspectos como acabamento, compactação e integração desses itens, que são fundamentais para a segurança elétrica da arquitetura local, têm ganhado força. Sendo assim, cada vez mais os quadros de distribuição estão integrados aos ambientes.

Outros produtos que podem passar por retrofit são os cabos elétricos, os itens de iluminação e os interruptores e tomadas.

Preste atenção aos sinais de alerta

Alguns sinais servem de alerta de que é necessário promover o retrofit de uma instalação elétrica. De acordo com Raphael Vittorete (foto), gerente de Produtos da Steck Indústria Elétrica, um indicativo é quando se percebe que o dimensionamento da instalação elétrica já não suporta a demanda local: “O surgimento de novos equipamentos de potências altas, além da simultaneidade de uso que as dinâmicas do dia-dia requerem, podem fazer com que a instalação elétrica necessite ser revisada. Indícios dessa necessidade podem ser exemplificados por desarmes frequentes de disjuntores de circuitos, cheiro de queimado em emendas e borne e alteração da coloração dos cabos devido a sobrecargas”.

Segundo o especialista, por levar em consideração a segurança de pessoas e da estrutura como um todo, se não há aterramento adequado um retrofit é altamente recomendado. O retrofit precisa ser considerado também quando não há IDRs. “Segundo a NBR 5410, é obrigatório o uso desse equipamento em locais que contenham chuveiros, circuitos que alimentem tomadas em áreas externas, áreas molhadas ou sujeita a lavagens ou que alimentem equipamentos utilizados em áreas externas, ou seja, torna-se obrigatório em quase todos os tipos de empreendimentos”, observa. Vittorete recomenda ainda um retrofit quando não há DPS na instalação.

Por fim, o executivo da Steck diz que em caso de reforma e ampliação da construção é necessária uma análise por um responsável técnico e em caso de aumento de demanda é recomendado o retrofit na instalação para adequação a esse novo cenário. Para Roberto Aimi, diretor-executivo da fábrica de materiais elétricos da Tramontina, a atualização das instalações, substituindo equipamentos antigos por produtos com tecnologia de ponta, e visando a melhoria da segurança e da eficiência de todo o sistema elétrico, deve ser adotada sempre que for observada sobrecarga nas tomadas e nos pontos de iluminação e, principalmente, quando há o envelhecimento das peças ou da fiação que compõem a instalação. “A camada isolante resseca e perde a propriedade isolante, o que pode provocar fuga de energia, com risco de choques elétricos, curtocircuito e até incêndio”, alerta.

Estevão dos Santos Gedraite (foto), engenheiro de desenvolvimento de negócios da Distribution Systems/Customer Services da empresa Siemens diz que o primeiro ponto que devemos ter atenção é o atendimento de normas vigentes, para garantir a segurança operacional das instalações. Ele recomenda atenção ainda aos ativos com idade avançada ou com seu ciclo de vida finalizado.

Tiago Dalzochio (foto), coordenador de Engenharia e aplicação da Soprano, menciona que a mudança de coloração nas conexões dos dispositivos e no próprio dispositivo são uma indicação de que o mesmo está operando acima da sua capacidade ou que possui um ponto de mau contato: “Nestes casos, o ideal é optar pela troca do dispositivo, uma vez que este aquecimento excessivo pode ter ocasionado danos internos e ocasionar falhas de atuação do mesmo, deixando a instalação e equipamentos desprotegidos”.

Ricardo da Rocha Brando (foto), gerente de Vendas de Construção Civil da WEG comenta que em atenção à segurança, fios e cabos escurecidos ou com isolação enrijecida podem ser um indicativo de aquecimento e precisam ser substituídos. Disjuntores também devem ser substituídos após evento de curto-circuito. “Por questões estéticas e de design, os acabamentos elétricos podem ser substituídos a qualquer tempo, seguindo as tendências da arquitetura”, complementa.

Marco Matos (foto), gerente de Serviços da ABB Eletrificação relata que é importante ficar atento a falhas inesperadas, ou seja, desligamentos sem nenhum evento associado. “O pior caso é quando o disjuntor não funcionar quando for acionado (bloqueado), desta forma, o disjuntor não irá abrir em um curto-circuito, por isso é fundamental a manutenção preventiva em disjuntores”, orienta.

