Fórum Potência Brasília 2019

Excelente presença de público na etapa Brasília do Fórum & Expo Potência confirma a boa receptividade que o evento tem junto aos profissionais que atuam na área elétrica.

Abrindo o calendário deste ano, Brasília (DF) recebeu no dia 14 de maio a primeira etapa do Fórum & Expo Potência 2019. Promovido pela Revista Potência, o evento é coordenado pelo professor e engenheiro Hilton Moreno, diretor da HMNews Editora e Eventos, e tornou-se um dos principais canais de debates da área elétrica no País. As próximas etapas acontecerão no Rio de Janeiro (08/08), São Paulo (24/09) e Curitiba (05/11).

Realizada no Espaço LBV, a etapa Brasília recebeu cerca de 330 congressistas, provenientes principalmente do Distrito Federal e dos Estados de Goiás e Minas Gerais. O público foi formado por engenheiros, eletricistas, eletrotécnicos, instaladores, estudantes e professores, representando escritórios de engenharia/projeto, órgãos públicos, empresas de manutenção, indústrias, construtoras, concessionárias de energia, revendedores de materiais elétricos, consultorias, escolas, hospitais e shoppings.

O Fórum visa apresentar conteúdo técnico de qualidade voltado aos profissionais da área elétrica. Nesta edição os palestrantes falaram sobre temas como segurança, qualidade, suprimento de energia, tecnologia e projetos. Houve ainda um espaço destinado à exposição de produtos das empresas patrocinadoras: AltoQI, Chint Electric, Dutotec/QTMOV, IFC/Cobrecom, Soprano, Tramontina Eletrik, WAGO e Weidmüller Conexel.

O evento teve apoio do Sintec-DF (Sindicato dos Técnicos Industriais de Nível Médio do Distrito Federal) e da Krista, empresa especialista em soluções de tecnologia de redes, conectividade, infraestrutura e cabeamento estruturado.

Conteúdo – Falando em nome da Revista Potência, Hilton Moreno apresentou em sua palestra os “Vícios e problemas encontrados nas instalações elétricas fotovoltaicas no Brasil”.

O especialista destacou que o mercado aguarda no momento que o projeto de norma ‘ABNT NBR 16690 – Instalações elétricas de arranjos fotovoltaicos – Requisitos de projeto’ seja enviado para consulta pública. A proposta é baseada na norma IEC/TS 62548:2013. Hilton falou sobre aspectos como proteção contra choques elétricos, sobrecorrente e sobretensão; características dos cabos fotovoltaicos e segregação entre linhas em corrente alternada e corrente contínua.

Dentro do tema ‘Projeto & gestão das instalações elétricas: conexão à geração fotovoltaica’, Nelio Fleury, da RTG/Íntegra Gestão & Tecnologia abordou aspectos como parâmetros para um projeto gerador fotovoltaico, análise de tarifa, amortização do investimento e características técnicas mínimas do microgerador fotovoltaico.

A seguir, um resumo das palestras apresentadas pelas empresas participantes desta etapa do Fórum & Expo Potência.

Chint Electric

‘Soluções para redução de danos em grupos geradores’ foi o tema da palestra apresentada pelos executivos Marcio Sampaio e Adriano Rodrigues.

Entre os problemas mais comuns que afetam os grupos geradores estão as falhas no material isolante. Para evitar problemas nos materiais isolantes de disjuntores, transformadores, motores e geradores, entre outros equipamentos, é preciso realizar testes de resistência do isolamento. Essa análise permite checar as condições da superfície, verificando, por exemplo, a presença de sujeira, poeiras abrasivas ou corrosivas. Muitos problemas, como o curto-circuito, ocorrem devido a falhas na capacidade de isolação entre as fases dos grupos geradores.

Outra situação é o desarme de disjuntores, que são dispositivos que ajudam a proteger os sistemas elétricos. Se um disjuntor for mal dimensionado, de acordo com sua corrente nominal, curva de atuação ou até mesmo sua capacidade de interrupção de curto-circuito, pode provocar instabilidade no sistema, justamente no momento em que o usuário mais necessitar de um sistema estável e de confiança.

Os executivos apresentaram soluções Chint, como: mini disjuntor NXB, contator NXC, disjuntor caixa moldada NXM, chave de transferência automática NXZ e disjuntor caixa aberta NXA.Um dos diferenciais dos produtos, em comparação a alguns concorrentes, é a ampla margem de temperatura de trabalho.

Dutotec

O engenheiro Fábio Itiro Sato ministrou a palestra ‘Plataforma BIM – Biblioteca para Revit’.

