A infraestrutura para os carros elétricos

A expansão do mercado de carros elétricos é uma tendência mundial. De acordo com a Agência Internacional de Energia (IEA), só no 1º trimestre de 2021 houve um crescimento de 140% nas vendas de veículos elétricos em todo o planeta, e em 2020 o mundo gastou nada menos do que US$ 120 bilhões na compra de veículos movidos a eletricidade.

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Além de ser mais limpa, outra vantagem da energia elétrica em relação aos demais combustíveis é a praticidade: é possível abastecer o carro na garagem de casa, apenas com um carregador especial. E embora seja uma ideia simples, no setor da engenharia civil essa adaptação exige mudanças mais profundas nos novos projetos residenciais.

“Faz parte da nossa competência identificar e antever as novas necessidades dos consumidores e levar isso para dentro dos projetos. A proliferação dos carros elétricos ou mesmo híbridos vai fazer com que o usuário explore ao máximo a possibilidade de abastecer o carro na própria garagem. E os nossos novos projetos oferecem isso”, explica João Borges, engenheiro eletricista e coordenador técnico da Projelet, escritório de engenharia focada no desenvolvimento de soluções inovadoras.

No entanto, há outras mudanças que chegam com o fluxo dessa adaptação. “Vários veículos elétricos na garagem de um condomínio, por exemplo, sugerem que haverá um aumento no consumo de energia. Então, além de painéis solares que forneçam parte dessa demanda, também estamos adaptando gerenciadores inteligentes de energia, que fazem a leitura e o direcionamento adequado do consumo”, diz o engenheiro.

Ele explica que o mecanismo interrompe o abastecimento dos veículos conectados ao carregador enquanto há um consumo maior de energia nos apartamentos. Quando essa demanda cai, de madrugada, por exemplo, os veículos voltam a receber carga. “Hoje é possível, inclusive, programar o horário de início e de término do abastecimento. E vale lembrar que a autonomia dos veículos elétricos é de algo em torno de 400 quilômetros. Dependendo dos hábitos do condutor, não é necessário abastecer todos os dias”, sugere.

“O mais importante é que os condomínios sejam adaptados para uma nova realidade de mercado, mas sem abrir mão da sustentabilidade. A ideia é oferecer a inovação, mas dosando os picos de consumo de energia. Usando a tecnologia da informação a nosso favor, isso é perfeitamente ajustável nos projetos de engenharia atuais”, avalia.

Compra de imóvel

O profissional da Projelet alerta que essa adequação deve ser uma das preocupações de quem tem interesse em comprar um imóvel. A tendência para os próximos anos é de que os carros elétricos se multipliquem mundo afora, e os condomínios que não estiverem preparados poderão ter valorização menor no mercado.

“Este é um item que sem a menor sombra de dúvida os compradores de imóveis vão começar a procurar em breve. As residências e as salas comerciais sem carregadores apropriados para abastecimento dos veículos ficarão menos valorizadas. Parar nos postos de combustíveis pode continuar sendo rotina para os donos de carros elétricos, mas só para aqueles que não têm um imóvel adaptado à sua necessidade”, prevê.

6 thoughts on “A infraestrutura para os carros elétricos

  • 01/03/2022 em 08:29
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    Um dos pontos a serem observados durante o comissionamento e mesmo projeto e conhecer se a Estação de Recarga conta com a proteção contra fugas de corrente para a alimentação DC. Caso não é importante que o DR seja do tipo (A) para correntes alternadas e pulsante contínua.

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  • 25/02/2022 em 15:35
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    Gostaria de trabalhar com projetos e instalações de recarga de veículos elétricos. Tem alguma escola especializada nesse tipo de projetos e instalações?

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    • 02/03/2022 em 15:19
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      Olá Adilson. Infelizmente não temos essa informação.

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  • 22/02/2022 em 15:03
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    Excelente abordagem.

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    • 25/02/2022 em 14:13
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      Muito obrigado, Antonio!

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  • 22/02/2022 em 10:58
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    Para facilitar a adaptação da infraestrutura atual nos edifícios seria importante que as Concessionárias admitissem mais uma entrada de energia exclusiva para a finalidade de carregamento de veículos. As mudanças em prédios antigos são muito problemáticas sob vários aspectos, pois interfere na vida de todo o Edifício com obras que geralmente devem ser refeita toda a entrada de energia novamente com lançamento de novos dutos, valas e cabos maiores para absorver toda a carga que para vários veículos pode ser mais pesada que a própria carga do Edifício. Ninguém vai aceitar longas horas de carga devido a capacidade da rede limitada. Então se for feita uma entrada nova totalmente independente simplifica bem mais a execução e não onera tanto os usuários especialmente os que não usarem esse sistema. É claro que isso vai passar por uma normatização pois é critério de várias concessionárias não aceitar mais de uma entrada de energia por Edifício. Mas essa é uma situação muito particular e hoje tem-se dispositivos de proteção especialmente os DR que poderiam prever qualquer interferência com a rede do Edifício. A questão do rateio, bilhetagem e manutenção ficaria somente os usuários do Edifício que usarão essa facilidade. A própria Rede de Distribuição da Concessionária na via pública provavelmente precisará de reforços com troca de bitola de condutores e transformadores o que já vai contribuir para os custos de toda a infraestrutura. Talvez tivesse que ser abordado na própria resolução da ANEEL para fornecimento de unidades consumidoras.

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