Pedro Okuhara (foto), especialista de Produto e Aplicação da Mitsubishi Electric, observa que normalmente o retrofit na instalação acontece por alguma falha ocorrida, ocasionando um alerta ao responsável pelo local. “Ou seja, infelizmente, quase sempre a verificação da instalação elétrica ocorre quando uma falha já aconteceu e isso acaba gerando custos maiores de reparo, além de todo o retrofit necessário para deixar sua instalação em dia. Por isso sempre recomendamos a manutenção preditiva para avaliar o cenário atual e tomar uma ação antes do problema acontecer”, sugere.

Ivan Arca Uliana (foto), especialista de Aplicações Grupo Prysmian, analisa que o retrofit é recomendado quando se tem cabos em decomposição (rachados), quando disjuntores começam a desarmar, quando há curtos-circuitos e aumento da conta de energia sem que se tenha conectado aparelhos novos e quando aparelhos começam a queimar, entre outros fatores. “Também é necessário promover o retrofit se iremos instalar novos aparelhos. Devemos fazer os cálculos a fim de atender as novas demandas de potência com a substituição de cabos, terminais, disjuntores etc., que não estejam atendendo as exigências em relação à potência necessária para alimentar os novos dispositivos”, finaliza.

O engenheiro eletricista Hilton Moreno (foto), diretor da Potência Multiplataforma, e membro do grupo da FIESP GT Segurança e Sistemas Prediais (GT SSP) diz que a priori, todos os componentes de uma instalação elétrica estão sujeitos a um retrofit. O que vai determinar a necessidade ou não da substituição ou renovação de um componente, de uma parte da instalação ou da instalação como um todo é o resultado de um estudo realizado no local.

O estudo, prossegue ele, tem por objetivo identificar os pontos da instalação elétrica que devem ser alvo de melhoria. Dentre vários motivos para realizar um retrofit, Hilton destaca os seguintes:

(1) Idade avançada da instalação, quando uma boa parte dos componentes (cabos, disjuntores, interruptores, tomadas etc.) está no final da vida útil;

(2) Aumento de carga utilizada no local, implicando que os componentes estão insuficientemente dimensionados para suportar a nova necessidade de potência de alimentação;

(3) Frequentes quedas de energia no local causadas por desarmes de disjuntores ou queimas de fusíveis;

(4) Frequentes situações de choques elétricos, mesmo que leves;

(5) Mau funcionamento dos equipamentos eletroeletrônicos, seja uma lâmpada que acende muito fracamente, um forno que não aquece o suficiente, um motor que gira com dificuldade etc.; (6) Mudança de layout ou finalidade do imóvel, quando há necessidade de praticamente modificar toda a instalação elétrica para atender as novas demandas da edificação.

O objetivo do retrofit é tornar a instalação elétrica mais segura para as pessoas e animais que lá irão usufruir do acesso à energia elétrica de forma com que se sintam confortáveis em manipular qualquer equipamento a qualquer hora sem qualquer risco de acidentes ou mesmo interrupções de fornecimento.

A readequação das instalações elétricas, além de evitar acidentes e preservar vidas, pode ajudar a reduzir o consumo de energia elétrica. Por este motivo muitas empresas e condomínios também estão investindo na modernização de suas instalações com o objetivo de atender as normas técnicas vigentes. Com o retrofit são obtidos outros benefícios para o imóvel, como aumento da vida útil da instalação elétrica. Mas é preciso seguir um planejamento para fazer o retrofit de uma instalação, o que envolve algumas etapas até chegar na execução, propriamente dita.

De acordo com Hilton Moreno, as principais etapas que fazem parte de um retrofit das instalações elétricas são:

(1) Análise de documentação existente da parte elétrica do imóvel e vistoria no local, incluindo ou não a realização de medições de grandezas elétricas;

(2) Emissão de relatório com as conclusões da vistoria realizada, contendo recomendações sobre o que deve ser feito para encaminhar a solução dos problemas encontrados ou do novo layout proposto;

(3) Realização de projeto elétrico do retrofit, com desenhos, dimensionamentos e especificações de materiais, conforme as normas da ABNT aplicáveis;

(4) Execução das obras tendo como base o projeto do retrofit realizado;

(5) Verificação final da instalação elétrica do retrofit segundo a Seção 7 da NBR 5410, no caso de baixa tensão, ou da NBR 14039, quando em média tensão.

