Energia solar em alta no país

Durante os meses de junho e julho, a Greener, empresa de pesquisa de mercado na área de energia solar, entrevistou mais de 1.800 empresas integradoras, distribuidores de equipamentos e cerca de 650 proprietários de sistemas fotovoltaicos (pessoas jurídicas), que contribuíram para a elaboração do Estudo Estratégico de Geração Distribuída do Mercado Fotovoltaico de 2021.

Os resultados da pesquisa apontam franca aceleração do setor. “Basta analisarmos o volume de módulos fotovoltaicos para atender as Grandes Usinas Solares e a Geração Distribuída durante o primeiro semestre de 2021, que chegou a 4,86 GW, superando o volume importado durante todo o ano de 2020, 4,76 GW. E mais: do total de 2021, cerca de 66% da potência importada corresponde às tecnologias mono e poli PERC. Já o volume de inversores importados em 2021 atingiu 4,54 GW, um aumento expressivo de 80% em relação ao mesmo período do ano anterior. Esses números mostram claramente o aquecimento e a atratividade do setor”, comenta Marcio Takata (foto), diretor da Greener.

Marcio Takata
Diretor da Greener

O estudo apurou também os preços dos kits fotovoltaicos, que se mantiveram estáveis em relação a janeiro de 2021, mesmo com o aumento do preço dos módulos. A Greener estima que esse aumento foi compensado pela ampliação do volume de produtos com ex-tarifário e a ampliação da participação de inversores com custo mais baixo.

Ainda de acordo com a pesquisa, o Brasil atingiu 532 mil unidades consumidoras com GDFV conectadas à rede até junho deste ano, um crescimento de 40% em relação a dezembro de 2020. Um total de 689 mil UCs receberam créditos de energia, com crescimento de 46% em relação ao final do ano passado. A proporção de UCs recebedoras de crédito através de geração remota vem se ampliando, passando de 1,16 em 2017 para 1,30 em 2021.

Outro dado apontado na pesquisa foi em relação à forma de pagamento dos sistemas: 54% das vendas efetuadas em 2021 pelos integradores entrevistados foram realizadas via financiamento bancário. “Em 2017, esse percentual era de 16%, o que mostra o grande avanço no acesso às linhas de financiamento para o setor ao longo dos anos”, destaca Takata.

Os integradores também se mostraram otimistas em relação às vendas para o segundo semestre deste ano. Um percentual de 42% deles espera vender até 100 kWp até o final do ano, 36%, entre 100 e 500 kWp, e 10% espera atingir um volume de venda acima de 1 MWp até dezembro.

A Greener também acompanhou o mercado de Geração Distribuída sob a esfera do consumidor final (pessoa jurídica), entrevistando 650 empresas de diferentes portes e segmentos que instalaram sistemas fotovoltaicos em todas as regiões do Brasil. O segmento de varejo, com destaque para os supermercados e postos de combustíveis, representou 38% das instalações, seguido pelo segmento de serviços com 35% das instalações comerciais. Vale ressaltar a relevância das micro e pequenas empresas. Esse perfil de consumidores demandou 76% das instalações comerciais. “As pequenas empresas enxergam o valor que a energia solar traz para seu negócio, combinando redução de custos a uma geração renovável”. Identificamos, na pesquisa, que 52% desses consumidores têm sistemas com porte entre 10 kWp e 49,9 kWp, em geral com geração no próprio local, sem deixar de mencionar o importante avanço das unidades que se beneficiam da geração solar de forma remota”, conclui Takata.

One thought on “Energia solar em alta no país

  • setembro 25, 2021 em 10:13 am
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    Temos lidos notícias alvissareira sobre o crescimento consolidado da geração fotovoltaica no Brasil. Vivemos um momento delicado acerca do fornecimento de energia elétrica pelos fatos amplamente focalizados pelas diversas mídias em virtude da escassez de chuva, sobretudo nas cabeceiras dos rios. O segmento vem apresentando galopantes inovações tecnológicas que ajudam a redução do payback. As reformas impostas pelo Congresso Nacional precisam preservar a atrativa nessa tipo geração alternativa e renovável. O nosso potencial é invejável e, junto com a eólica, é, sem contestação, uma excelente alternativa para ajudar a enfrentar uma crise de disponibilidade de energia elétrica, sendo os perfis dessas fontes primárias menos sujeitas a grandes flutuações de suas disponibilidade.

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