Primeiramente ele apresentou um perfil do Grupo Dutotec Industrial, que atua em quatro frentes: Q&T Equipamentos (segmento metal-mecânico, voltado à produção de consoles, painéis, CCMs, cubículos, gabinetes e racks); Dutotec (soluções em eletrocalhas de alumínio extrudado para áreas como TI); QTMOV (soluções práticas para móveis) e Dutotec X (canaletas de alumínio).Há quase 34 anos no mercado, com comercialização em todo o território nacional, a Dutotec vem a cada ano se modernizando e sendo complementada pelas exigências do mercado.

A plataforma BIM (Building Information Modeling, ou Modelagem das Informações de Construção) é um processo baseado em modelos tridimensionais da edificação. Existem diversas ferramentas, que devem ser utilizadas em etapas apropriadas do trabalho.

Após mostrar vários exemplos de projetos utilizando a plataforma BIM, Sato destacou que a Dutotec investiu na criação da Biblioteca para Revit (software) a fim de atender a uma demanda cada vez maior de bibliotecas para modeladores BIM.

Foi preparado um template – modelo de arquivo de projeto, contendo componentes das linha R40, SLIM, Linha X e colunas, permitindo assim o uso dos produtos Dutotec para a criação de projetos elétricos.

IFC/Cobrecom

Consultor da IFC/Cobrecom, o engenheiro Hilton Moreno apresentou a palestra ‘Regras de ouro para instalação de cabos elétricos em ambientes comuns e de afluência de público’. Inicialmente Hilton falou sobre os tipos de condutores que podem ser aplicados em três situações distintas: 1) em condutos abertos em ambientes comuns (bandejas, escada para cabos – leito – e perfilado sem tampa); 2) em condutos fechados em ambientes comuns (canaletas de parede, eletrodutos e eletrocalhas) e 3) em condutos fechados metálicos aparentes em locais de afluência de público (canaletas de parede, eletrodutos e eletrocalhas).

Na sequência Hilton apresentou as regras para a instalação de cabos fotovoltaicos. Primeiramente, os cabos devem ser instalados de forma a não sofrer fadiga devido a esforços mecânicos, como, por exemplo, a ação do vento. Os cabos devem ser presos para aliviar a tensão mecânica, a fim de evitar que se soltem da conexão.

Além disso, os cabos devem ser protegidos contra bordas cortantes ou perfurantes – abraçadeiras metálicas podem ter bordas cortantes, que, ao longo do tempo e em função do vento, podem causar danos aos condutores. Para completar, Hilton destaca que para reduzir a magnitude de sobretensões induzidas por descargas atmosféricas, os condutores do arranjo fotovoltaico devem ser dispostos de tal maneira que a área de laços de condutores seja mínima.

Soprano

‘Conceito de proteção elétrica e geração fotovoltaica para instalações de baixa tensão’ foi o tema abordado pelo engenheiro Gustavo Carrard Lazzari. Ele traçou um panorama da geração distribuída no Brasil, que nos últimos anos vem passando por crescimento acentuado em termos de novas conexões e de potência instalada. Existem três sistemas de gerar energia: on-grid, conectado à rede da concessionária; off-grid, que funciona independentemente da rede da concessionária e híbrido, que alia a rede da concessionária a um banco de baterias.

O sistema fotovoltaico inclui componentes como placa fotovoltaica, inversor, string box, cargas e medidor bidirecional, além de estruturas para fixação (que variam conforme o tipo de local). Como cuidados ao instalar um sistema fotovoltaico, Gustavo destacou aspectos como posição solar; inclinação; sombreamento; segurança na instalação e utilização de materiais com certificado e adequados para o sistema fotovoltaico.

O especialista apresentou soluções para a proteção da instalação (mini disjuntores), dos equipamento (Dispositivo de Proteção contra surtos – DPS) e de pessoas (Interruptor Diferencial Residual – DR).

Gustavo falou também sobre a plataforma BIM, que permite a realização do projeto elétrico em 3D e por meio da qual os materiais elétricos a serem utilizados são definidos no momento do projeto. Por fim, mostrou os produtos da linha residencial Soprano disponíveis na plataforma BIM.

Tramontina Eletrik

Ricardo Magrin Breda apresentou o tema ‘Solução em segurança e instalação elétrica industrial – seus conceitos, mitos e realidade’.

O executivo destacou que os conduletes da Tramontina utilizam matéria-prima certificada e apresentam diferenciais técnicos como a pintura eletrostática a pó poliéster e vibro acabamento com chip cerâmico.

Ele falou também sobre as roscas NPT, que funcionam segundo o princípio de contato intermetálico. Conforme a rosca NPT macho entra na conexão NPT fêmea, seu diâmetro fica gradativamente maior até realizar o travamento e a completa vedação.