Participação das empresas e perspectivas de mercado

Quanto aos profissionais que precisam estar envolvidos em um projeto de retrofit, Hilton Moreno diz que são os mesmos que participam dos projetos e instalações elétricas novas: engenheiros, técnicos, tecnólogos e eletricistas, cada um dentro de sua qualificação e habilitação, conforme legislação vigente.

Já as empresas ouvidas nesta reportagem garantem estar aptas a participar dos projetos de retrofit. Raphael Vittorete, da Steck, destaca que a companhia é capaz de atender com um portfólio amplo todos os níveis de retrofit em instalações elétricas residenciais, comerciais e industriais. “O nível de capilaridade com que nossos produtos são distribuídos em todo Brasil através de parceiros comerciais em todas as regiões faz com que o consumidor final, orientado por seu eletricista, possa encontrar nossos produtos com rapidez e facilidade”, comenta.

Para Vittorete, um retrofit deve ser feito de forma rápida e eficaz, pois muitas vezes não é possível migrar de local para que seja feito esse processo. “Sendo assim, a facilidade de uso de nossos produtos, assim como robustez e qualidade assegurada, faz com que sejamos o parceiro ideal para quem busca um retrofit sem inconvenientes”, menciona.

De acordo com Vittorete, o mercado de retrofit consiste em uma área com boas perspectivas de crescimento: “À medida que o termo segurança e responsabilização por eventuais problemas que uma instalação elétrica pode acarretar, assim como a difusão da importância desse processo por parte de fabricantes, profissionais da área e veículos de comunicação vem crescendo, mais e mais pessoas vêm se conscientizado sobre o tema o que coloca esse mercado em crescimento e com grande potencial para os próximos anos para todos que atuam nessa área”.

Roberto Aimi diz que a Tramontina tem como objetivo inspirar o consumidor a fazer bonito. E, para isso, a marca vem concentrando esforços na comunicação, com destaque para as parcerias com times de influenciadores da área de elétrica e de construção, campanhas de marketing com informações sobre a importância da segurança nas instalações elétricas e atualização constante de seus catálogos de produtos, ferramentas essas que facilitam a pesquisa e compra dos itens para quem vai construir ou reformar.

Para Aimi, o mercado de retrofit é um segmento em ascensão e tende a crescer em 2021 e nos próximos anos, impulsionado pelo aumento no valor da energia elétrica para os usuários e também pelas determinações das normas de segurança estipuladas pelos órgãos públicos, que exige a renovação das instalações elétricas nos edifícios com mais de 20 anos.

Estevão dos Santos Gedraite, da Siemens, destaca que a Siemens pode assumir a realização integral do retrofit, sendo responsável por todas as fases do projeto, garantindo uma execução tranquila. De acordo com o especialista, especialmente com a pandemia, esse mercado tem estado aquecido.

Segundo Tiago Dalzochio, nestes tipos de projeto a Soprano pode ofertar a venda dos itens de proteção como Disjuntores, Interruptor Diferencial residencial e Dispositivos de proteção. Na parte de acionamentos e pontos de energia a empresa tem uma linha ampla e completa de interruptores e tomadas com diversos modelos de acabamento; na parte de iluminação possui um portfólio de lâmpadas LED com eficiência e confiabilidade. “Todos estes produtos ajudam a tornar o processo de retrofit confiável e seguro”, diz Dalzochio.

O executivo da Soprano diz que infelizmente não é comum o retrofit em instalações elétricas, o que representa um grande risco à integridade do patrimônio. Um ponto que faz com que este processo importância da segurança nas instalações elétricas e atualização constante de seus catálogos de produtos, ferramentas essas que facilitam a pesquisa e compra dos itens para quem vai construir ou reformar. Para Aimi, o mercado de retrofit é um segmento em ascensão e tende a crescer em 2021 e nos próximos anos, impulsionado pelo aumento no valor da energia elétrica para os usuários e também pelas determinações das normas de segurança estipuladas pelos órgãos públicos, que exige a renovação das instalações elétricas nos edifícios com mais de 20 anos. Estevão dos Santos Gedraite, da Siemens, destaca que a Siemens pode assumir a realização integral do retrofit, sendo responsável por todas as fases do projeto, garantindo uma execução tranquila.

