Migração para o mercado livre de energia pode equivaler ao plantio de milhares de árvores

Entre os meses de janeiro e abril, mais de 7 mil empresas conectadas à média e alta tensão já migraram para o mercado livre de energia, de acordo com dados da Associação Brasileira de Comercializadoras de Energia Elétrica (Abraceel).

Créditos: Canva

Esse fenômeno é motivado, principalmente, pela possibilidade de economizar até 40% na conta de energia. Mas o mercado livre de energia tem outro chamariz que tem atraído as empresas: a possibilidade de reduzir as emissões de CO2.

Ao migrar para o mercado livre de energia, uma empresa consegue ter certeza de que toda energia que consome provém de fontes renováveis, como solar e eólica, algo impossível quando se está no mercado cativo.

Se desejarem, as empresas podem, inclusive, obter um certificado internacional de energia renovável, o i-REC, na sigla em inglês. Os i-REC são documentos rastreáveis, de alta confiabilidade e reconhecidos mundialmente.

Tyr Energia, comercializadora varejista líder no estado do Rio de Janeiro, calcula que seus clientes do mercado livre de energia deixaram de emitir 18 mil toneladas de CO2 em 2023. Isso equivale à captura de carbono de 2,5 milhões de árvores durante o mesmo período.

Para chegar a esse número, foi feita uma comparação com a quantidade de CO2 que essas empresas teriam emitido se ainda estivessem no mercado cativo, que usa o mix de energia fornecido pelo Sistema Interligado Nacional, incluindo fontes de origem fóssil.

Além de usar fontes renováveis, o mercado livre de energia estimula a eficiência energética. Com a instalação de medidores inteligentes, os consumidores podem monitorar o consumo de energia em tempo real.

Isso traz transparência e ajuda a racionalizar a forma como se consome energia. O monitoramento através da digitalização também permite identificar oportunidades e mudanças de hábitos. “A energia mais verde é aquela que não é consumida”, disse o sócio-fundador da Tyr Energia Eduardo Miranda. “O Brasil tem avançado na direção, mas há um longo caminho a ser percorrido. E a digitalização é uma ferramenta decisiva para nos tornarmos mais eficientes no consumo de energia”.

De acordo com Miranda, o mercado livre de energia é a porta de entrada para uma revolução na maneira como lidamos com a energia elétrica. Ele cita exemplos de locais como o Texas, nos Estados Unidos.

Graças a um mercado livre de energia bem desenvolvido e regulamentado, o estado americano tem conseguido direcionar sua economia para reduções significativas de emissões e criar um ambiente de inovação tecnológica que é hoje visto como uma referência global.

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