Modernizar a iluminação pública é conquistar equilíbrio econômico e sustentabilidade

Por Amanda Cristina Conrado e Jandir Ipiranga Jr.*

Falar em sustentabilidade na iluminação pública é um tema cada vez mais importante, pois a eficiência energética e a redução do impacto ambiental são questões essenciais. Não é à toa que diversas cidades já estão investindo em tecnologias mais sustentáveis, como lâmpadas LED, as quais são até 80% mais eficientes e reduzem o consumo de energia em mais de 50%, além de apresentarem uma vida útil quatro vezes maior do que as lâmpadas convencionais. 

Isso, com certeza, pesou para que atualmente existam 116 contratos de concessão de iluminação pública assinados abrangendo 138 municípios, conforme o 4º Panorama da Participação Privada na Iluminação Pública, de 2024, da Associação das Concessionárias de Iluminação Pública (ABCIP). Como exemplo, podemos citar Porto Alegre (RS), Palhoça (SC) e Ribeirão das Neves e Nova Serrana (MG), que possuem PPPs da iluminação pública e já contam com seus parques 100% modernizados com luminárias de tecnologia LED. 

Um número que vai crescer em breve, pois há 821 projetos de PPPs em elaboração, que beneficiarão 62 milhões de brasileiros e resultarão na modernização de 5,8 milhões de pontos de luz. Mas também ainda é pouco, se considerarmos que o Brasil tem 5.565 municípios. Por isso, falar no assunto é tão importante.

Realizando essa modernização com a implementação de sistemas de iluminação inteligente, com sensores de luz e de movimento que se ajustam automaticamente de acordo com a presença de pessoas e as condições climáticas, é uma forma de contribuir para uma maior eficiência energética, garantindo que a iluminação seja utilizada apenas quando necessário e reduzindo os gastos com energia no município.

Mas os benefícios não param por aí, principalmente quando se trata da geração de resíduos, pois temos uma vida útil maior, ou seja, a troca das luminárias LED é menos recorrente e o tipo de resíduo gerado não conta mais com a presença de metais pesados, como o mercúrio e o sódio, o que minimiza o impacto ao meio ambiente. Também não emitem radiação ultravioleta e infravermelha, o que é um grande benefício à saúde humana.

Além disso, a modernização dos sistemas de iluminação pública contribui para a descarbonização do planeta, impactando positivamente na redução de emissões de gases de efeito estufa – um fenômeno físico natural que é agravado pela ação humana, com a queima de combustíveis fósseis e uso indiscriminado de energia, e que está diretamente relacionado às mudanças climáticas. E aí, sim, inclui-se a iluminação, pois uma lâmpada incandescente lança 2,7 kg de CO2 na atmosfera, enquanto o LED emite 450g por unidade, ou seja, 84% a menos do que a tradicional. Lembrando que até mesmo quando se fala em resíduo o impacto é menor, pois LED tem alta durabilidade, o que reduz a quantidade de produção para substituições.

Não há como fugir. Os gestores públicos precisam se atentar que, para melhorar ainda mais a sustentabilidade na iluminação pública, é preciso aproveitar os avanços tecnológicos voltados à sustentabilidade urbana. Nessa linha, inclusive, hoje o mercado já oferece uma maneira moderna de se produzir energia sem agredir o meio ambiente, que é utilizar a energia solar para alimentar as luminárias. Alguns até podem pensar que o custo para a implantação do sistema de geração fotovoltaica nos municípios seja um entrave, mas também para isso já existem soluções, com linhas de crédito sendo oferecidas por governos e empresas privadas.

Diante de tudo isso, a conclusão a que se chega é a necessidade urgente de incluir a gestão pública no contexto ESG (Environmental, Social and Governance). As práticas sustentáveis são fundamentais para demonstrar o compromisso das cidades com a responsabilidade ambiental e social. A adoção de tecnologias mais sustentáveis na iluminação pública não apenas contribui para a redução das emissões de carbono, mas também melhora a qualidade de vida dos cidadãos, tornando as ruas mais seguras e acolhedoras durante a noite.

Não há como ter dúvidas de que a modernização da iluminação nas cidades não é mais uma decisão para o futuro, mas sim para o presente. É necessário que os governantes invistam na modernização. Acreditamos verdadeiramente que esse seja um dos tantos caminhos para que possamos minimizar os impactos ambientais e as mudanças climáticas. Está mais do que na hora de começarmos, pois frequentemente estamos vivenciando o total desequilíbrio do planeta Terra, as enchentes que afetaram o povo gaúcho são exemplo disso.

*Artigo da Eng. Ambiental e Sanitarista Amanda Cristina Conrado com colaboração do Eng. Eletricista Jandir Ipiranga Jr., ambos do comitê ESG da Quantum Engenharia, empresa referência em PPP para iluminação pública.

Amanda Cristina Conrado e Jandir Ipiranga Jr.
Membros do Comitê ESG da Quantum Engenharia

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