Erros mais frequentes em instalações elétricas

Por João Marcio Tosmann*

A NR 10 tem como objetivo estabelecer os requisitos e as condições mínimas de controle e prevenção em instalações elétricas e nos serviços que envolvam eletricidade para garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores. Essa Norma Regulamentadora ajuda a diminuir os erros em trabalhos que envolvem energia elétrica, entretanto, ainda assim, nem todos os procedimentos são executados da maneira correta, colocando os envolvidos em risco.

Todas as medidas de segurança devem ser seguidas à risca, pois as consequências de um erro podem ser muito graves e até mesmo fatais. Segundo dados recentes da Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel), apenas no primeiro semestre de 2020 aconteceram 741 acidentes com energia elétrica, como choques e incêndios por sobrecarga. Desse número, 355 vidas foram perdidas, evidenciando o risco de trabalhos que envolvem energia elétrica.

Para ajudar a alertar os trabalhadores que entram em contato com instalações elétricas, separamos os erros mais frequentes que acontecem em decorrência de uma falha, da tentativa de otimizar processos ou até mesmo de economizar. Confira!

Sobrecarga em disjuntores – Sobrecarregar um disjuntor pode causar diversos danos à instalação elétrica, causando diversos riscos. Um disjuntor deve ser utilizado apenas para um circuito para que não haja sobrecarga que possa acarretar queima de máquinas e aparelhos eletrônicos e até mesmo explosões e fogo. Os circuitos devem ser divididos em disjuntores distintos, para, assim, garantir que não ocorra sobrecarga.

Cabos e fios desbitolados – Fios e cabos não regulamentados pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) não podem ser utilizados em hipótese alguma. Esses materiais sem certificação podem causar danos às instalações, como aquecimento dos condutores, aumento da conta de luz e até mesmo perda de energia. Utilizá-los é assumir o risco de não estar de acordo com as normas e, consequentemente, colocar todos em risco também.

Profissionais não qualificados – Contratar profissionais sem as devidas qualificações para instalar ou consertar as instalações elétricas é outro grande risco. O contratado deve apresentar conhecimento técnico para executar todos os processos, bem como comprometimento e respeito com as normas. Qualquer erro pode prejudicar o trabalho, imagem da empresa e até mesmo aumentar o risco de vida. Por isso, certifique-se que os trabalhadores possuam cursos na área e até mesmo experiência.

Não cumprimento dos processos de bloqueio e etiquetagem – Não realizar o procedimento de bloqueio e etiquetagem ou realizar da maneira errada pode comprometer todos os colaboradores envolvidos. Fazer o procedimento de lockout/Tagout é um requisito mínimo para prevenir acidentes e doenças ocupacionais. Eles devem ser feitos em todas as fases de trabalho, como construção, transporte, montagem, instalação, ajuste, operação, limpeza, manutenção, inspeção, desativação e desmonte da máquina ou equipamento.

O bloqueio e travamento de máquinas e equipamentos é um procedimento essencial para evitar erros, impedindo que outros profissionais liguem o aparelho que está passando pela manutenção de outro profissional, por exemplo. Por isso, insira os processos de bloqueio e etiquetagem em sua empresa.

*João Marcio Tosmann é formado em Engenharia Elétrica com ênfase em Eletrônica pela PUC-RS, com pós-graduação em Administração Industrial pela USP e MBA em Marketing pela ESPM. É diretor da Tagout, indústria de produtos de Bloqueio e Etiquetagem

3 thoughts on “Erros mais frequentes em instalações elétricas

  • fevereiro 6, 2021 em 11:44 am
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    Os erros que se cometem é facilmente verificados com uma simples inspeção visual. Já morei em apartamento considerado de luxo na Barra da Tijuca cujo Quadro de Distribuição Geral de Luz e Força não havia sequer barramento de neutro. Um verdeiro absurdo! Era um circuito trifásico e todos sabemos que com a perda do neutro estará sendo aplicado 220 V num equipamento ligado em 127 V-monofásico. Barramento de terra era um luxo. As dimensões e acessibilidade ao QDLF era complicadíssima. Fica a indagação! Como um engenheiro permitiu que se fizesse tal instalação? Gabiarreiro o mundo está cheio! Hoje, em virtude da disseminação das cargas não lineares e, portanto , com a geração de harmônicas e sub-harmônicas, o critério de dimensionamento do neutro é outro, sob pena de subdimensioná-lo. O fabrico de tomada de três pinos, sendo um de terra, na maioria das vezes é para inglês vê. Nas construções antigas, então, nem se fala. Para minorar, os órgãos reguladores e fiscalizadores poderiam fazer uma ampla campanha para diminuir o número de vítimas fatais. Engenheiro, Professor, mestre em ciências de engenharia elétrica, projetista e consultor em geração fotovoltaica e eficiência energética.

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  • fevereiro 6, 2021 em 8:54 am
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    Muito bom esses anúncios

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    • fevereiro 8, 2021 em 2:56 pm
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      Valeu, Marcos! 👍

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