De acordo com o especialista, especialmente com a pandemia, esse mercado tem estado aquecido. Segundo Tiago Dalzochio, nestes tipos de projeto a Soprano pode ofertar a venda dos itens de proteção como Disjuntores, Interruptor Diferencial residencial e Dispositivos de proteção. Na parte de acionamentos e pontos de energia a empresa tem uma linha ampla e completa de interruptores e tomadas com diversos modelos de acabamento; na parte de iluminação possui um portfólio de lâmpadas LED com eficiência e confiabilidade. “Todos estes produtos ajudam a tornar o processo de retrofit confiável e seguro”, diz Dalzochio. O executivo da Soprano diz que infelizmente não é comum o retrofit em instalações elétricas, o que representa um grande risco à integridade do patrimônio. Um ponto que faz com que este processo de retrofit se faça necessário é o crescimento do uso de aparelhos de média/alta potência, que vêm cada vez mais sendo utilizado nas residências, as quais não foram preparadas para a instalação deles. “Diariamente recebemos consultas sobre o uso correto de alguns produtos e evidenciamos na grande maioria das vezes problemas de aplicação ou dimensionamento que a médio/longo prazo podem gerar danos à instalação. É importante que todos os profissionais da área estejam sempre atualizados e fazendo uso das normas técnicas, principalmente a norma que rege as instalações elétricas, a NBR 5410”, comenta.

De acordo com Ricardo da Rocha Brando, a WEG é um tradicional fornecedor de produtos elétricos de qualidade reconhecida para instalações elétricas residenciais/prediais, apresentando soluções que vão desde a proteção da vida, patrimônio e instalação elétrica até os acabamentos elétricos. “Ofertamos linhas de tomadas e interruptores para todos os públicos”, complementa o especialista. Para Brando, o mercado de retrofit tem se apresentado aquecido durante a pandemia, período em que as pessoas voltaram a atenção para seus lares.

Pedro Okuhara, especialista de Produto e Aplicação da Mitsubishi Electric, conta que a companhia possui um portfólio completo para soluções de baixa tensão, com produtos de alta qualidade produzidos no Japão, além de contar com uma rede de integradores autorizados em todas as regiões do país, capazes de realizar todo o processo para entregar uma solução diferenciada para o cliente.

Para Okuhara, o mercado de retrofit tem ótimas expectativas e grande parte delas devido à pandemia de Covid-19.

“Com a impossibilidade de locomoção, muitas pessoas estão trabalhando em home office, o que demanda um aumento na utilização da infraestrutura elétrica residencial e pode gerar problemas, se não estiver em dia. Além disso, o setor comercial ficou bastante tempo parado, sendo que muitos deles aproveitaram essa janela sem clientes presenciais para realizarem manutenções preditivas nas suas instalações, além de quererem estar preparados para a crescente demanda assim que o comércio retomar”, analisa.

Marco Matos diz que a ABB pode executar o projeto por completo, desde o levantamento de campo, projeto de engenharia e execução, seja em disjuntores ABB ou não. Segundo o executivo, o mercado está em crescimento, pois com o envelhecimento da base instalada, novas oportunidades naturalmente aparecem, além de que a atualização tecnológica permite a digitalização de componentes, com soluções que permitem comunicação na nuvem.

Segundo Ivan Arca Uliana, o Grupo Prysmian tem um dos maiores portfólios de cabos elétricos do mercado, por isso, pode auxiliar na indicação do melhor produto para determinado sistema. “Oferecemos também ao mercado o nosso aplicativo Cable App, que rapidamente faz os cálculos de dimensionamento de cabos e indica onde eles podem ser encontrados no distribuidor mais próximo ao cliente. Nesse mesmo aplicativo o cliente encontrará uma biblioteca de catálogos e data sheets sobre nossos produtos, onde ele poderá tirar suas dúvidas sobre qual é o melhor produto para aquela aplicação”, conclui. 

Sobre o andamento do mercado, Ivan lembra que estamos em meio a uma pandemia em que todos tentam ficar em casa o maior tempo possível. Estar em casa por mais tempo faz com que o usuário comece a perceber problemas que antes não percebia. Por exemplo: ligar dois chuveiros elétricos ao mesmo tempo faz cair um disjuntor ou ligar a torneira elétrica da pia da cozinha ao mesmo tempo que o micro-ondas também faz cair um disjuntor. “Isso mostra que sua instalação elétrica não está corretamente dimensionada para os aparelhos que você tem. Em outro contexto, por exemplo, a necessidade de ter um ar-condicionado no quarto, que se transformou em escritório para o home office. Daí surge a necessidade de começar a pensar em fazer o retrofit elétrico. Isso realmente tem acontecido e o mercado de retrofit está bastante aquecido. Acredito que essa tendência irá perdurar por muito tempo, pois os problemas sempre existiram, mas só nos demos conta deles pois estamos mais tempo em casa. Com essa atual experiência, vamos dar mais valor à segurança e às instalações elétricas corretas, e acredito que essa tendência não é passageira”, analisa.

