A indústria farmacêutica e a automação
Enquanto algumas fábricas ainda engatinham no que diz respeito a automação e uso de robôs em suas produções, como tentativa de sobreviver ao novo normal decorrente da pandemia da Covid-19, há um segmento que já se adaptou ao seu uso para otimizar o funcionamento nesses tempos de forma consistente: a indústria farmacêutica.
Seja para produzir novos medicamentos, equipamentos de proteção individual ou até mesmo respiradores, empresas desse ramo têm enfrentado a crise de frente apoiando os países ao redor do mundo. Nessa perspectiva, a necessidade de produzir insumos ininterruptamente tem aumentado o investimento em automação, que irá continuar crescendo nos próximos anos.
E é o que já atesta o estudo “Mercado de robôs farmacêuticos”, produzido pela Markets and Markets, uma das maiores fornecedoras de relatórios B2B no mundo. Segundo a pesquisa, esse setor valerá quase 120 milhões de dólares até 2021, o que significará um crescimento de mais de 13% ao ano.
O segmento de automação sozinho, aliás, tem altas previsões de aquecimento pós-crise se comparado aos momentos anteriores. Um outro levantamento, esse da Research & Markets, aponta que o mercado global de manufatura inteligente deverá valer mais de 181 bilhões de dólares até 2020 e mais de 220 bilhões até 2025, o que configura um crescimento de, ao menos, 4%. Essa alta demanda tem relação com a necessidade das indústrias de diversos segmentos, principalmente a farmacêutica, de se tornarem mais eficientes e competitivas no mercado globalizado.
A grande procura se deve a vários fatores que incluem, entre outros, a facilidade de uso e a segurança da tecnologia para esse tipo de manufatura. Com eles, é possível, por exemplo, produzir uma alta quantidade de produtos com espaço físico e quantidade de funcionários reduzidos, gerenciar melhor os resíduos – fatos que, consequentemente, aumentam a segurança e evitam contaminação – além de darem agilidade e diminuírem custos operacionais para o contratante.
Já observamos várias aplicações muito interessantes do uso de robôs colaborativos na produção de insumos farmacêuticos ao redor do mundo, em especial após o início da pandemia. Na Índia, por exemplo, os cobots têm sido usados para aumentar a produção de máscaras faciais nas fábricas controladas pelo governo.
Já nos EUA, a DectaChem, empresa produtora de detectores portáteis de drogas e explosivos, utilizou esse tipo de robô para produzir kits de teste de baixo custo para a detecção da Covid-19. Na China existe ainda uma iniciativa que combina cobots com robôs, chamados de AMR, com a finalidade de medir temperatura, auscultar e colher amostras de muco com fita de papel.
O Brasil também está começando a acelerar o uso de cobots dentro da área médica. Há, por exemplo, um grande grupo de trabalho composto por pesquisadores, profissionais da saúde e diversos fornecedores de tecnologia avaliando alternativas de como a robótica avançada pode ajudar o combate à Covid-19 nos hospitais brasileiros minimizando contato de profissionais da saúde com pacientes infectados. Nesse sentido, entendo que as aplicações não-industriais são apenas uma questão de tempo!
Iniciativas como essas ajudam as indústrias a acelerarem transformações que vinham ocorrendo há algum tempo, porém de forma mais lenta, e, podem acreditar, são caminhos sem volta. Quem entende as vantagens de automatizar a produção de forma correta não vai querer outra coisa!
Escrito por Denis Pineda, gerente regional da Universal Robots na América Latina
muito bom vivemos um cenário completamente incerto nas nossas vidas, mas projeção de novas tecnologias e algo que já esta acontecendo nos dias atuais.
Com certeza, Celso. Obrigado por comentar! 👍