Desmistificando o custo da energia solar
Por Carolina Reis*
A conta de luz está cada vez mais cara no Brasil, algo que pode ser facilmente constatado no dia a dia da população. Esse tipo de inflação é especialmente danoso porque encarece o preço de produtos e serviços e, ao mesmo tempo, reduz o poder de compra das famílias e a competitividade entre empresas.
Pequenos e médios negócios e a população mais pobres são os que mais sofrem nesse cenário. Parte dessa inflação energética pode ser explicada pelo aumento dos custos de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica.
Outra parte é por conta de um conjunto de ineficiências do próprio setor elétrico. Até pouco tempo, a principal defesa da população brasileira contra os reajustes tarifários, era reduzir o consumo e torcer para a conta de luz baixar no mês seguinte.
A eficiência energética continua sendo o investimento mais barato, porém o espaço para economizar está limitado por vivermos em uma sociedade dependente de energia e internet.
É justamente nesse contexto que a geração solar fotovoltaica distribuída cresce exponencialmente no Brasil. Em janeiro, o Presidente da República sancionou a Lei 14.300/2022, que ficou conhecida como o marco legal da micro e minigeração distribuída.
Em 2021, estima-se que esse mercado movimentou R$ 16,8 bilhões, expansão de 34,5% em relação ao ano anterior e de 63% na comparação com 2019, segundo dados da EPE (Empresa de Pesquisa Energética), órgão de governo responsável pelo planejamento do setor elétrico.
Atualmente o país tem mais de um milhão de consumidores beneficiados por essa modalidade, equivalente a 1,2% do mercado potencial. As vantagens são inúmeras, mas o maior benefício é reduzir em até 90% a conta de luz. Além disso, pesquisas no setor revelaram que o brasileiro já prefere um imóvel com energia solar à piscina — inclusive aceitando arcar com um investimento maior para ter essa tecnologia.
Por ser um produto precificado em dólar e com alto valor agregado, a energia solar pode parecer um investimento alto para alguns consumidores. Contudo, com o ganho de escala e evolução tecnológica, a tendência é de que os custos sejam reduzidos no médio e longo prazo — o que tornará essa tecnologia mais acessível para um número maior de brasileiros.
O aumento de linhas de crédito específicas, como as oferecidas pelo Meu Financiamento Solar, facilita a aquisição desse tipo de solução. Graças à praticidade do crédito digital para energia solar, o consumidor pode financiar 100% dos custos dos equipamentos e do serviço de instalação.
Segundo a ABSOLAR (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica), atualmente existem 70 opções de financiamentos para quem deseja instalar um sistema fotovoltaico em um imóvel comercial ou residencial, urbano ou rural. Além da facilidade de crédito no mercado, a tecnologia acaba se pagando em pouco tempo, normalmente entre quatro e seis anos. A TIR (Taxa Interna de Retorno) facilmente supera os 15% ao ano.
Outro ponto relevante é o benefício que esta fonte de energia pode levar para as empresas, pois o aspecto do custo da energia afeta diretamente a performance operacional das organizações. As vantagens ainda incluem o fato da energia solar não poluir, ser renovável, limpa e sustentável.
É uma tecnologia silenciosa, simples de usar e de fácil manutenção, características que explicam o amplo crescimento do setor, aumento do número de players, de consumidores e faz brilhar os olhos dos investidores, que diante de tantas oportunidades passaram a realizar aportes em diversas empresas da cadeia solar.
O aumento das preocupações ambientais e o movimento de transição energética para uma econômica de baixo carbono são garantias de que o mercado se mantenha aquecido por muitos anos.