Por que as energytechs são tão importantes para o mercado e o planeta?

Por Bruno Arcuri*

Nos últimos anos, discussões envolvendo o uso de fontes de energia renovável e limpa ganharam força no cenário econômico mundial e vêm mobilizando o mercado a buscar soluções que ajudem o mercado a consumir energia da melhor forma possível e minimizar os impactos do aquecimento global.

Créditos: Shutterstock

A chamada revolução energética contribui para o surgimento de startups voltadas para o mercado de energia, que criam soluções de distribuição e implementação de energia limpa, através de fontes renováveis e sustentáveis. Essas soluções direcionam as empresas a economizarem com a conta de luz, uma vez que passam a consumir e produzir energia de forma mais eficiente.

Esse cenário impulsiona a criação de um modelo de negócio inovador e as energytechs surgem com a missão de atender às necessidades do mercado, além de contribuir para o desenvolvimento de ações que aceleram a revolução energética no Brasil e no mundo.

Fazendo uso Internet das Coisa (IoT), Big Data e Inteligência Artificial, essas empresas conseguem identificar todo o potencial de economia energética, através de ferramentas efetivas para uma das principais dores que o mercado sente: a redução do consumo e custos com luz e o uso de energia limpa e renovável.

Nos últimos anos, devido ao contexto de urgências climáticas e ambientais, o mundo passou a olhar com muito mais atenção para as consequências ambientais provenientes de toda a indústria. Segundo estudo realizado pela Opinion Box, 68% dos consumidores preferem pagar mais caro para consumir produtos e serviços sustentáveis, enquanto 37% dos entrevistados afirmaram que já deixaram de comprar algum serviço por não ser sustentável. 

Vale ressaltar ainda como o setor energético é uma área pouco móvel, com vários monopólios na distribuição e comercialização de energia, e agências reguladoras muito centralizadoras. Nesse sentido, a entrada das energytechs nesse meio acaba promovendo não só soluções práticas dentro do setor, mas também transformando todo o entorno através de tecnologias e modelos de negócios inovadores para a área. Até por isso, a tendência é que o mercado de energia fique cada vez mais livre e transparente, passando a contar cada vez mais com uma concorrência mais ampla e sustentável. 

Todos esses ganhos e efeitos positivos atrelados ao trabalho dessas energytechs estão sendo reconhecidos através dos fundos de venture capital. No Brasil, de acordo com levantamento realizado pela Distrito Dataminer de 2021, existem atualmente 157 startups do setor energético, e desde 2015 receberam investimentos que ultrapassam a marca de U$ 85 milhões. No entanto, o crescimento do setor é estrondoso e até agosto passado, os aportes realizados em startups do setor somaram US$ 66,4 milhões, aproximadamente 78% do acumulado histórico.

O crescimento do setor não acontece apenas no Brasil e mostrou-se uma área promissora e aquecida em todo o mundo. Dados da Tracxn, plataforma global que mapeia dados sobre o universo de inovação, em 2020 as energytechs receberam mais de US$ 34 bilhões de investimento. Para 2021, até agosto o setor já acumulava aplicações que passavam dos US$ 21,4 bilhões, dando claros sinais de quebra de novos recordes até o final do ano.

A demanda por soluções que atendam esses problemas está em voga e deve ganhar mais destaque nos próximos anos. Dessa forma, a atuação das energytechs deve resultar em novas tecnologias e modelos de negócios para todo o setor energético a curto prazo. É importante ressaltar as startups do mercado de energia atacam o mesmo problema, mas em diferentes formas, além de estarem alinhadas ao discurso ambiental, estas [energytechs] ajudam o mercado a consumir energia de uma melhor forma e evitar desperdícios, ou seja, quando a energia não precisou ser gerada ou consumida.

*Bruno Arcuri é CEO e cofundador da Diel Energia, startup que desenvolveu a primeira plataforma de gestão de refrigeração para empresas

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