Eficiência energética no enfrentamento da crise hídrica
Por Marcel Serafim*
O Brasil enfrenta a pior crise hídrica dos últimos 91 anos e consequentemente aumentando os riscos sobre a geração de energia no país. Segundo especialistas, a situação dos reservatórios hoje chega a ser ainda mais grave do que em 2001, quando houve desabastecimento de energia.
Mesmo com uma matriz energética mais diversificada com novas formas de geração – no ano de 2001 tínhamos 90% da geração com hidrelétricas e hoje a mesma matriz responde por 60% – os riscos são elevados para um país que tende a ter consumo energético mais acentuado nos próximos anos.
Com uma maior diversidade de fontes de energia construída nos últimos anos e com o aumento da participação da energia solar e eólica, o país ainda depende das usinas hidrelétricas; porém a preocupação com o sistema de geração elétrica se acentua devido os índices pluviométricos previstos para os próximos meses não serem suficientes para elevar o nível dos reservatórios das usinas. Com o intuito de minimizar os riscos de falta de energia, uma das alternativas adotadas pelas autoridades competentes foi o acionamento de usinas térmicas com o custo de geração mais elevado; resultando a mudança da bandeira tarifária e a elevação dos custos de energia aos consumidores.
O grave cenário hídrico do país exige, portanto, medidas enérgicas e eficazes para afastar riscos de desabastecimento e racionamento de energia. O objetivo mais uma vez é a redução do consumo em uma ação conjunta de sociedade, empresas e governo.
Porém, a atual crise pode ser uma oportunidade para o Brasil promover uma transformação e conscientização no consumo energético, com impactos de médio e longo prazo evitando futuros riscos ainda mais críticos.
Os efeitos da redução do consumo seriam ainda mais amplificados com sustentação de ações por parte da indústria ao continuarem o movimento de investimento em novas soluções e equipamentos com maior eficiência energética, uma vez que o setor industrial é responsável por 35% do consumo de energia elétrica no Brasil. Analisando as cargas das plantas fabris, os sistemas motrizes representam 60% dos gastos com eletricidade, ou seja, mais de 26% do consumo total de energia no país está direcionado para estas cargas.
Adicionalmente cerca de 300 milhões de motores de baixa eficiência energética ainda estão em atividade no mundo. Segundo uma pesquisa independente, a estimativa é que se esses motores fossem substituídos por equipamentos de alta eficiência, os ganhos obtidos poderiam diminuir o consumo global de eletricidade em até 10%. Dessa forma, a substituição de motores elétricos antigos por novos com maior rendimento e a adoção de novas tecnologias no controle destas cargas, através dos inversores de frequência e softstarts, otimizariam suas operações e teriam um grande impacto na diminuição do consumo no país. Além dos motores elétricos, também é possível reduzir os gastos de eletricidade na indústria com a adoção de equipamentos mais inteligentes e com menor dissipação térmica, por exemplo, os painéis elétricos e seus periféricos. Os novos equipamentos instalados nos painéis agregam funções muito além de proteção elétrica e podem controlar, medir, analisar dados e tomar ações de medidas antecipadas para a redução do consumo energético.
Como exemplo os disjuntores são capazes de identificar o momento em que a energia produzida por geradores a diesel ou banco de baterias é mais barata do que a oferecida pela concessionária, transferindo automaticamente o consumo para a opção mais econômica. Como a energia é um insumo caro para a indústria, representando um custo estimado entre 20% a 25% no valor final do produto produzido, a economia gerada com a eficiência energética significa também ganho de competividade para o setor.
Todos os esforços para reduzir o consumo de eletricidade são importantes diante da gravidade da situação energética do país. A indústria e toda a população podem contribuir de forma significativa para que o Brasil enfrente essa nova crise, de forma sustentável e eficiente.
Em 2001, a crise energética já era para o poder público ter iniciado um grande incentivo a programas de energias alternativas, como “energia eólica” / ‘biodigestores (principalmente na área rural)’ / e principalmente “energia solar”, haja telhado nesse país, mas não……….vamos usar as termos que dá mais lucros pro topo da pirâmide……..