Saiba qual é a vida útil de uma usina solar
Cada vez mais os brasileiros estão investindo em sua própria usina de energia solar para fugir do aumento constante nas tarifas e apagões que comprometem os negócios. Em março, a geração própria de energia superou a marca dos 1,73 milhão de sistemas fotovoltaicos instalados, segundo os levantamentos da Absolar (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica). Mas antes de decidir pela instalação, muitos ‘prosumidores’ (consumidores que produzem e gerenciam a eletricidade que produz) perguntam: qual é a vida útil de um sistema fotovoltaico?
“De fato, conhecer a vida útil dos equipamentos que compõem um sistema fotovoltaico (FV) é de extrema importância, pois isso está diretamente ligado ao investimento que o cliente final terá que fazer, a economia gerada e o tempo de retorno do que foi investido”, observa Ariel Martins, da unidade Solar Energy, da Fronius do Brasil, subsidiária da companhia austríaca e um dos maiores fabricantes mundiais de inversores para energia solar.
Os módulos solares, que captam a luz solar e transformam em corrente contínua, têm durabilidade média de em torno de 25 anos, com perda de eficiência durante esse período, segundo os fabricantes. Mas muitos podem continuar funcionando por mais de 30 anos, se estiverem bem instalados, em locais adequados, além de todos os cuidados e a manutenção necessários para preservar o produto.
Segundo Martins, o mesmo acontece com os inversores, equipamentos que transformam a corrente contínua dos módulos para corrente alternada e distribuem a eletricidade por toda a instalação. O tempo médio entre falhas (MTBF) apontado pelos testes em laboratório dos fabricantes, em condições adversas de temperaturas, umidade e outras condições ambientais, é de em média 20 anos. Porém, esse tempo pode ser bem maior dependendo do cuidado, as condições climáticas locais e a robustez do equipamento.
Experiência real dos usuários
Na Alemanha, a Fronius tem registro de sistema fotovoltaico com inversores Sunrise, instalado na residência do engenheiro Frans Ammersdofer, operando há quase 30 anos. Atualmente, a energia gerada pela usina de energia solar também é usada para abastecer o carro elétrico.
Já a Fronius do Brasil conta com “prosumidores” que estão com seus inversores funcionando plenamente há quase dez. É o caso Sindicato dos Metalúrgicos de Passo Fundo, Marau e Tapejara, no Rio Grande do Sul, o primeiro projeto de usina solar no Estado com o inversor da marca. O sistema conta com usina solar equipada com inversor Fronius IG Plus 50V de 4 kW e 16 módulos solares de 255W, desde 2015.
“As concessionárias não aceitavam. Não sabiam da tecnologia fotovoltaica, tive que explicar o que era energia solar”, conta Ricardo Rizzotto, diretor executivo da EOS Solar, empresa instaladora responsável pelo projeto do sindicato. Segundo Rizzotto, na época, os integradores enfrentavam diversos desafios para conseguir aprovar os projetos. “Era um mês para obter retorno. Sempre tinha um problema, aí corrigiam e no mês seguinte achavam outro problema”. O projeto foi finalmente aprovado sete meses depois que a EOS Solar protocolou uma reclamação na ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica).
Segundo o executivo, desde que a usina fotovoltaica iniciou as operações, em fevereiro de 2015, já foram gerados 45 MWh de energia, gerando uma economia total de 33 mil reais ao Sindicato dos Metalúrgicos. “Com o valor economizado, os recursos estão sendo utilizados para melhorias na infraestrutura. O sindicato tem sede campestre, e o valor é abatido em três unidades consumidoras”, ressalta.
Entre os projetos pioneiros de sistema de energia solar com tecnologia da Fronius estão as instalações feitas em 2014 em residência de Manoel Gutemberg, em Natal (Rio Grande do Norte), que até hoje utiliza IG50V1 Plus, de 4.080 kW de potência, o primeiro modelo da fabricante austríaca a desembarcar no Brasil. Outro projeto é do engenheiro mecânico, Henrique Mendonça, equipado com inversor Fronius Galvo 3.1, de 4.05 kWp. A casa de Mendonça foi uma das seis primeiras a ter energia solar da capital catarinense, 17ª de Santa Catarina a ser conectada na rede da distribuidora Celesc e 370ª do Brasil, segundo os registros da Aneel. Segundo os “prosumidores”, os inversores estão operando com a mesma performance de quando foram instalados e até agora não apresentaram falhas.