A Automação Industrial está mais próxima do que você imagina

Por Renato Bedendi*

Se nos anos 1980, ou até mesmo começo dos anos 90, uma empresa decidisse automatizar os seus processos produtivos, enfrentaria um grande desafio, a começar pela falta de mão de obra especializada em Automação Industrial, além da alta complexidade em programar os equipamentos e até mesmo a pouca oferta e alto preço dos mesmos. Mas, se antes os desafios inviabilizavam vários projetos, hoje não existe mais esse problema, já que o mercado oferece atualmente uma boa quantidade de profissionais da área e os equipamentos estão cada vez mais modernos e variados, aproximando-se de um padrão Plug and Play.

Ainda no passado, a automação de cada aplicação ou função demandava equipamentos dedicados. Hoje, por exemplo, podemos usar um mesmo controlador na indústria automobilística, alimentícia, siderúrgica. Basta fazer uma programação adaptada ao processo onde o sistema deve ser inserido e tudo irá funcionar perfeitamente. Esse novo cenário, então, está levando a automação industrial cada vez mais para dentro das empresas, se transformando em uma realidade mais próxima do que muitos imaginavam ser possível.

Plataformas amigáveis – Além da crescente facilidade na programação, atualmente os sistemas estão baseados em linguagens gráficas, o que facilita muito a sua configuração. Existem também muitos recursos que já estão embarcados no sistema, tornando a tecnologia cada vez mais amigável.

Outro ponto que vem aproximando a automação industrial das linhas de produção das empresas é a possibilidade de manter internamente profissionais mais generalistas, aptos a solucionar problemas de pequeno e médio porte. E, quando for necessária uma intervenção mais especializada para, por exemplo, realizar manutenções preventivas ou automatizar um novo sistema, contar com empresas especializadas que oferecem esses serviços. Com isso, se o core da empresa é a fabricação de latas de alumínio, não é necessário manter uma equipe de engenharia para desenvolver um projeto de automação, elevando seus custos fixos.

Uma jornada segura – As empresas devem sempre ter no radar que a automação industrial é uma jornada que vai sendo percorrida aos poucos, mas que rapidamente começa a gerar valor, com redução de custos na linha de produção, aumento da produtividade e melhor qualidade dos produtos.

Quando você automatiza um processo industrial, isso te permite produzir mais, executando mais processos simultaneamente. Além disso, é possível fazer automações descentralizadas, estágio por estágio de uma linha de produção, até implementar a automação total, integrando todos os setores – a chamada Indústria 4.0.

Nessa jornada, a automação começa a apresentar uma visão abrangente dos processos, entregando dados sobre a produção em tempo real. Assim, a empresa passa a ter conhecimento de quanto é o custo de fabricação de cada unidade do seu produto, identificando o gasto de energia, de matéria-prima, entre outras variáveis, e embasar decisões gerenciais que vão impulsionar o processo industrial e a competitividade. 

Ao final de qualquer análise, a verdade é que a automação é uma jornada sem volta. E com um eficiente planejamento, esse cenário está cada vez mais próximo da sua empresa e até mesmo do seu cotidiano, desde o pão de forma do café da manhã a uma televisão 8K, as linhas de produção certamente contam com algum nível de automatização. Provavelmente o setor de eletroeletrônicos utilizará mais recursos de automação do que o setor de panificação por conta da complexidade de seus componentes, mas não importa. Cada setor, cada empresa e cada momento demanda um tipo de automação diferente. Mas não há dúvida de que ela é a chave para a competitividade, eficiência e qualidade.

*Renato Bedendi é especialista de Marketing da Mitsubishi Electric

One thought on “A Automação Industrial está mais próxima do que você imagina

  • dezembro 4, 2020 em 8:14 am
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    A volúpia da automação industrial que hoje tem como o grande protagonista a chamada indústria 4.0, cujo berço é Alemanha, exige que os países invistam cada vez mais na educação, com destaque a de nível básico, para que tenhamos pessoas capazes de aprender e apreender essa área de conhecimento que permite liberar a mão de obra para tarefas menos repetitivas e, portanto, que têm um perfil ideal para a supra automação. Hoje, como já modestamente, tive oportunidade de comentar, o Brasil está patinando na ordenação da licitação para a internet de quinta geração (5G). Os motivos têm servido de inúmeras e intensas reportagens nas diversas mídias, que é contencioso entre adotar a tecnologia chinesa ou americana. As alegações é a possibilidade de o sistema da China abrir “a guarda” para espionagem. Segunda ouvi de pessoas altamente especializadas no segmento, esse perigo é real, mas, também disseram que qualquer opção escolhida, o país não estaria livre de tentativas de espionagem. Por consequência, cabe ao Brasil se precavê. A demora dessa importante decisão pode nos condenar a perda um precioso tempo, que leva-nos a importar tecnologia de segunda linha. Como exemplo o segmento dos automotivos autônomos. Não podemos, de forma imperativa, sermos eternos pagadores de royalties! Enfim, a automação navega num mar tranquilo para sua inexorável expansão em todas as áreas das ciências e das tecnologias aplicadas!

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