Uso do sol e vento para gerar energia
A capacidade de geração de energia eólica e energia solar dobrou desde 2015, passando a responder por quase 10% da eletricidade produzida em todo o mundo e praticamente se igualando à geração de energia nuclear.
Isso é importante por estar substituindo a energia produzida pela queima de combustíveis fósseis – no caso do Brasil, usinas termelétricas que utilizam derivados de petróleo e gás.
Para os países do hemisfério norte a importância é ainda maior, por permitir a substituição da queima do carvão, extremamente poluente, cujo consumo caiu 8,3% no primeiro semestre em comparação com o mesmo período de 2019. Essa queda deveu-se principalmente à redução da atividade econômica em função da covid-19, porém 30% dela pode ser atribuída ao aumento da produção das energias eólica e solar.
Nos países que mais poluem queimando carvão, China, Estados Unidos e Índia, apenas 10% da energia vem do sol ou do vento. A China é responsável por mais da metade do consumo de carvão em todo o planeta.
Recentes pesquisas, envolvendo 48 países que produzem 83% da energia consumida no mundo, mostraram que a instalação de turbinas e painéis solares vem crescendo muito, com destaque para a União Europeia, onde 21% da energia produzida vem dessas fontes, sendo que a Alemanha, com 33%, é a líder no bloco.
Essa situação é animadora, embora ainda haja um longo caminho a ser percorrido até que seja atingido o objetivo fixado em 2015 pelos acordos de Paris, no sentido que o aquecimento global não supere 1,5 graus Celsius em relação às temperaturas observadas no período anterior à Revolução Industrial.
Para se atingir esse objetivo será necessário reduzir a queima de carvão em 13% ao ano nos próximos 10 anos e praticamente zerar as emissões de dióxido de carbono até o ano de 2050, mas já há a percepção de que essas metas não serão atingidas.
O uso do sol e o vento para a geração de energia são a solução para esses problemas, mas infelizmente sua adoção ainda não vem sendo feita de maneira suficientemente rápida.
Escrito por Vivaldo José Breternitz, doutor em ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da Faculdade de Computação e Informática da Universidade Presbiteriana Mackenzie
Temos lidos com grande satisfação que a capacidade instalada brasileira de geração fotovoltaica, que tem a predominância dos consumidores residenciais, vem aumentando também no segmento dos grandes consumidores. Não é novidade para quem estuda o assunto que os consumidores residenciais pagam uma energia que subsidia os segmentos comerciais e, sobretudo, o industrial. Portanto, essa mudança pode, sem ser utópico, contribuir para que a chamada “inflação do KWh” para os residenciais tenha um crescimento mais justa. O potencial desse país é enorme para expandir a sua capacidade instalada na fonte solar. É evidente que tudo nada vida tem que ter a dosagemn do equilíbrio , ou seja, nem oito e nem oitenta. As chamadas fazendas solares não podem sacrificar terras férteis para produção do agronegócio, segmento no qual o Brasil é um dos grandes protagonistas. Já é um assunto que merece um estudo profundo e cuidadoso. Está aqui um bom tema para as dissertações e teses de mestrado e doutorado. Engenheiro, Professor e Mestre em Ciências de Engenharia Elétrica/COPPE – UFRJ.