Formação profissional para jovens
Impactar os jovens da cidade de Boituva (SP) é o objetivo da Schmersal, multinacional que desenvolve e fabrica soluções para elevadores, automação e segurança para máquinas industriais. Possibilitar um futuro mais seguro aos jovens da região é um dos propósitos da empresa. Por isso, por meio da Escola Formare, a Schmersal disponibiliza cursos de educação profissional, com disciplinas elaboradas e certificadas com foco nos negócios da empresa. A iniciativa abrange jovens entre 16 e 18 anos, que residem em Boituva e de famílias em vulnerabilidade social.
Iniciativa do Programa Formare, a Escola Formare da Schmersal começou em 2011 e 170 jovens já conquistaram a formação inicial profissional em operação de montagem de painéis de comandos elétricos. Certificado pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná, o curso tem duração de 10 meses, com 715 horas/aula e mais 110 horas de prática profissional. Ao término, os jovens recebem certificados reconhecidos pelo MEC.
A parceria também atua para estimular a prática voluntária entre os colaboradores da Schmersal. Após processo de capacitação, eles atuam como educadores voluntários em sala de aula e na prática profissional. “Essa iniciativa proporciona que os jovens da cidade possam desenvolver habilidades para atuar no mercado de trabalho. Além disso, internamente reflete nossa cultura de aprendizagem e incentiva a prática do voluntariado entre nossos colaboradores. Atualmente temos 40 educadores voluntários. Para nós é importante valorizar as pessoas, é o que nos norteia. Por isso, buscamos iniciativas que propaguem isso”, comenta Rogério Baldauf, diretor-superintendente da Schmersal.
Mais do que possibilitar o estudo teórico e prático no ramo da indústria, alguns jovens têm a chance de conquistar um emprego na Schmersal. “Entre os jovens que já participaram do projeto, 78 foram contratados e 34 deles continuam atuando conosco”, afirma Baldauf.
Aulas on-line
Mesmo com a atual pandemia da Covid-19, as aulas não pararam. Tudo passou a ser feito por meio de uma plataforma viabilizada pela Schmersal e utilização do aplicativo Teams para as aulas. “Antes de dar início às aulas on-line, todos os alunos foram consultados sobre os recursos disponíveis para que conseguissem assistir as aulas. Todos têm celular com internet e alguns contam com computador. Nós disponibilizamos suporte de celular para todos os alunos e orientações para melhorar desempenho nos acessos à internet. Também realizamos reuniões on-line com os pais, com os alunos, com os educadores voluntários e com a diretoria da empresa para alinhar o novo formato de educação”, comenta Fernanda Machado, supervisora de RH da Schmersal e coordenadora da Escola Formare desde 2011.
A Escola Formare trabalha com a metodologia de avaliação por competências e as aulas presenciais são importantes também para o desenvolvimento da relação interpessoal, expressão oral e corporal e o trabalho em equipe entre os jovens. Dessa forma, a escola adotou formas de interação para manter o desenvolvimento dessas competências aos alunos à distância. “A oportunidade de estar inserido em um laboratório na rotina de uma fábrica é um ponto-chave para que o jovem vivencie esse dia a dia. No entanto, nos adaptamos à realidade e buscamos trazer outras possibilidades que mantivessem essa essência das aulas”, declara Fernanda.
Entre os formatos de interações desenvolvidos estão as aulas via plataforma Teams. Esse formato possibilita que as aulas fiquem gravadas, permitindo assisti-las posteriormente caso o aluno tenha tido dificuldade durante o acesso. Há também plantões de dúvidas e grupos específicos das disciplinas no WhatsApp, incluindo grupos com os familiares dos alunos.
Em relação as aulas práticas, há a ideia de promover, de forma fracionada, encontros presenciais entre os alunos e os educadores voluntários. “Tudo está sendo planejado respeitando o distanciamento social, ao mesmo tempo que não interrompa o processo de capacitação dos jovens. Estamos planejamento a retomada das aulas práticas na empresa com horários e dias diferenciados, dividindo a turma e respeitando todos os protocolos de prevenção. Isso está sendo alinhado com os educadores voluntários e respectivos gestores das áreas produtivas, com todo o suporte da Fundação Iochpe”, conclui Fernanda. (A propósito, a foto que ilustra esta reportagem foi feita antes da pandemia).
Como é o processo de seleção?
Após anunciado o período das inscrições, os alunos passam por um processo de seleção composto por prova de português, matemática e redação. Os aprovados participam de uma dinâmica e, posteriormente, de uma entrevista individual. A última etapa do processo conta com uma visita domiciliar para conhecer a realidade social dos jovens finalistas e compartilhar com a família sobre o projeto e a participação de todos eles para a formação do jovem. Após isso, é constatado o desempenho escolar dos alunos. Por turma, o projeto reúne 20 jovens para o curso profissional.
Muito importante essas ações mas também muito importante o governo do Brasil manter todas as Escolas Técnicas criadas e Universidades com verbas adequadas não cortando orçamentos na educação.
O investimento em educação deve ser público e é o privado não se presta para isso. Nenhum país ascendeu economicamente e socialmente sem pesados investimentos em educação. Ve-se o caso da China. Canalizar recursos para o mercado financeiro não alavanca país algum. Apenas uma minoria que é a elite bancária e financeira se beneficia.
Ótimo comentário, Renato! Obrigado. 👍