Ricardo detalhou ainda os ensaios por quais passam os produtos Tramontina, atendendo à norma NBR 15701:2016. São eles: flexão, que determina a classe do condulete conforme sua resistência mínima à flexão (medida em KgF); tração em corpo de prova, para avaliação da qualidade mecânica da matéria- -prima dos conduletes; resistência à invasão do condulete pelo eletroduto, conforme a ABNT NBR IEC 60670-1:2014, 12.14.1; resistência ao esforço de tração com eletroduto conectado, conforme ABNT NBR IEC 60670-1:2014, 12.14.2; resistência da conexão à flexão (360º) conforme a ABNT NBR IEC 60670- 1:2014, 12.14.3 e resistência ao impacto mecânico externo (índice IK).

Wago

Leonardo Martins falou sobre ‘Praticidade e segurança para conexões elétricas’.

Líder mundial e inventora da tecnologia de conexão a mola, a empresa destaca que o propósito é simplificar a conexão de condutores elétricos; reduzir os custos e tornar as conexões elétricas mais seguras.

Como destaques no portfólio de conexão automática WAGO aparecem as Linhas 222 e 221. Esta última diferencia-se pelo design 40% mais compacto, ampliando as possibilidades de uso. É 100% transparente, permitindo a visualização da conexão e que se veja a emenda elétrica.

Martins falou também sobre os cuidados que a empresa tem na fabricação dos conectores. A WAGO preza pelo alto padrão de qualidade, possui laboratórios próprios de testes e diversas certificações internacionais. Para a WAGO, engenharia especializada no desenvolvimento e qualidade garantida dos produtos fazem parte da fundação da marca. Com isso, os produtos ultrapassam as exigências dos órgãos regulamentadores.

Também foi destacada durante a apresentação a linha WINSTA® de conectores plugáveis, que substitui o uso de plugues convencionais padrão macho-fêmea para instalação de luminárias. A solução proporciona vantagens como: redução do tempo de montagem; proteção contra inversão de polaridade; maior segurança nas manutenções e possibilidade de derivações no próprio plugue.

Weidmüller Conexel

‘Soluções em conexões elétricas para a energia fotovoltaica’ foi o tema da palestra do engenheiro Wagner Ogura.Especialista em produtos, soluções e serviços no ambiente industrial de energia, sinais e dados, a Weidmüller destaca que 63,5 milhões de painéis fotovoltaicos em todo o mundo são monitorados e controlados por soluções que levam sua marca.

Ogura explicou as diferenças entre geração centralizada e geração distribuída (mini e microgeração). Na sequência, destacou que a geração distribuída está em pleno crescimento no Brasil, com faturamento estimado de R$ 4 bilhões em 2018. Os preços ao cliente final dos sistemas seguem em queda, enquanto que está aumentando substancialmente o número de empresas integradoras.

Provedora de soluções para proteção, comando, monitoração e controle, a Weidmüller possui um portfólio de produtos voltado para atender a micro e a mini geração distribuída e que inclui ferramentas de decapagem e crimpagem; conectores e sistemas de venda à rede. Para geração centralizada estão disponíveis soluções como caixas de junção, conectores e caixas de proteção, comando e monitoração. A Weidmüller começou a fabricação de PV combiner box (para grandes parques) em 2007. Até 2019 a empresa contabilizava mais de 160 mil combiner box fornecidas em nível mundial.

As caixas de strings da Weidmüller são desenhadas, produzidas e testadas individualmente de acordo com a norma EN 61439-2.

AltoQi

O especialista Francisco de Assis Araújo Gonçalves Júnior apresentou o QiBuilder, solução BIM para projetos de instalações prediais, o QiCloud, solução da empresa para gestão de projetos e documentos na nuvem e o Portal BIM dos Fabricantes.

QiBuilder é uma plataforma BIM para desenvolver projetos hidrossanitários, elétricos, preventivos de incêndio, SPDA, gás, cabeamento estruturado e alvenaria estrutural em um único sistema. Plataforma BIM desenvolvida sob o conceito de projetos naturalmente integrados, conta com um poderoso sistema gráfico de entrada de dados, interoperabilidade, visualização 3D refinada e usabilidade intuitiva. São oito soluções, planejadas para cada tipo de projeto, que podem ser adicionadas à plataforma do usuário.

QiCloud é uma nova forma de interagir em projetos. O QiCloud é um ambiente comum de trabalho na nuvem desenhado especificamente para o mercado AEC, integrando todos os agentes, o projeto e a obra ao conceito BIM. Em uma plataforma única, simples e intuitiva, viabiliza o desenvolvimento de projetos colaborativos e a gestão de toda informação do ciclo de vida do projeto.

Portal dos fabricantes – A plataforma QiBuilder já possui um cadastro com mais de 20 mil peças. Agora é possível utilizar as peças atualizadas, fornecidas diretamente pelos fabricantes, junto com os respectivos catálogos técnicos dos produtos. Tudo isso está disponível através da Biblioteca de peças BIM.

Fórum Potência Brasília 2019