Retrofit do sistema de iluminação

Na área de iluminação, todos os itens que fazem parte das instalações podem receber retrofit. Os principais são: luminárias, lustres, spots, fontes de luz (lâmpadas), interruptores e controladores.

A tecnologia LED trouxe uma gama de produtos integrados com fonte de luz LED e fonte de alimentação, criando assim várias opções. Por exemplo: pode-se substituir a luminária porta-lâmpadas de halógenas por luminárias LED integradas ou pode-se substituir as lâmpadas halógenas convencionais, desta mesma luminária, por lâmpadas LED. Os benefícios são o menor consumo de energia, menos calor e maior durabilidade.

De acordo com Marco Poli, diretor-executivo da Abilux (Associação Brasileira da Indústria de Iluminação), alguns fatores servem de indicativo de que é necessário promover o retrofit de um sistema de iluminação.

É o caso das próprias necessidades de modificar a iluminação por questão de qualidade, por eficiência, por rearranjo e porque alguns tipos de lâmpadas tradicionais não são mais encontrados no mercado. Outro gatilho são as necessidades do ambiente quanto à adequação para um novo propósito, uma nova decoração ou uma nova mensagem.

Sobre os benefícios que o retrofit da iluminação pode propiciar ao proprietário da instalação Marco Poli cita melhor qualidade de iluminação, produtividade e satisfação das pessoas que ocupam o espaço, economia na conta de energia elétrica, menor custo total de propriedade, menor necessidade de manutenção, aplicação de produtos mais amigáveis ao meio ambiente e maiores possibilidades de integração com sistemas de automação.

Sobre o planejamento para fazer o retrofit de uma instalação, Marco Poli diz que as etapas necessárias são:

1- Conversações com o cliente;

2- Pré-projeto: quando é definido o conceito de iluminação a ser utilizado e a interação com outras peças do ambiente (teremos iluminação de destaque? Luz indireta? Dimerização? etc.). Valor disponível para ser aplicado na nova iluminação.

3- Projeto: quando é detalhada a instalação, escolha dos produtos, componentes, incluindo lista de materiais, e o custo global.

4- Aprovação do projeto.

5- Execução do projeto.

Marco Poli especifica que em geral, nos projetos, estarão envolvidos arquitetos, engenheiros, decoradores, lighting designers, eletricistas e profissionais de estrutura (pedreiro, gesseiro, pintores). “Atualmente, conforme a necessidade do projeto, podem também estar envolvidos desenvolvedores de produto, psicólogos, médicos e cenógrafos entre outros”, comenta.

O diretor da Abilux diz que o mercado de retrofit em iluminação residencial/predial sempre foi um segmento receptivo às novas tendências e produtos e ultimamente tem apresentado um crescimento contínuo com o advento da tecnologia LED. “As perspectivas para os anos próximos são de forte crescimento impulsionado pela economia em energia elétrica, pelos produtos que trazem novos atributos, cromaticidade, programação e dimerização, com preços mais acessíveis”, conclui Marco Poli.

One thought on “Modernização em alta

  • julho 30, 2021 em 6:27 pm
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    A cultura da manutenção preventiva e, como um passo a frente, a preditiva deveria, em um ambiente normal de usos das instalações elétricas, serem atitudes rotineiras, embora reconhecemos que isso gera um custo a mais para o consumidor que está vivendo um momento de grandes dificuldades econômicas, agravado pela pandemia, mas, que “no frigir dos ovos”, representa investimento. Há pesquisas do corpo de bombeiros que as sobrecargas e curto-circuito são, em 70%, as causas de incêndios. Hoje, como também salientado também pela reportagem supra, a pandemia causou a expansão do home office e dando como resultado sobrecargas, sobretudo em instalações antigas que, portanto, estão a exigir um projeto de retrofit. “Ainda bem que a lei de Murphy não é comprovada na prática, pois, senão, as cidades seriam uma eterna fogueira”. Desculpem-em pela licenciosidade.

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